O poder das obras nordestinas do nosso país, sempre foi algo óbvio, por vezes tido como a base de muitos livros incríveis e de temática regional e até fantástica, então sempre foi um desafio mostrar obras que retratam tanto a realidade da vida do povo nordestino quanto o lado mais lúdico e fantasioso. Até então esse tema é mais recorrente nas famosas literaturas de cordéis. Mas às vezes não apenas de dragões e monstros vive o fantasioso, às vezes são nos atos heroicos ou aventureiros, onde heróis partem em busca de aventuras a terras estranhas cheias de inimigos e aliados montados em suas garbosas montarias, essa podendo ser alazões… ou até uma mula de nome famoso.
Então trazemos para vocês esse história com quês de ''aventurosa'' quase dom quixotesca como diria o saudoso Ariano Suassuna, Ariano (como descobrimos se chamar o garotinho e protagonista) se aventura em uma trama novelesca e perigosa atrás de justiça, em um mundo nem um pouco justo e topa com um velho que de justo não tem nada, e ambos se unem atrás de algo maior que eles dois.
Poeira e Sangue é um romance recheado de ação, mas não se engane, é uma história de pessoas, uma que lida com as intempéries do que vive dentro de cada um de nós.
E nesse meio tempo, somos colocados no meio da era do cangaço, com bandos e cabras arretados!
O destino de um menino e de um matador experiente (e já cansado) se cruza, quando um bando de cangaceiros impiedosos, chacinam a vila de Santo Milagre atrás de uma santinha de ouro. O pequeno Ariano de apenas 9 anos é o único sobrevivente desse pesadelo, agora, sozinho e com a santa em mãos, o menino procura um jeito de levar justiça ao bando de foras-da-lei. Ele decide buscar alguém que leve a cabo sua justiça e vingança. É então que seu caminho se cruza com o temível e cruel Zébedeu de Anchieta, matador experiente, e uma inusitada amizade surge entre o velho e o menino em suas andanças pelos áridos cenários do sertão nordestino. Uma história sobre redenção e amizade, e da força dos costumes nordestinos.
Poeira e Sangue pode ser visto como um ''Western a Brasiliana'', uma história sobre justiça e vingança, tema esse que já permeia as obras nordestina. O livro tem fortes inspirações nas histórias de escritores como Ariano Suassuna, Graciliano Ramos e Euclides da Cunha, mostrando a força e a dureza do povo nordestino. Também a autores internacionais como Cormac McCarthy e suas obras Onde os Fracos não têm vez ou a Estrada. E filmes nacionais, um deles a Central do Brasil do diretor Walter Salles. Outras influências são os filmes de Western, como O homem sem nome.
Todas essas obras, mostrando o lado mais humano do povo, e um quê mais realista e por vezes pessimista.
Literatura Brasileira