Morangos mofados

Morangos mofados Caio Fernando Abreu




Resenhas - Morangos Mofados


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Rafaele 09/02/2013

Independente do que você lê nos tumblrs e páginas de facebook por aí, Caio é muito mais. O texto é lindo, sim, mas aqueles trechos que a gente encontra na internet, fora do contexto do conto, não vão te fazer entender a complexidade e profundidade que eles carregam.
Ler um livro do Caio é como se afundar até cintura numa espécie de manguezal de sentimentos, raramente fáceis de entender, e tentar chega até o outro lado (o fim do livro). O incrível é que apesar de difícil - é como se fosse entrasse na cabeça de uma outra pessoa e até se acostumar com o estilo de escrita, com o ritmo, com o vocabulário do Caio, você fica meio perdido na narrativa - o texto é fresquinho como uma brisa, muitas vezes leve e cheio de sutilezas, até na escrita, com vírgulas omitidas e palavras hifenizadas e diálogos que não possuem a pontuação própria e além de jogo de palavras.
Excelente, muito bom!
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Robson Valentim 21/01/2013

Um gosto de morango mofado na boca a cada novo conto.
Longe de querer fazer uma resenha crítica (acabo sempre expondo meu fascínio pela leitura em questão), tecerei alguns comentários sobre o que foi ter lido “Morangos Mofados”, do Caio Fernando Abreu.
Confesso desde início que a minha motivação para lê-lo foi egoísta. O que me impulsionou a esse livro inicialmente não foi ler Caio Fernando Abreu, mas sim ler Caio F. Abreu (ou Caio F., para os íntimos). Há uma enorme diferença entre esses dois. O ‘Caio F.’ é aquele mesmo, o das frases prontas que rolam nas redes sociais. Pedaços de um Caio que se encaixam bem nas nossas dores de cotovelo diárias (“Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções .”). Partindo disso, e somente disso, procurei a obra e me esborrachei ─para a minha felicidade e tristeza do meu egoísmo. Caio Fernando Abreu não é só 140 caracteres.

Mas falando sobre o livro, Morangos Mofados é uma coletânea recheada de metafóricos (porque não meteóricos?) contos que causam aquele silêncio perturbador sempre que se chega ao fim de um deles. Já no primeiro conto, “Diálogos”, Caio (não o de 140 caracteres tá!) deixa claro, através de um confuso diálogo entre seus personagens, que não há diálogo algum na sociedade dos anos 70 (mas será que só naquela época?), época em que os contos foram escritos. Os contos seguintes, ainda pertencentes à primeira parte do livro, denominada de “O mofo”, são um despejo de muitas angústias e questionamentos sobre a essência do ser humano. Na segunda parte do livro, “Os Morangos”, vê-se surgir um fio de esperança que dá um sentido para viver aos personagens. Por fim, a terceira parte composta por um conto homônimo ao livro, desenrola-se a libertação de um homem que suspeita ter câncer na alma, onde o único sintoma disso é o constante gosto de morangos mofados em sua boca.

Esse livro ainda é agraciado com uma carta do próprio Caio dirigida a um amigo seu que, entre outras coisas, deixa clara a sua admiração por Clarice Lispector.

"Morangos Mofados" foi para mim mais uma leitura prazerosa e a porta de entrada para o mundo questionador de Caio Fernando Abreu.
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Raquel Galvão 10/12/2011

Top!
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Iza 12/07/2011

Amores...
É um livro que, do modo particular, retrata os sentimentos humanos. Ele fala sobre as razões pelas quais alguém começa a amar outra ou achar que ama, da angústia pela espera de alguém que venha te trazer a tal da felicidade, da solidão, das tentativas de querer ser compreendido e ser correspondido pelo que sente, e do sentimento sufocante que causa isso não acontecer. Morangos Mofados é então composto por dezenove contos que trazem a história de casais comuns, vivendo crises ou tentando se encontrar em meio ao que restou do amor.

Um casal que há muito tempo vive junto, mas que no fim acabam por descobrir que sentem atração por pessoas do mesmo sexo, tanto ela quanto ele, mas ainda não encontram coragem de revelar isso ao parceiro por simples costume de estar com o outro (conto: Os Sobreviventes). Tem aquele que vai ao encontro da pessoa que ama convicto de que será um encontro perfeito, só que era apenas ilusão, pois o outro nem sabia do seu amor (conto: Além do Ponto). Duas mulheres, de diferentes tipos, mas que a seu modo esperam pela mesma coisa, o amor de alguém que as façam felizes (conto: Fotografias). O fim de um casamento pela ausência da essência colorida e mágica que os uniu (conto: Caixinha de Música). A incompreensão da amizade ou mesmo do que é diferente (conto: Aqueles dois). E por fim, o conto título do romance, Morangos e Mofados, falam do homem que sente um gosto de morango mofando na boca, e não sabe o porquê, mas que no fim consegue superar sua própria angústia.

A escrita prende o leitor, mesmo que no inicio de alguns contos seja confuso entender, mas se tem aquela expectativa de chegar ao final do e descobrir o que os personagens vão fazer. São contos curtos, e que transmitem mensagens claras para quem estiver atento nas entrelinhas. No mais, Morangos Mofados pode não entrar na lista dos seus favoritos, mas é uma boa leitura e supera preconceitos que se possa ter se apenas se restringir a lê-lo por causa do título, talvez pelo fato de que os casais apresentados se aproximam bastante do real.

[http://cadernoderesenhas.blogspot.com]
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Ana 20/12/2012

Intenso & Mágico
Aviso aos possíveis leitores:

Para entender melhor os contos do livro - tendo em vista a incômoda sensação de estar sempre aquém do que eles diziam - busquei as músicas citadas nas histórias e li alguns artigos acadêmicos que explicavam melhor o contexto e os sentidos ocultos das tramas. Não digo que tais leituras "extras" sejam essenciais, mas também não as penso ser extras. São intrínsecas ao próprio livro.

Elas complementam e elucidam melhor a pessoa leiga (como eu), que foi ler o livro por indicação, admiração ou tédio. Registro isso apenas para que você, leitor, não reclame depois que a história é chata e confusa apenas porque não soube entendê-la.

É necessário ter noção de alguns pontos, como o que foi a contracultura e o período pós-ditadura. Literatura também é História.

Fora isso, o que dizer de Caio F. Abreu?

Um gênio, em última instância, da linguagem e das emoções humanas. Algumas pessoas dizem que fez uma literatura intimista e não posso tirar a razão dessas pessoas. "Morangos Mofados" é também uma obra atípica: específica e densa até a última frase. Um pouco redundante, mas completamente profunda. Chega fundo nos sentimentos de uma geração e nos problemas por ela enfrentados.

Mas não é só isso.

A escrita comove e transcende, sempre estando naquela sutil fronteira entre o real e o mágico, o humano e o sublime - entre a vida e a morte, o amor e o ódio. As temáticas são muitas e eu perderia o alinho se quisesse enumerá-las. Limito-me apenas a dizer que sim, que leiam o livro. E que aprendam a ter um sexto sentido para as entrelinhas e para o impalpável, que vez ou outro nos cega nas horas de ofuscamento, como diria Hermes.

Um PS especial para a carta de Caio no final da obra. Emocionante, em resumo.

Recomendo a todos.
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Juliana 25/01/2011

Eu descobri a intensidade da escrita do Caio através deste livro, e desde então se tornou um dos meus preferidos. É um livro de contos nada convencionais, são histórias que exalam nostalgia, desilusão e um pouco de conformismo. Por outro lado, há uma certa beleza nisso tudo, e um pouco de poesia também. São histórias de uma juventude rebelde, mas que atualmente não é nem jovem e nem rebelde mais, por isso é repleto de nostalgia e um sentimento de tempo perdido. Mas acima de tudo é um livro extremamente intenso. Destaque para a primeira história.
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Débora P Pereir 20/01/2011

De longe, o meu escritor brasileiro preferido.
"- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu."
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camila 21/02/2010

Deixava sede de mais, o livro é amargo e doce ao mesmo tempo.
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Camila 24/07/2011

Morangos Mofados
Quem lê a contracapa de “Morangos Mofados” espera uma coletânea de contos repletos de referências ao movimento da contracultura dos anos 60. Caio Fernando Abreu certamente se inspirou nesta década criativa, citando “Strawberry Fields Forever”, canção dos Beatles, no conto que encerra o livro. O primeiro conto também surge como uma ode ao passado, revelando mágoa, arrependimento e desespero frente à passagem do tempo. No entanto, “Morangos Mofados” é um livro atemporal e com a evolução dos contos percebe-se que os sentimentos humanos são a principal temática.Insegurança, ansiedade, dor e fracasso estão presentes nos nove contos que compõem a primeira parte do livro, intitulada “Mofo”. O último parágrafo do conto “Luz e Sombra” simboliza a chegada ao sentimento do fracasso e a sensação sufocante causada pela falta de esperança.

“O dia está muito quente. Quando a tarde avançar, sei que me encontrará sentado no degrau. E depois que o cinza tiver se transformado em rosa e em violeta e em azul profundo, e por fim em negro, sei que estarei parado no centro daquele quarto, ouvindo guinchos estridentes e o bater das asas dos morcegos. Gritarei então. Muito alto, com todas as minhas forças, durante muito tempo. Não sei se foi esta a ordem, se será assim ou depois. Mas sei com certeza que nem você nem ninguém vai me ouvir.”

Durante a segunda parte do livro, intitulada “Morangos”, a ansiedade e a loucura permeiam a busca pela transformação, de uma situação atual desfavorável para um futuro mais confortável. Os contos “Transformações” “Pêra, Uva ou Maçã” e “Natureza Viva” ilustram esta procura ativa por uma realidade melhor. A insegurança e a dor também estão presentes na busca pela liberdade, pelo amor ou por uma razão de viver. O último conto, separado em uma seção única “Morangos Mofados” simboliza a esperança afirmando que mesmo os morangos mofados guardam na sua essência o frescor da juventude.

“Abriu os dedos. Absolutamente calmo, absolutamente claro, absolutamente só enquanto considerava atento, observando os canteiros de cimento: será possível plantar morangos aqui? Ou se não aqui procurar algum lugar em outro lugar? Frescos morangos vivos vermelhos. Achava que sim. Que sim. Sim.
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Leitora Inquieta 01/08/2010

O cara é fantástico. O livro não ficaria por menos.
Um livro de contos. Alguns carregados, outros em forma de dialogo bem simplista.
A leitura pode tornar-se difícil pra quem não gosta do estilo sexo, drogas e rock and roll. Mesmo assim, o Caio escreve como se tivesse o coração na ponta da caneta. Faz com que surjam frases de efeito no meio do caos, mistura o drama com o romance e termina tudo com uma comédia embalada por um copo de vodka sem gelo.

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Isa 15/05/2024

Morangos mofados
Livro escrito durante a ditadura militar aonde a censura reinava no país e as pessoas, principalmente os LGBT, não tinham liberdade
esse livro mostra sinais de loucura, dificuldade na comunicação, frutas significando sexualidade, subjetividade e ao mesmo tempo secas explícitas
o livro publicado no final da ditadura mostrava esse sentimento de cansaço pela espera da liberdade que a tanto era reprimida
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LaraF 19/12/2009

Morangos Mofados é sem dúvida o meu livro favorito do Caio Fernando Abreu, poucos tem a sensibilidade para escrever contos como Além do ponto e Diálogos. Como em todos os livros do Caio Fernando Abreu, esse é intenso, crítico, cru e de uma enorme sensibilidade...
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Marcelo Bohm 02/06/2009

As angústias humanas e o desapontamento do homem perante à sociedade são descritos magnificamente nessa coletânea de Caio Fernando Abreu, um gênio da literatura gaúcha e brasileira. Definitivamente a sua obra-prima.
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Fulana de Tal 16/05/2009

uma delicia...
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