Resenhas - Minha Vanessa

Jakee 07/05/2022

A Sombria Vanessa
Um livro extremamente forte e necessário.
Eu nunca me senti tão desconfortável lendo uma história, como eu me senti lendo esse livro. Foi um dos livros que eu mais senti raiva e me ensinou muito ao mesmo tempo. Eu gostei muito o jeito que a autora abordou esse assunto tão sensível e a forma como ela finalizou a história tão naturalmente como aconteceria na vida real. ?Minha Sombria Vanessa? me deixou chocada e abriu muito os meus olhos. Não recomendo essa leitura a pessoas sensíveis pois contém gatilho de abuso sexual, porém recomendo essa leitura às pessoas. (Obrigado Vinny pela recomendação desse livro, realmente me tocou muito). Favoritado com certeza!

Laura Brand 27/05/2020

Nostalgia Cinza
Cinco em cada dez adolescentes e jovens mulheres já sofreram assédio sexual no Brasil e 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. O abuso infantil e a violência sexual precisam ser pautas discutidas de forma constante e os livros oferecem ferramentas importantíssimas para tal, quando esses assuntos são tratados de forma inteligente, responsável e empática. Minha Sombria Vanessa, ao abordar o abuso sofrido por uma adolescente de 15 anos pelo seu professor de 42, traz à tona a importância de falar sobre abuso infantil e a violência sexual na literatura. Saiba mais!

Minha Sombria Vanessa é um relato intenso, angustiante e real sobre uma história de assédio e abuso que poderia, facilmente, acontecer a qualquer uma de nós. Mesmo sendo uma história fictícia, a veracidade dos acontecimentos cria uma infeliz identificação com uma enorme parcela do público que precisa lidar, diariamente, com as consequências da normalização do assédio e da violência sexual.

Para escrever Minha Sombria Vanessa, Kate Elizabeth Russell se baseou em manchetes - infelizmente - muito comuns nos noticiários, além de fazer uso da teoria do trauma crítico, da cultura pop, do pós-feminismo do início do século XXI, e dos próprios sentimentos conflitantes da autora em relação a Lolita.
Minha Sombria Vanessa, por meio da estrutura narrativa escolhida pela autora, mostra toas as consequências e desdobramentos que um abuso como esse pode causar na vida de uma mulher. O trauma cria raízes tão profundas que a vítima tem dificuldade em diferenciar o que é consequência do trauma e o que de fato é parte de quem ela é. Ao longo da narrativa a própria Vanessa questiona seu passado, dizendo que não se lembra de quem ela é sem Strane, que ela mesma sequer sabe quem é fora das descrições e manipulações do professor. O livro mostra como, mesmo tendo existido um suposto consentimento, suposto porque nesse caso o consentimento não é necessário já que é uma relação de pedofilia, mesmo que ela tinha verbalizado o “sim”, temos acesso ao que se passava na cabeça dela e como ela praticamente gritava “não” e é possível entender mais profundamente a superficialidade do argumento do consentimento em casos de abuso infantil e violência sexual.
Minha Sombria Vanessa também levanta alguns detalhes em diálogos, pensamentos e expressões que acabam sendo naturalizaras no cotidiano, mas que mostram como temos a tendência de culpabilizar a vítima antes mesmo que algo tenha acontecido a ela. Isso é apontado pela próxima Vanessa ao sentir que ela era um risco por atrair a atenção dos homens.
É triste perceber essa culpabilização vindo da própria vítima, que se sente responsável não apenas pelo que aconteceu a ela, mas pelo que pode vir a acontecer com outras depois. Além disso, a maneira com a qual Vanessa consegue sobreviver e lidar com os traumas, pode acabar sendo interpretada de forma errônea. Ela precisa acreditar que viveu uma história de amor, porque se ela se permitir perceber a verdade da história que definiu sua vida, seu passado e seu presente, pode acabar desmoronando. E Minha Sombria Vanessa, ao mostrar isso dessa forma, acolhe diversas vítimas que, além de terem sido profundamente marcadas por acontecimentos semelhantes, são ainda mais massacradas por terceiros que não entendem o suficiente os mecanismos usados por elas para sobreviver ao trauma.
Minha Sombria Vanessa mostra como esses predadores sabem escolher suas vítimas. Não porque elas são mais fracas que as outras pessoas, como a própria Vanessa às vezes é levada a acreditar, mas porque algumas condições podem deixá-las mais vulneráveis. No caso de Vanessa, ela morava sozinha na universidade, tinha brigado com sua melhor amiga, tinha certa dificuldade para acompanhar o ritmo das aulas e matérias por ter vindo de uma escola menos exigente, sentia as coisas com mais intensidade e isso se refletia na sua escrita, e era uma menina mais introvertida, com problemas de confiança, mais insegura e solitária. Enquanto ela precisava de uma figura que a ajudasse a redescobrir o potencial em si mesma de forma saudável, Strane consegue distorcer todos esses elementos de forma a colocá-la como uma vítima perfeita e ele faz questão de exaltar tudo o que pode fazer com que ela se afaste cada vez mais de qualquer possível rede de apoio. Com isso, ele cria uma fortíssima dependência emocional e psicológica que prende a jovem Vanessa a ele e ao seu bel-prazer.
Strane romantiza essa “escuridão” de Vanessa, como se fosse algo misterioso e digno de ser exaltado. E ele a obriga a se tornar cada vez mais reclusa, mais calada, mais introvertida para potencializar sentimentos e comportamentos se submissão e vergonha, de inferioridade. Fazer com que ela sinta que é incompreendida, que é intensa demais, que só ele a entende faz com que ela seja moldada da forma que ele achar mais conveniente e faz com que ela fique cada vez mais dependente dele. O “apelido” dado a ela, “Minha Sombria Vanessa”, é o auge e a representação perfeita da imagem que ele quer que ela tenha de si mesma em prol de fazer com que ela se isole cada vez mais de qualquer pessoa que possa apontar que a situação é errada.
É angustiante observar como Strane consegue manipular Vanessa de tal forma que ela realmente busca sua aprovação a todo custo, mesmo quando ela mesma percebe que não se sente atraída por ele e que, em diversos momentos, sente repulsa. Fica claro que essa “relação” não tem nada de sexual, não da parte da vítima e que, portanto, não poderia ser consensual, é uma relação pautada no poder e no controle psicológico. E cada vez que ela tem um vislumbre da verdade e questiona o que lhe foi e é feito, ele se autodeprecia para conseguir que ela sinta pena dele e culpa de si mesma, para que ela se veja como uma pessoa má que infringe dor naquele que supostamente a ama. Strane é um predador inteligente, bem articulado e que sabe muito bem como criticar a si mesmo na esperança de conquistar empatia.
Os traumas de Vanessa são tão profundos que ela projeta no presente todos os rostos que fizeram parte de seu passado. Ela recria constantemente momentos vividos anteriormente e, mesmo que eles aconteçam com anos de diferente e sejam protagonizados por pessoas diferentes, ela sempre enxerga os rostos de velhos conhecidos, como se esses fantasmas fossem para sempre assombrá-la e fazer com que ela acredite que as situações deveriam e vão acontecer da maneira que ela lembra. E, ao mesmo tempo, Vanessa acaba tentando ela mesma recriar situações com outras pessoas, sem saber se é algo que ela realmente quer ou se ela apenas sente conforto e segurança, mesmo que doentias, porque isso é tudo o que ela conhece e está acostumada.
A autora traz à tona a questão do conceito e do entendimento do que seria um estupro e acredito que isso seja vital não apenas para fazer com que as pessoas questionem certezas supérfluas a respeito da questão, mas também para ajudar vítimas a entenderem que o que aconteceu com elas, mesmo que elas acreditem que queriam, não pode ser considerado consensual e cabe, à pessoa mais velha e experiente, ter discernimento e responsabilidade para impedir que qualquer coisa aconteça.
Vanessa se recusa a se colocar num papel de “vítima” e, por mais que isso seja verdade e algumas pessoas ao redor dela fiquem com raiva por ela ter esse posicionamento, consegui entender claramente que foi a forma que ela encontrou de sobreviver. É uma das únicas maneiras pelas quais ela consegue ter algum controle de verdade, na forma que ela mesma escolhe contar sua história. Pensando nisso, o livro também mostra o erro das pessoas ao redor de Vanessa que não souberam lidar com a situação, indo desde as pessoas com a mesma idade que ela, que talvez não agiram da melhor maneira por inexperiência e inocência, até as mais velhas que supostamente deveriam protegê-la e acolhê-la.
Não é um livro escrito apenas para pessoas que já conseguem perceber muito claramente a diferença entre amor e abuso. Minha Sombria Vanessa é um livro para servir de espelho para vítimas que poderão se identificar com a narrativa de Vanessa e enxergar nas páginas do livro, sua própria história, descobrindo junto da protagonista algumas verdades encobertas pelo passado.
Livros como Minha Sombria Vanessa não são fáceis de digerir, mas são importantíssimos para criar um processo de identificação em vítimas que não reconhecem que o que elas sofreram foi um abuso, mostrar as consequências de um trauma como esse na vida de uma mulher, ir na contramão de diversos produtos literários que romantizam histórias e relações de poder como essa, mostrar a importância de se existir uma rede de apoio livre de julgamentos para pessoas que passaram por algo parecido. Que possamos usar a literatura como ferramenta de luta e conscientização!



site: https://www.nostalgiacinza.com.br/2020/05/resenha-minha-sombria-vanessa.html

kk.rine 23/09/2021

Esse não é um livro de romance!
O livro inteiro eu só queria que acabasse, sinceramente. Não que o livro seja ruim, nada disso, mas a sensação de ouvir uma adolescente e logo depois uma adulta afirmando que tudo aquilo foi um romance era assustador.
Minha Sombria Vanessa é um livro com uma perspectiva total de uma adolescente e como ela conseguiu reverter todo o abuso que sentiu para "amor", no final das contas, para mim, Vanessa apenas queria muito ser nitidamente amada e adorada, tendo em vista que ela não se sentia assim quando envolvia os próprios pais.
Fiquei tão apegada com a história e com Vanessa, torci do começo ao fim que ela simplesmente se libertasse daquilo tudo, foi horrível ler todas as vezes em que ela sentia algo que alertava que aquilo não era bom pra ela e ela ignorava.
O livro é pra quem aguenta, tem muitos gatilhos e cenas fortes; ainda assim, é um livro com a escrita incrível, descreve os sentimentos de Vanessa de uma forma que eu não consigo explicar, é impressionante.

"? Você pode falar que não? diz ele, mas vejo o desejo nos seus olhos, vejo como isso deve ser importante."

Aline Michele 06/01/2021

Pesado
Esse livro é muito bem escrito. Você começa a ler e a narrativa te prende.
A história é contada em duas épocas, a adolescência da Vanessa e sua fase adulta. E as duas fases são interessantes.
O difícil aqui é digerir o tema. Teve horas que eu achei o Strane um escroto que merecia ser preso e ficar lá o resto da vida (ainda acho) e teve horas que eu senti um pouco de pena. Depois geralmente eu sentia raiva.
Da Vanessa eu fiquei com pena a maior parte do livro. Tristeza em outros, ela parecia alguém com tanto potencial, que teve o futuro arruinado por alguém bem mais velho, que não deveria nunca fazer nada do que fez. Quando se é adolescente você não pensa com a clareza de um adulto, você está se descobrindo e ter bons exemplos é ótimo. E muitas vezes o bom exemplo está na escola. Está no professor (a) que te mostra o mundo, que abre sua mente, te empurra pra frente. É errado quando essa confiança é quebrada e quem deveria te proteger acaba te machucando.
O livro me fez pensar em como pequenos gestos causam grandes reações. Que não fazer nada é tão ruim quando fazer alguma coisa. E que as vezes a verdade está na sua frente mas você não quer ver (alô pais) e é mais fácil fingir que não aconteceu.
Que realidade triste!
Não recomendo o livro para quem passou por algum tipo de abuso, muita coisa acontece e acaba te deixando mal. Mas para quem teve ótimos professores na escola, faculdade, escola de música, dança como eu tive, o livro é muito bom e vale a leitura.

Brina 02/02/2023

Acho q vai ser o melhor do ano
Meu deus... É um livro tão complexo, com tantas reflexões, com uma visão da vítima sem focar no agressor.
Levantar esse questionamento onde a perspectiva da vítima ela não é unica e linear, e cobrar certas ações de uma pessoa quebrada psicologicamente é muito complicado.
Um dos melhores momentos são os diálogos da Vanessa e a psicóloga (psicoterapeuta ou psiquiatra, sei la o q ela é rsrss) o momento onde ela expõe o seu sentimento de tudo q aconteceu com ela. Tenho que dar uma ênfase na profissional que conduziu essas sessões de terapia, simplesmente perfeita.
O abuso nem sempre é físico, o abuso psicológico pode vir de varias formas e nem sempre é agressivo, fazendo ate a vítima acreditar que foi amada.
Acho q todas as mulheres deviam ler esse livro, apesar de ter varios gatilhos, é bem fácil a gente se identificar com algumas passagens do abusador com a Vanessa.
As vezes é difícil reconhecer um abuso quando é com a gente, mas a partir do momento que a gente vê acontecendo com alguém ele se torna quase palpável.
Infelizmente nos mulheres, eu te certeza, que ja vivênciamos algum tipo de abuso que estão descritos nessas páginas. e a mensagem que deixo para o mundo é...
ACREDITEM NAS MULHERES

r4y 12/12/2021

Minha sombria Vanessa
Mesmo sendo um livro que aborda um tema tão pesado (pedofilia), eu realmente não esperava ter que fazer diversas pausas durante a leitura, apesar de ter achado a escrita da autora muito boa e extremamente direta( talvez direta até demais, as cenas de cunho sexual me fizeram gorfar? ), não é um livro que eu recomendaria, é realmente uma leitura muito pesada e nada satisfatória, se alguém tiver interesse em ler eu recomendo pensar uma, duas, talvez três vezes antes, e dar uma boa olhada nos gatilhos.

Mi Rubin 17/08/2020

Ler esse livro, nesse momento, mexeu comigo mais do que previa.
Vanessa poderia muito bem ser uma criança grávida de um tio :(

É uma tema difícil, com tantos gatilhos, mas é um assunto que precisa ser debatido. Certeza que muitos já viram essa história rolar por aí, uma adolescente levada pela manipulação de alguém mais velho (presente!)

É uma pena, é tão traumático de tantas formas, que só desejo que histórias assim se limitem apenas a ficção.

É um bom livro, narrativa bem forte e que te tira da zona de conforto. Incomoda. Remexe em conceitos e preceitos. Achei muito válido!

Jac 28/10/2020

"Ele era um homem adulto e você tinha quinze anos"
Que livro bem escrito, mds!

Totalmente maravilhoso a forma como nos tira desse pensamento de que pra ser abuso tem que ser algo forçado.

A autora consegue fazer com que a gente entre no mais profundo da mente da vítima e do agressor.

Como fica um caos a cabeça de uma pessoa que sofre esse tipo de abuso tanto físico quanto emocional.

Fica claro o quanto um cara pode ser manipulador, ele joga o jogo perfeito pra atrair e ao mesmo tempo se colocar no lugar de vítima.

Enquanto a verdadeira vítima se destrói se sentindo a pessoa culpada por toda a merda que acontece.

psraissafreire 27/05/2021

"Para as Dolores Hazes e Vanessas Wyes da vida real cujas histórias ainda não foram ouvidas, reconhecidas ou compreendidas"
ATENÇÃO! ESSE LIVRO NÃO É RECOMENDADO PARA PESSOAS SENSÍVEIS A TEMAS COMO ESTUPRO, PEDOFILIA, ABUSO SEXUAL. POR ISSO, ESSA RESENHA TAMBÉM PODE INCOMODAR DE ALGUMA FORMA!

Livros como "Minha Sombria Vanessa" são marcantes. Pode se passar uns minutos, horas, dias e semanas, mas a história presente na obra te encurrala para a mais dolorosa e verdadeira realidade que vivemos. Fazia muito tempo que não lia algo que me chocasse tanto, me trouxesse um ponto de vista mais do que real e que muitas vezes é completamente ignorado pela sociedade.

Kate Elizabeth Russell traz para nós a vida de Vanessa Wye, uma mulher de 32 anos que se depara com denúncias contra o seu antigo professor e considerado o "primeiro e único amor" pela própria. O nome dele é Jacob Strane, e na época que os dois se envolveram ele tinha 42 anos de idade, enquanto ela possuía apenas 15. Intercalando entre passado e presente, vamos acompanhando a protagonista em momentos de euforia, negação, decepções e descobertas em relação a tudo que a cercou desde o momento que este homem chega na sua vida.

Abuso. Uma palavra curta, mas que traz enormes e tristes histórias para muitas pessoas no mundo inteiro. Existem vários tipos: verbal, físico, psicológico, sexual... Todos eles carregam um peso difícil de digerir para a vítima deles, que infelizmente muitas vezes negam ter passado por tais situações desumanas; Vanessa está incluída nesse grupo. É preocupante saber que isso que ela passa não está apenas preso dentro de um livro, e sim que na casa ao lado da sua, no seu bairro, na sua cidade... Isso pode estar acontecendo nesse exato momento. Na verdade, é mais do que provável que esteja. De acordo com o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no nosso país. Informações como essa só mostram o como devemos prestar mais atenção à nossa volta.

O livro traz à tona uma realidade mais que presente e que várias pessoas fazem questão de negar: vítimas de abuso muitas vezes NÃO conseguem perceber que foram abusadas. Olhe para a nossa personagem principal! A autora traça minunciosamente os pensamentos que esse tipo de vítima tem em sua mente: a negação, a culpa, o peso. Além disso, o abusador é manipulador, faz com que a pessoa abusada sinta isso de forma muito cruel. Jacob sempre parece usar falas parecidas como "ah, sabe, você é tão diferente das meninas da sua idade", "é tão inteligente", "eu peguei no seu joelho... Você não se sente incomodada, né?", "caramba, me desculpe, eu pensava que você era mais madura"... E aí que está a armadilha!

Vanessa era uma menina muito solitária quando tinha seus 15 anos. Sua ex melhor amiga e ela tiveram relações cortadas por um motivo que temos uma real noção só lá para o meio do livro. Isso foi perfeito para Strane porque assim ele parecia o único que realmente via como ela era "especial, madura e inteligente". A narradora da história ficou fisgada por essa atenção dada e virou vítima da manipulação sem limites desse cara.

Ver ela negando que foi abusada, estuprada e manipulada me trazia desejos de querer entrar no livro para sacudi-la implorando para que acordasse, porém pouco tempo depois a empatia batia na porta afirmando em minha mente "ela é uma vítima.. Uma vítima de manipulação com apenas 15 anos. Não há como cobrá-la de algo que claramente ela não tinha nenhum amparo". Foi o livro que não me fez chorar no decorrer, mas foi só eu terminar que desmoronei.

Por isso: ACREDITEM NAS MULHERES! Deem amparo, compreensão, analisem os depoimentos das vítimas não importando o gênero, raça, classe social, sexualidade e - pelo amor de Deus! - parem de tentar justificar os motivos de abusadores, pedófilos, estupradores... SÃO CRIMINOSOS! Não tem essa de "ah, a roupa dela...", "ah, ela olhou demais" e todas essas imbecilidades. A VÍTIMA NUNCA TERÁ CULPA e NÃO existe passada de pano pra isso!

Se você está passando por uma situação parecida com a da Vanessa ou conhece alguém que passa por isso: tente ao máximo lutar contra. Denuncie. Eu sei que é fácil falar e muito difícil fazer, mas se está aqui até agora é porque há uma força inexplicável em ti.
Você
Não
Está
Só.

"Esta não é uma história de amor."

lilynloren 28/01/2021

sombrio, de fato.
esse livro embrulhou meu estômago, me fez querer chorar e entrar nele e ajudar a vanessa e as outras meninas de alguma forma. não é uma leitura agradável e nem mesmo encantadora, é pesada, sombria e extremamente inquietante. não tenho como descrever com nada além disso, acho.

belongswifty 14/01/2021

Perfeito
Foi meio desconfortável ler algumas partes e fiquei com um pouco de raiva da Vanessa, mas sabendo que ela foi vítima e que ninguém sabe o que se passa na cabeça de alguém assim. Adorei a escrita

Gabriela Copatti 17/03/2022

A forma como a protagonista romantiza o abuso que sofreu é perturbadora, sem contar esse final nada a ver para o Strane.
Livro demorado e repetido em certos detalhes, menos no final que termina em pouquíssimas páginas e não mostra a evolução da personagem que cogitei que aconteceria. Enfim, leitura bacana para se pensar sobre o assunto, mas que poderia ter sido melhor desenvolvida em certos aspectos.

Nanda.Santos 02/11/2020

Gatilhos!
Quando comecei essa leitura, me senti muito angustiada até mesmo um pouco revoltada. É muito triste ver a forma como ele manipula os pensamentos de Vanessa, sem contar que esta manipulação atinge ela por completo durante sua vida inteira. O livro desperta vários gatilhos e mexe muito com o nosso lado feminino, materno, etc. A leitura desse livro não foi fácil, foi dolorida, foi em muitos momentos repugnante.

Jenickson 29/08/2020

Minha Sombria Vanessa
Eu passei horas pensando como conseguiria escrever tudo que pensei sobre este livro. Não é uma história previsível. Posso não conseguir expor minha opinião como quero, mas prometo tentar.

***

Kate Elizabeth Russell escreveu uma história extremamente delicada, pesada e complexa, que trás uma onda de questionamentos que podem fazer você construir, bem como desconstruir muitos conceitos formados que você possa ter.

No livro, que é narrado em primeira pessoa, acompanhamos a vida de Vanessa, dos seus 15 até seus 32 anos. Intercalando entre passado e futuro, o livro retrata a história do relacionamento da protagonista e do seu professor, Strane, que tinha 43 anos quando a conheceu.

Do primeiro ao último capítulo, confrontei meus conceitos e minhas opiniões sobre o que lia, e me perguntava até onde uma pessoa pode suportar um trauma do seu passado.

Vanessa suportou por anos. Calada. Submersa em seus pensamentos, que passaram a ser sombrios porque foram corrompidos, dilacerados, por um homem de 43 anos que dizia estar apaixonado e ter encontrado o amor de sua vida nela.

Baixa autoestima, insegurança, carência, falta de amor próprio e medos, foram sentimentos que andaram juntos com Vanessa por muitos e muitos anos. E por mais que ela sentisse mal e vivesse sob a perspectiva de depender do "amor" de um homem que a abusou sexualmente desde seus 15 anos, ela nunca se enxergou como vítima, mas culpada por tudo o que aconteceu.
Culpada por gostar.
Culpada por querê-lo.
Culpada por desejá-lo.

É uma história delicada, forte e triste, mas necessária. Uma história que nos faz pensar muito, e que talvez nem consigamos obter respostas concretas. Uma história que nos faz enxergar o ponto de vista das mulheres que resolvem se calar diante desta situação. Uma história para termos e criarmos empatia. Uma história. Que não é de amor.

iammoremylrds 24/03/2021

nem sei como descrever esse livro, me atingiu com tudo, pesado dms, contém gatilhos de manipulação, pedofilia, síndrome de Estocolmo, culpabilização da vítima, estupro, suicídio, etc