Luana Alves
30/03/2022"O que é uma pessoa, se não as marcas que deixa para trás?"A maior experiência desse livro é, de longe, acompanhar a evolução do mundo junto da Addie, o que ocorre concomitantemente à própria evolução da personagem, perante a sua passagem na Terra sendo completamente esquecida por todos, a todo momento.
Viver é deixar para trás os momentos, as experiências e as lembranças para aqueles que ficam, do que adianta não ter nada disso? Do que adianta viver fadada ao esquecimento? É aí que tá, adianta tudo, adianta muito! Addie nos mostra que viver também é nos enriquecer de momentos, de sensações e das vivências inexplicáveis e únicas que podemos angariar e construir ao longo da nossa jornada e, mesmo que no fim ninguém lembre dos seus feitos, ela vai saber que os fez, ela vai se lembrar.
A Vida Invisivel de Addie LaRue é uma história endossada com uma escrita absurdamente poética, narrada de um jeito que te faz se sentir presente, que te faz viver aquilo junto da personagem. Contudo, não considero um livro ?fácil? de ler, daqueles que você senta de manhã e termina antes do anoitecer, é uma leitura no estilo montanha-russa, com altos e baixos, com páginas que demoram muito pra passar e outras que você devora em segundos.
No fim, Adeline LaRue queria ser livre, ela queria conhecer novos lugares, e, na realidade, ela só queria viver. Ela sabia que a sua vida estava destinada a de todos em Villon, em uma França de 1700 completamente pacata. Ela estava destinada a uma vida em que não iria conseguir realizar os seus sonhos e, talvez, muito menos ter a oportunidade de sonhá-los. Para isso, ela faz um pacto com a escuridão e fica designada a não pertencer a lugar nenhum e a ser completamente esquecida.
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