CarolDamaso 01/09/2021
"Harry, você é um bruxo."
Acho que a ironia do acaso me fez terminar esse livro bem no dia 1º de setembro, o dia onde essa história começa, o dia em que todos nós, fãs de Harry Potter, ou Potterheads já sonhamos em viver. E aqui estou, algumas horas após terminar de reler o livro que me tornou leitora a dois ou três anos atrás, o que é uma das coisas mais clichês que um leitor pode dizer.
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Eu acho que ninguém nesse mundo nunca ouviu falar de Harry Potter. Harry Potter faz parte da cultura geek e é um clássico da literatura infanto-juvenil, que todos os dias, torna mais e mais jovens e adolescentes leitores e amantes da literatura. Mesmo assim, o livro trata do garoto Harry Potter, um garoto estranho, sem amigos e que vive na casa dos tios após seus pais terem sido mortos. Certo dia, ele descobre que é um bruxo muito, mais muito famoso, e com isso, começa a maior aventura de sua vida. Criaturas mágicas, um castelo com mais de 500 anos de idade que forma bruxos e bruxas, jogos mágicos, chapéus que falam, e o mais importante, um questionamento que fica tanto na nossa cabeça tanto quanto na cabeça de Harry: quem era Você-Sabe-Quem e o que teria realmente acontecido com seus pais.
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Com o desenrolar da trama, somos cada vez mais presos ao redor dessa narrativa. Lembro que da primeira vez que realmente parei para ler o livro, terminei-o em dois dias (eu sempre começava e ficava parada no meio, nunca conseguia sair da plataforma de King's Cross). O mundo mágico te encanta, seus mistérios, seus feitiços, seus costumes. De repente, você se vê pensando, imaginando, sonhando em estar lá, em estar em Hogwarts, em realmente sentar em um banquinho de quatro pernas e colocar um chapéu sob sua cabeça, esperando que o diga para que casa você iria. Os personagens te encantam, te deixam intrigada para saber quais são os mistérios que eles escondem, que informações eles tem mais não querem te passar. De repente, você esta torcendo para Grifinória vencer o jogo de Quadribol, e mais rápido ainda, começa a ver Hogwarts como uma casa. A escola vira uma casa, os personagens viram um conforto e a trama se torna uma cicatriz em sua memória, te impedindo de não pensar pelo menos por um segundo em seus feitiços e em suas lições de moral.
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Eu tenho muita memória afetiva com a série Harry Potter, mas isso não me impede de fazer sérias críticas a autora. É claro que ela mudou o mundo literário e a cultura geek para sempre, mas ela errou feio quando não colocou nenhuma representatividade na série ( eu to falando nos livros, em Animais Fantásticos não conta). E sim, pequeno gafanhoto, isso FAZ FALTA. Além de que a autora é abertamente transfóbica, uma grande decepção para mim como fã.
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O livro em si não tem muitos pontos negativos, porém o começo é um pouco lento. Nada acontece, mas mesmo assim eu acho incrível ver tudo se desenrolando, a autora já nos dando as pistas do que viria a acontecer no decorrer dos próximos livros, porque se pararmos para pensar, o final da coleção já estava neste livro, só precisa de uma releitura e de atenção para perceber.
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Por ter essa grande memória afetiva com a série, eu fico talvez emocionada demais ao vir falar desse mundo. São tantas teorias, tantos personagens, tantas tramas pessoais, tantas coisas! Harry Potter é uma lenda imortal, de um menino que sobreviveu, que lutou contra as Trevas, que salvou o mundo bruxo e que foi considerado um dos maiores bruxos de todos os tempos. Harry Potter sempre estará no imaginário de todos, seja você criança, adolescente, adulto. Por mais que tenha seus defeitos, é sim uma obra que devemos admirar.
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"Não existe bem e mal, só existe poder, e aqueles que são fracos de mais para o desejarem."
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Obrigada por ter lido essa resenha, e até a próxima!