spoiler visualizarhíllary.gomes 02/06/2021
Que releitura incrível.
Mais para leitura, já que, foi como se eu estivesse lendo esse livro pela primeira vez.
Li esse livro pela primeira vez, de fato, por volta de 2016 ou até um pouco antes, tenho certeza que não absorvi o suficiente e não entendi nada, por isso resolvi reler. E não me arrependo, me arrependo, apenas, de não ter feito isso antes.
Eu não me lembrava de quase nada, apenas os nomes de alguns personagens e do que se tratava, por conta do filme muito mal elaborado. Mas só isso.
Não me lembrava da história, do enredo, da trama, do suspense, do romance, dos personagens em geral... Não me lembrava do quão intenso e interessante era esse mundo de Dezesseis Luas.
Dezesseis Luas é um universo cheio de segredos e mistérios, e você não quer parar de devorar as páginas até desvendar todos eles. Que parece impossível, mas acredite, ao poucos você consegue se enfiar nesse mundo de Conjuradores, feitiços, luz, trevas, leitores de cartas, superstição, vodu e tudo que se possa imaginar.
Dezesseis Luas é um YA clichê, daqueles gostosos de ler, daqueles diferenciados, com uma pitada de fantasia.
Ethan Wate é o nosso cara clichê, que quase todos os YA possuem, aquele que deixa nossos corações quentinhos e as vezes nos arranca sorrisos, mas também, é claro, nos faz questionar o quão idiota pode ser às vezes. Ethan é um garoto normal: mora em uma cidade onde nada acontece, faz parte do time de basquete e tem um melhor amigo com um péssimo gosto musical. Mas depois da morte de sua mãe, do afastamento de seu pai e de começar a ter sonhos estranhos com uma garota, ele estava longe de ser normal.
E a chegada de Lena só comprovava isso.
Lena Duchannes, o Furacão Lena, como Ethan a chamava, era quase uma garota comum, se não fosse sobrinha do ?Velho Ravenwood? e, é claro, não fosse uma Conjuradora. Ela é a garota dos olhos mais verdes, que você possivelmente não consiga imaginar de já ter visto, dos cabelos pretos cacheados e que sempre está usando um All-Star surrado.
Seu humor mudava e automaticamente o tempo também mudava. E até, janelas se quebravam, quando sua raiva se transparecia.
Faltavam poucos meses para seu aniversário e com ele vinha a dúvida que rondava a família Duchannes quando completavam dezesseis anos: Luz ou Trevas?
Lena também era clichê, assim como Ethan e como a cidade de Gatlin.
Gatlin é uma cidade onde nada nunca mudava, onde não haviam surpresas ou pessoas novas, onde não havia segredos. Onde todos se conheciam e sabiam exatamente o que iria acontecer todos os dias. Era assim que Ethan via sua cidade.
Ethan Wate achava que conhecia Gatlin como a palma de sua mão, mas ele estava completamente errado. Gatlin era uma cidade que sabia muito bem como esconder seus segredos.
Com a chegada de Lena a Gatlin, a vida de Ethan mudou completamente, de um jeito que ele jamais esperava. A conexão entre os dois é tanta que acaba não tendo explicação. E a cada acontecimento na vida deles, Ethan vê que Gatlin é uma cidade diferente da que ele imaginava, que ela sempre foi daquele jeito, ele apenas não enxergava.
Dezesseis Luas é uma história que te prende do começo ao fim. A cada página, a cada parágrafo, a cada linha, a cada palavra.
É uma história que te faz imaginar como seria o cheiro de limão e alecrim, e também, te faz se sentir angustiado tanto quanto eles com esses sonhos perturbadores. E mais, faz você sentir vontade de escutar a música ?Dezesseis Luas?, que parece ter uma melodia conturbada e ao mesmo tempo tem uma letra cheia de sentido. A combinação perfeita, eu diria.
E além de tudo, você se vê torcendo pelo romance de Ethan e Lena, que também parece impossível, mas não pra eles e, consequentemente, não para nós que estamos lendo. Eu em particular, torci para que eles ficassem juntos desde o momento em que eles se conheceram em meio aquela terrível tempestade. E a cada acontecimento, torci mais ainda, porquê o romance deles é tão lindo, tão inexplicável e tão contagiante.
A escrita de Dezesseis Luas flui facilmente, pelo menos para mim, e é uma história muito detalhada, coisa que ainda não sei dizer ao certo se é boa demais ou ruim demais. Mas em algumas cenas, você deseja que as escritoras tivessem explicado melhor, porque realmente ficou algo vago demais que não deu para entender muito bem.
Dezesseis Luas além de clichê é uma história fofa. Perturbada, misteriosa, agoniante... Mas ainda assim, fofa. E Lena e Ethan também são.
O romance deles é lindo e, ao mesmo tempo, ?adolescente? demais, em alguns momentos, mínimos, parece não haver química suficiente, coisa superficial, fantasiosa. Mas como todo bom livro, é óbvio que teria defeitos, porque nada é perfeito, mas isso não nos faz desistir. E ainda assim, é uma ótima história.
Esse livro eu recomendaria para qualquer um que gosta desse universo misto de romance, fantasia e mistério. É uma leitura para jovens, e até para adultos. É uma leitura para todo bom leitor que adora ampliar seus horizontes.
Tenho certeza que não se arrependeriam dessa leitura, que apesar de abordar muitos temas misturados, consegue nos fazer sentir exatamente como o personagem, nos traz aprendizados, nos faz rir, nos faz sentir medo, alegria, uma mistura de sentimentos e ainda aquece os nossos corações.
Obrigada Margaret e Kami por essa obra espetacular, e por esse gostinho de quero mais, e também por terem continuado com essa saga, que tenho certeza, que não vou me arrepender de passar noites lendo.