Resenhas - Assassinatos na Rua Morgue

Mariana113 19/10/2023

Nesse livro temos os 3 contos de Poe com a presença de Auguste Dupin que se tornaram marcas do novo gênero Policial. Quem já conhece esse tipo de literatura vai perceber os exatos momentos em que as convenções do gênero vão se formando, desde o narrador amigo, passando pelo detetive racional e a polícia incapaz, entre outros. Dos três contos, o que mais me surpreendeu foi o primeiro, o conto-titulo.

Aqui temos duas mulheres assassinadas dentro de uma sala trancada. Os gritos ouvidos pelos que estavam fora do quarto descrevem duas mulheres, um francês e um "estrangeiro" que ninguém sabe apontar de onde é. Dupin, com seu conhecimento enciclopédico vai além do óbvio para marcar o assassino: um orangotango fugitivo. Me surpreendeu muito esse final. Mas além disso, ele é plausível, se você voltar e ler o conto de novo pode perceber exatamente todas as pistas desde o começo - a marca de um bom escritor policial.

O segundo conto, O mistério de Marie Roget, é ainda mais surpreendente, mas confesso que não entendi. Em parte porque não há uma conclusão ao conto, retirada pelos editores originais. Mesmo assim, seu mistério é uma ótima forma de discutir não só o crime em si, mas como a mídia (aqui, diversos jornais e jornalistas) muitas vezes atrapalham a solução do caso, algo que infelizmente ainda acontece hoje em dia.

O terceiro conto, A carta roubada, tem não um assassinato, mas o roubo de uma carta de uma mulher poderosa que estava sendo chantagista pelo seu conteúdo. Aqui temos um embate não só entre Dupin e a Polícia, mas entre o detetive e o ladrão. Ambos homens muito astutos, o processo que Dupin segue para roubar a carta da posse do político é quase como assistir a um jogo de xadrez entre grandes enxadristas. Aqui ele finalmente encontra alguém a sua altura, que considera um desafio, e o supera.

Como os próprios textos do posfacio e diversos outros pesquisadores dizem, Poe não inventou a literatura de investigação, mas inventou quase todo o resto das características do gênero Policial, uma grande influência até hoje.

RayLima 19/10/2023

Dupin e o legado de Poe na literatura
?Os Assassinatos da Rua Morgue? é um livro de contos de Edgar Allan Poe, escritor norte-americano conhecido por suas narrativas de terror e suspense. Neste livro, temos 3 contos onde o excêntrico C. Auguste Dupin desvenda misteriosos crimes.

O primeiro conto, que dá nome ao livro, começa com uma apresentação a este personagem tão intrigante. O chevalier Auguste Dupin é um francês com quem nosso narrador (cujo não sabemos o nome) se encontra no período em que residiu em Paris (nos deixando a entender que se trata de um estrangeiro, provavelmente estadunidense como o próprio autor). À partir daí começa uma amizade motivada inicialmente pela admiração que o narrador tem pela grande imaginação e inteligência de Dupin, um homem vindo de ?boa família? mas que acabou ficando miserável, pois não se interessa por nenhum luxo além de seus livros. E como que para nos provar das façanhas de seu ilustre amigo, ele narra como Dupin desvendou o mistério dos horríveis assassinatos da Rua Morgue, algo que a polícia vinha falhando em fazer. Logo ficamos encantados, assim como o narrador, com o poder de dedução, raciocínio rápido e atenção aos detalhes do francês.

O segundo conto tem uma história interessante, pois vai se basear num crime real. ?O mistério de Marie Rogêt? foi escrito como uma tentativa do autor de chegar à verdade do caso ocorrido nos EUA, em que a jovem Mary Cecilia Rogers foi assassinada. Quando o conto foi publicado, o misterioso caso da vida real não havia sido solucionado, portanto o autor registrou os fatos (fornecidos pelos jornais, visto que o autor não estava na cidade onde o crime ocorreu) e de forma minuciosa escreveu o conto (trocando os reais nomes de pessoas, locais e jornais citados por nomes referentes à capital francesa) e tentou descobrir o que realmente havia acontecido com Mary assim como Dupin tentava descobrir sobre a jovem Marie. Nesse conto a leitura precisa ser feita com muita atenção, pois são muitos detalhes para lembrar.

O terceiro conto é o mais curto, mas nem por isso deixa de ser interessante, aqui não se trata de um assassinato, mas um caso de chantagem. ?A Carta Roubada? tem como foco o mundo da política. Uma figura da realeza (outra mulher) tem uma carta roubada, a carta, que provavelmente contém um segredo, passa a ser usada contra ela. O ladrão é um ministro, homem poderoso e inteligente. A vítima recorre então à polícia e o caso fica a cargo de Monsieur G., comissário de polícia parisiense. Monsieur G. é um velho conhecido de Dupin e o busca para pedir conselhos sobre como solucionar o problema. Aqui temos um Dupin diferente, pois como o caso não se trata de uma tragédia violenta, o texto tem mais leveza e até mesmo um certo senso de humor. Muito divertido e uma ótima forma de encerrar o livro.

Como se pode ver nesses 3 contos, o autor, com Dupin situado na Cidade Luz (Paris), traz luz à violência das grandes metrópoles, ao mesmo tempo que enaltece o valor do conhecimento e do pensamento crítico. A inteligência aqui é uma arma usada para se obter justiça e trazer ordem ao caos.

Poe pode não ter sido o criador do romance policial, mas foi quem formulou e popularizou o gênero da forma que o temos até hoje. Auguste Dupin é um personagem marcante, o primeiro detetive particular (na época esse termo nem existia) da literatura que inspirou outros tantos personagens conhecidos na cultura pop, como Sherlock Holmes (Conan Doyle) e Hercule Poirot(Ágatha Christie). E seu companheiro, nosso narrador, mesmo que sem nome, também inspirou os fiéis escudeiros desses detetives, Watson (de Sherlock) e Hastings (de Poirot). Esse livro é uma leitura essencial para os fãs do gênero policial.

Felipe | @fe.ituras 15/10/2023

Já havia lido o conto "Assassinatos da Rua Morgue" (reli nesta ocasião) e li essa edição para poder concluir a tríade de histórias do detetive Dupin.

A importância, a influência e o impacto desses contos na literatura mundial são indiscutíveis. Poe iniciou um novo gênero e inspirou inúmeros autores mundo afora, tendo como exemplos mais conhecidos Sir Sherlock Holmes e Hercule Poirot.

No entanto, os contos "O Mistério de Marie Roget" e "A Carta Roubada" não me cativaram. No primeiro, senti uma prolixidade cansativa e um texto denso que me exigiu mais esforço para ser concluído. No segundo, deparei-me com um relato curto e superficial.

Para mim, o único conto que capturou verdadeiramente a essência de uma história escrita por Poe foi "Os Assassinatos da Rua Morgue", que trazem o mistério e o horror característicos do autor. Em resumo, não foi uma leitura ruim, mas a expectativa era maior após meu primeiro contato com outras obras do autor.

Natália 06/10/2023

Ler Poe é certeza de leitura incrível
Eu separei esse livro de Edgar Allan Poe, um escritor que eu amo, para iniciar minhas leituras temáticas de Halloween. Eu achei que seria um livro de terror, mas estava enganada, pois é um livro policial. Não é um problema para mim, pois eu simplesmente adoro literatura policial. Além disso, me enganei em pensar que esse livro continha apenas um conto, Os assassinatos na rua Morgue, que dá título ao livro. O livro dessa edição da editora Antofágica possui além desse, outros dois contos: O mistério de Marie Rogêt e A carta roubada, sendo que esse último conto eu já tinha lido na edição física que tenho do livro Histórias Extraordinárias da editora Companhia das Letras.
O que esses três contos têm em comum é o mistério envolvido, o cenário dos acontecimentos ser em Paris, o suspense policial e a investigação de toda a trama pelo detetive particular Auguste Dupin. Dupin é considerado o primeiro detetive da história ficcional, servindo de inspiração para outros detetives famosos da literatura, tais como Hercule Poirot (Agatha Christie) e Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle). É um detetive sagaz que desvenda os mistérios através de muita observação, trabalhando quando a polícia falha na investigação.
Gostei demais dos contos. Poe não decepciona. Produz contos de suspense e/ou terror de modo inteligente, envolvendo o leitor do início ao fim.

Segue uma breve resenha de cada um dos contos:

* Os assassinatos na Rua Morgue
Nesse conto, Dupin investiga os assassinatos brutais de mãe e filha ocorridos dentro da casa onde as vítimas residiam, um prédio que não tinha sinais de arrombamento e estava com portas e janelas fechadas por dentro. A polícia não entende o que pode ter acontecido e Dupin desvenda o mistério.

* O mistério de Marie Rogêt
Uma jovem que trabalha em uma perfumaria some misteriosamente. Poucos dias depois, o corpo dela é encontrado boiando em um rio.
Os jornais apresentam várias teorias, mas nada é conclusivo. Dupin investiga o caso baseado em sua intuição e percepção dos detalhes.
Uma curiosidade a respeito desse caso é que ele é baseado em fatos, tendo ocorrido esse crime nos Estados Unidos.

* A carta roubada
O foco desse conto, o mais curto dos três, é o mundo da política. Uma carta de uma personagem de alto escalão é subtraída por um ministro, que ao analisar o seu conteúdo passa a chantageá-la. Dupin entra em cena para tentar reaver a carta roubada.

Adriane.Camille 06/10/2023

Os assassinatos na rua Morgue (3?) - Edgar Allan Poe
Chato demais. Há 3 contos presentes nesse livro e deles apenas um me deu curiosidade de ler e entender o que se passava. O segundo conto foi extremamente difícil de ler, nada interessante e com tantos detalhes chatos, por ler sem prestar atenção nem entendi totalmente a resolução do mesmo.

Não é terrível mas não é uma leitura que eu recomendaria ou que um dia voltarei a ler. Os contos de terror do Poe são infinitamente melhores e fazem muito mais o estilo dele do que esses de investigação.

bobbie 03/10/2023

Qualidade incontestável, que o leitor tem que aprender a apreciar.
Este livro reúne 3 contos de investigação detetivesca do mestre Edgar Allan Poe, publicados em 1841, 1842 e 1849 originalmente, mas que formam uma trilogia, conversando entre si, dando "continuidade" à narrativa do detetive Dupin. O meu preferido é o que dá nome à coletânea: Os assassinatos na rua Morgue, pois a trama envolve pela peculiaridade dos crimes e a revelação do mistério fascina. Dupin é um detetive único, que privilegia o intelecto sistematicamente analítico no que diz respeito a toda e qualquer evidência relativa ao crime. Isto faz com que o desenrolar da narrativa, apesar de excepcionalmente bem escrito (que não reste dúvidas quanto a isto), se torne um tanto quanto enfadonha. Cada minúcia, gesto e circunstância correlata ao crime a ser solucionado é analisado milimetricamente pelo viés da lógica, da ciência, da psiquê dos envolvidos, da disposição das evidências, de modo que a narrativa se torna uma extensa análise que flui, incansável, até desaguar no mar da resolução. Entre os três contos presentes nessa edição, o que eu achei que fluiu mais organicamente foi o primeiro. Por isso minha preferência.

Ticiana 24/09/2023

O primeiro conto realmente é o melhor e mais interessante do livro e os outros são só para encher as páginas

Shoy 19/09/2023

É Poe
Edgar tinha um modo único de escrever e envolver o leitor, acho que é simplesmente gostoso de ler e tão fácil de imaginar o que está acontecendo.

O erro foi começar a ler antes da semana de provas KKKk

Nicolas 14/09/2023

Podia ser bem melhor
Tem um começo muito bom, amei o conto da rua Morgue, o desfecho me deixou de cara e a leitura foi muito boa.
Os últimos contos são ruins. Dupin fica apenas se exaltando e mostrando o quão é inteligente e ele faz explicações beeeemmm extensas apenas pra provar como ele é o único certo e todos a sua volta são burros. Mas é interessante dizer que o caso que inspirou o conto a Marie Rogêt é real, Poe deu sua própria conclusão para o caso (na vida real ninguém sabe oq houve). O último conto não é nenhum grande mistério, é até interessante, não fosse pela exaustão do Dupin (um dos personagens principais menos carismáticos que já li).

Leila 08/09/2023

Gostei dos contos, tem um começo e fim muito interessantes. Mas achei muito extensas as explicações e conclusões.
Dupin, tenta, de diversas formas deixar claro seu ponto de vista, tanto que em momentos chega ser cansativo e repetitivo.

Minha primeira leitura de Põe, e não foi o que eu esperava.

lu_nasc05 03/09/2023

Intrigante
O livro e as tramas em si são bem curiosos, mas, acho q por causa da época mesmo, a resolução dos problemas do jeito mais inesperado possível e o tipo de narração não me prenderam na história.
Entretanto o arco do raciocínio do protagonista é bem interessante como ele chega a determinadas conclusões só por dedução em si.

**Foi minha primeira vez lendo obras desse autor, esses finais meio sem pé nem cabeça (tipo o Orangotango) são características dele mesmo ou são coisas mais pontuais?

lauraods1 01/09/2023

Não compensa
Não gostei do estilo da escrita.
Os mistérios tinham grande potencial, porém a enrolação do Dupim para explicar sua lógica analítica é cansativa demais.

Emi Diggory 31/08/2023

O melhor caso do Detetive Dupin, achei muito interessante o fato do amigo de Dupin narrar a história do protagonista.

wsx.will0 28/08/2023

Eeeehhhh...
O livro em si é bom, tem uma proposta muito legal, o problema é que algumas histórias começam de uma forma meio nada a ver.

Talvez não tenha gostado por esse motivo, mas tbm tem o tipo de linguagem que esse livro tem, é um tipo de linguagem meio difícil de entender.