Leopoldo II, rei dos belgas, era dono de uma longa barba branca, uma amante adolescente e uma ganância absoluta. Alimentou a todas com uma riqueza calculada em 1,1 bilhão de dólares atuais, espoliados com sistemática crueldade de um território centro-africano que se tornou seu feudo pessoal - o 'Estado Livre do Congo' (ex-Zaire, atual República Democrática do Congo). Em 1885 Leopoldo se torna soberano absoluto do Congo; em 1908, é obrigado a transferir a administração do país ao governo belga - sob pressão de uma intensa e pioneira campanha internacional por direitos humanos liderada pelo inglês Edmund Morel. Entre um extremo e outro, a população congolesa caiu pela metade. Dez milhões de pessoas morreram vítimas de seus métodos 'administrativos', que incluíam o açoite até a morte dos trabalhadores escravizados que não cumpriam as cotas de coleta de látex e marfim. Outros morriam nos grandes massacres de aldeias insurretas ou simplesmente em ações de retaliação 'educativa', promovidas para vingar atos de insubordinação ou eventuais ataques aos brancos dominadores.
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