David Marinho 18/01/2024
O verdadeiro equilíbrio de sedução e morte no universo vampíro
Louis é o senhor de Point Du Lac, uma fazenda em Nova Orleans que abriga ele e sua família. O rapaz de ar melancólico vaga pelas noites em sua cidade conversando com as angústias provindas de um vazio existencial presente em todos nós, angústias essas que se acentuam ainda mais quando Lestat entra em sua vida.
Não demora muito para Louis descobrir que Lestat é um vampiro, assim como sua transformação também se dá de maneira repentina. Os debates que permeavam até então apenas questões “mortais” agora são encimados também pelas questões vampíricas, a moral de Louis posta em cheque por sua necessidade de sobreviver talvez seja a coisa que mais lhe atormente, enquanto isso, Lestat o puxa para uma diversão sádica, cruel e estranhamente excitante que é se alimentar de sangue humano, mais que isso, tirar a vida humana.
Os conflitos familiares, se é que podemos dizer isso, se salientam com a transformação de Claudia, uma garotinha de dez anos que sendo salva da morte eminente, torna-se uma espécie de filha de Louis e Lestat, após a chegada de Claudia, nada será como era antes.
Entrevista com um vampiro tem um ritmo que não agrada todos os tipos de leitores (em especial os mais modernos), entretanto, é uma das obras mais belas e delicadas que já li, Anne Rice nos entrega pura alma em seres desalmados e cruéis, aliás, como é bom ler sobre vampiros que só são cintilantes no quesito beleza.
A aventura gótica de Louis, Lestat e Claudia é marcada por uma série de acontecimentos fantásticos que me fizeram terminar o livro e simplesmente correr para o próximo como se eu mesmo fosse o entrevistador de Louis pensando “não pode terminar assim!”