Fabiana 06/05/2024
Admirável Mundo Novo?
A narrativa inicial é bem arrastada e aparentemente sem propósito. Você só consegue entender o funcionamento dessa ?civilização? a partir do meio do livro.
O livro é um agrupado de reflexões. Não quero me deter a sinopse, mas as minhas impressões.
Vale lembrar que Huxley escreveu esse livro em 1932, retratando uma civilização em 2540. Os conceitos de relacionamentos e vivências foram todos alterados. Por conta de um ?descontentamento? de um alfa a fim de ganhar prestígio, decide levar o selvagem encontrado em sua viagem para impactar sua civilização. Agora, chocam-se conceitos muito diferentes. Acho que esse choque é ponto principal do livro. O que faz refletir o quanto uma certa ?elite? influência no comportamento de uma sociedade. E vale a reflexão para os dois lados, viu!
Mas, tento usar minhas lentes cristãs para avaliar essa leitura. E posso dizer, que a estrutura da verdade, beleza e felicidade estão na contramão do que foi estabelecido por finalidade, por conta da queda do homem. E com isso, tudo passa a se relativizar.
Mas, é claro que a ganância e interesse do homem o estimula ter o domínio de todas as coisas, tentando se colocar como o seu próprio deus. Mesmo que para isso, haja deterioração da própria humanidade. Os valores se perdem e a depravação da humanidade separada de Deus é o resultado da união com os prazeres momentâneos.
Vemos aqui que o conhecimento é chave de todas as coisas.
?Deus não é compatível com as máquinas, a medicina científica e a felicidade universal. É preciso escolher. Nossa civilização escolheu as máquinas, a medicina e a felicidade. Eis por que é preciso que eu guarde esses livros no cofre. ?
?Deus nos cofres e Ford nas prateleiras?
?Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado.?
O fim é bem triste e bastante pessimista. Mas, deixa a cabeça ferver bastante! Vale a leitura!