Nath @biscoito.esperto 26/10/2015Favorito instantâneoQueria começar essa resenha dizendo que faz pouco mais de uma hora que terminei de ler este livro e já decidi que ele é um dos meus favoritos da vida toda.
Conheci este livro por intermédio de um de meus melhores miguxos, Gabriel, que curiosamente também é o nome de um persongem deste livro. Todos os livros que Gabriel me indica se revelam espetaculares, mas este ultrapassou todas as minhas expectativas.
Não quero me aprofundar muito na história do livro, pois qualquer informação que eu te der vai ser uma surpresa a menos que você terá ao ler. Mas, resumindo, o livro conta a história de um narrador sem nome, nascido na Espanha, cujo sonho é ser um escritor famoso. Ele se muda para Urbana, nos Estados Unidos, para lecionar espanhol, e é lá que conhece Rodney Falk, um ex-veterano da guerra do Vietnã (sabe aquela música, “era um garoto, que como eu, amava Beatles e os Rolling Stones...”? Então, essa guerra). Os dois se tornam amigos, mas depois das férias de verão Rodney some e o narrador sem nome passa o resto do livro tentando entender essa personagem que é o Rodney.
A questão é que o livro é bem mais do que apenas um romance. O livro é, basicamente, um escritor (Javier Cercas) contando a história de um aspirante a escritor, que adora falar sobre o ato de escrever, que adora filosofar sobre a escrita, o sucesso e o fracasso dos escritores, e acho mais espetacular ainda que eu queira, também, ser escritora (veja só), então é um escritor escrevendo sobre um homem que quer ser escritor e uma garota que quer ser escritora está lendo esta história. Bem louco.
Não vou ficar rasgando o livro de elogios e nem falando minhas impressões sobre os sentimentos ou falta deles no livro, pois o autor já fez isso por mim. Ele escreveu vários diálogos entre seus personagens que debatiam por que escrever, para quem escrever, qual a finalidade de escrever, que histórias devem ou não ser contadas e que histórias são de determinada forma e que histórias não são. Confesso que isso me poupou muito tempo dessa resenha. Não queria perder um parágrafo inteiro falando sobre como eu praticamente bebia as palavras das páginas do livro, me recuso.
Uma última questão interessante: vi muitas pessoas que acham que este livro tem um quê de autobiográfico. Como o próprio autor coloca em debate no livro, todo escritor coloca um pouco de si e de sua vida no que escreve. Mas a questão não é saber se os personagens, a história, os acontecimentos ou qualquer outro aspecto do livro são reais. Como diz meu professor de literatura, “o importante não é contar a verdade, mas sim contar algo verossímil”. Acho que foi isso que o autor fez. Escreveu um livro tão brutalmente real (nos sentimentos, nos acontecimentos, em tudo) que todo mundo acha que aconteceu mesmo.
E essa resenha termina assim.
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