Marcos Aurélio 30/06/2024Quero Deus, e quero o pecadoMinha expectativa era alta demais, por tudo que ouvi sobre este livro. Talvez tenha sido este meu erro. Mas, Aldo Huxley aborda muito bem temas importantes para que gosta de refletir sobre comportamento e condicionamento.
"Cem repetições, três noites por semana, durante quatro anos", pensou Bernard Marx, que era especialista em hipnopedia. Sessenta mil repetições fazem uma verdade. Imbecis!"
Como alguns governos e instituições usam o condicionamento para gerar comportamento. O esporte, a TV, hoje as redes sociais, as telas. Importar-se com status, e com a opinião alheia. Esquecer os livros, esquecer a beleza da natureza, a não ser para postar. Viver com um "selvagem" no universo modelado das grandes metrópoles. Encaixotados, zumbindo.
Trabalhar incansavelmente para conquistar conforto e paz, mas não agora, no futuro. Porque o trabalho dignifica o ser humano, o filho do homem, que era Rei, era filho de um carpinteiro. A religião, o medo, o pecado usados como um freio social.
"Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado".
Aldous estava à frente de seu tempo. Por isso é um clássico, e por isso eu esperava mais, especialmente do final.