Nunca uma obra de ficção russa provocou tanto alvoroço na União Soviética e fora dela. Escrito a partir dos anos 60 e proibido por mais de duas décadas, este romance tem sido saudado como um grande acontecimento literário. Parcialmente autobiográfico, o livro focaliza um grupo de amigos que moram a rua Arbat, o centro cultural de Moscou. O principal deles é Sacha Pankrátov, um líder da Liga da Juventude Comunista, que é preso e exilada na Sibéria devido a uma falsa acusação. O grupo inclui a filha de um diplomata caído em desgraça; o rapaz ambicioso que se torna informante da polícia secreta; e o adolescente rebelde que prefere noitadas às reuniões políticas. Suas reações e o interrogatório de Sacha são descritos com realismo. E através de grande número de personagens – membros do Partido, velhos revolucionários, novos burocratas, camponeses das vilas – Ribakov traça um panorama representativo da sociedade russa na década de 30, culminando com o assassinato de Kirov, um dissidente de Leningrado cuja morte em 1934, abriu a fase dos sangrentos expurgos stalinistas. Combinando a técnica do romance policial com uma análise da psicologia do poder de Stálin digna de um Dostoievski e de um Tolstói, o autor traça um excepcional retrato de primeira geração a crescer sob o regime comunista. E escreve a obra definitiva sobre o processo que levou um dirigente a aterrorizar uma nação inteira.
Os filhos da Rua Arbat é um romance político. A partir da Rua Arbat, ponto de encontro de artistas e intelectuais em Moscou, desenvolve-se o drama das primeiras vítimas da gigantesca repressão stalinista, na União Soviética dos anos 30. Retratando o início da agitada era de Stalin, com base no quotidiano de um grupo de amigos, Anatoli Ribakov criou um romance grandioso e inesquecível.
Da capa e contracapa: "O mais importante romance russo da atualidade. O livro proibido que a glasnost liberou. Um épico sobre a vida russa na era de Stálin, com a força dos grandes clássicos." Evgueni Evtuschenko, festejado poeta oficial russo, foi acionado para apresentar a obra. E não deixou por menos:
"Um grande livro, um grande momento de nossa literatura", escreveu o poeta preferido de Nikita Kruschev.
Ficção / História