Não aceite caramelos de estranhos

Não aceite caramelos de estranhos Andrea Jeftanovic




Resenhas - Não aceite caramelos de estranhos


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Barbara.Luiza 24/06/2021

Em “Não aceite caramelos de estranhos”, Andrea Jeftanovic nos apresenta a 11 contos atravessados por pulsões irreprimíveis, daquelas que quando vistas em sociedade só podem causar espanto.

A relação deste sentimento com o ambiente doméstico na qual se desenrolam os contos cria uma atmosfera de magnetismo e repulsa que se retroalimentam no leitor. Náusea ou fascínio, não há meio termo aqui.

É curioso apontar, porém, que no apagar das estrelas o livro se desenrola com certa intimidade tocante. Como se a autora nos levasse do choque ao conforto sem que reparássemos qual estrada nos fez chegar aqui.

É, acima de tudo, um livro atravessado pelo exercício do amor nas suas mais diversas formas. O amor feito verbo: amar. Amar ainda que o ato provoque a ojeriza alheia. Amar impetuosamente, irrevogavelmente. Sem se preocupar com o que acontece no tempo e no espaço ao redor.

A prosa de Jeftanovic é única, joga no colo do leitor todo o juízo de valor sobre o que é representado. Um encontro com as partes mais profundas do ser humano. Será que Freud saberia explicar?

A edição nacional traz uma graça, trechos selecionados dos contos tem destaque ao final. Essa retomada nos mantém presos na história e tece seu caminho para a próxima.
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Jônatas Rafael Garpin 08/04/2023

O passado era uma escada que eu voltava a subir...
Livro extremamente forte e realista sobre a vida e as pessoas. Os maiores traumas que uma pessoa pode ter, mas que super recomenda a leitura.
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ElisaCazorla 23/06/2022

Para um leitor juvenil
Quantas vezes uma pessoa pode enfiar a palavra púbis num livro? De acordo com essa autora quanto mais melhor! Acho que li mais vezes a palavra púbis nesse livro do que na minha vida inteira hahahaaha A autora tem uma necessidade doentia de falar sobre pelos, púbis e masturbação hahahaha o cômico chega a ser enfadonho.
Todos os contos são cansativos, previsíveis e num esforço claro de ser misterioso mas, sem sucesso.
Mas é MUITO CHATO MESMO!
Talvez para um adolescente descobrindo o sexo seja interessante descobrir as insanidades das pulsões sexuais.
Uma vez que a proposta da obra era navegar pelas relações complicadas da intimidade familiar, esperava que o livro fosse para outros lugares e tratasse de temas complicados como o universo silencioso e denso das família. Mas não, a autora escolhe tratar de tragédias familiares que envolvem repugnância de maneira óbvia e sensacionalista, com a sensação de querer escandalizar e mais nada. É um relato que tenta ser dramático e desconfortável mas não consegue. Beira a pornografia forçando um incesto ali, uma pedofilia aqui.
É pouca vida para um livro tão ruim.
Não perca seu tempo.
putyourflorest 21/02/2024minha estante
Não concordo 100% com tudo que você diz, mas concordo demais com coisas que você apontou e não parece ter incomodado mais ninguém. Tem algo de sensasionalista, uma obscenidade adolescente mesmo que parece engajada em escandalizar com uma escrita ornamentada que se pretende muito refinada. O que acho é que em alguns momentos alcança isso, mas são poucos. Púbis, aréolas e pelos...


ElisaCazorla 23/02/2024minha estante
Obrigada por sua leitura e seu comentário. Gosto muito dessas trocas por aqui :)




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Diogo 27/10/2020

Desconfortável, mas genial.
11 contos sensacionais! Muito bem escritos... Muitos tratando de temas pesados e sombrios, mas com uma beleza genial. A autora conduz muito bem os sentimentos do leitor, conectando com a história e com personagens muito peculiares e absurdos, e causando muito desconforto!
Eduarda 28/10/2020minha estante
Fiquei com vontade de ler!




Toni 16/01/2021

Leitura 53 de 2020

Não aceite caramelos de estranhos [2011]
Andrea Jeftanovic (Chile, 1970-)
Mundaréu, 2020, 144 p.

A literatura existe porque o mundo não é suficiente e há demasiadas pessoas descontentes. Uma de suas funções, portanto, é incomodar, jogar com estigmas, tratar tabus, propor desassossegos. Os onze contos que compõem a coletânea da chilena Andrea Jeftanovic são dessa estirpe, narrativas brilhantemente escritas que questionam os vínculos humanos mais estreitos (aqueles entre familiares) e propõem uma quebra subversiva das expectativas e certezas de seus leitores. “O contemporâneo”, diz Giorgio Agamben, “é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro”. Exatamente o que faz Jeftanovic.

Cada um à sua maneira, os contos de “Não aceite caramelos de estranhos” sufocam e nos constrangem, muito porque todos eles são narrados em primeira pessoa por personagens que, de alguma forma, lutam contra pressões sociais, morais, religiosas, familiares, sexuais, geracionais etc—externas ou internas. A pulsão de morte, sempre presente, convive ao lado do gozo, libertário e proibido, alertando-nos, mais uma vez, que “mesmo conhecendo os mínimos detalhes de um corpo, nunca, nunca possuímos o segredo de quem o habita”—advertência da epígrafe que introduz a coletânea. Entre os favoritos, os contos “Árvore genealógica”, “Até que se apaguem as estrelas”, “Na praia, as crianças”, “Miopia” e “A necessidade de ser filho”, me conquistaram como histórias de triste beleza, perturbadoras ou angustiantes, mas sempre dolorosamente verossímeis.

Fui convidado pelo @canalmaisliteratura para a leitura coletiva deste livro que aconteceu no último sábado (28/11) lá no YouTube. A live já está disponível e contou com contribuições preciosas de um time apaixonante de leitoras e leitores. E aproveito o espaço que me resta para agradecer o esmero empregado pela @editoramundareu nesta publicação. Um trabalho de muito respeito ao leitor e à nossa incrível tradição literária latino-americana.
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Gabi® 12/08/2023

Um livro curto, mas que tive muita dificuldade em terminar
Esse livro foi indicação de uma pessoa aleatória com quem conversei um dia no Sesc. Estava lendo um livro de contos e ela elogiou esse livro diversas vezes. Criei altas expectativas que não chegaram nem perto de serem alcançadas. Eu gostei de no máximo 3 contos, o que dá nome ao livro, o último e confesso de outro que não lembro, mas fiquei satisfeita com a leitura.
Confesso que talvez eu não tenha dado a devida atenção para cada linhas, mas a escrita da autora não me cativou.
No entanto, recomendo, sim, a leitura para que você tire suas conclusões.
Lucas 12/08/2023minha estante
Tem história... É o que importa muitas vezes.


Lori Bulhak 12/08/2023minha estante
Não aceite recomendações de estranhos (brincadeira)


Gabi® 12/08/2023minha estante
@lori hahhahahaha




babi 04/09/2021

grotesco de bom
uma das coisas que eu mais gostei nesse livro foi o incômodo que eu tive ao longo da leitura. já começamos com um conto que é difícil de engolir, mexe com assuntos complicados. o livro inteiro me remeteu um ambiente familiar onde você não está em casa, sempre há um empecilho no meio que te deixa desconfortável.

e como eu gosto de leituras que mexem, gostei dessa.
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Nara 28/12/2021

Última leitura latinoamericana do ano.

Uma das melhores!
Resenhar coletâneas de contos é um desafio!Aqui temos, narrativas indigestas que, evidenciam aspectos da construção social que existe nas criações dos laços familiares, na leitura que realizamos dos pápeis de gênero entre pai/mãe e, no peso que muitas vezes a parentalidade e o cuidado recai unicamente na mulher.

Inclusive, é quase completa, a ausência de personagens homens nas narrativas (pra mim) é um reflexo da sociedade.

Árvore Genealógica, é o primeiro soco no estômago.

Um pai narra como sua filha desde muito cedo começa a seduzi-lo, a ponto de tornar-se impossível não sucumbir aquele "amor".

Existe uma construção de pensamento na opinião da filha (bom lembrar que, o narrador é o pai) que, explicaria a relação. É um conto perturbador que faz pensar em como a moral se relaciona com o social e, estrutura as nossas relações, mas, que vivendo num período da história em que tudo torna-se uma questão de opinião, como isso pode borrar esses limites a ponto de tornar "aceitável" o incesto? O que me lembra também o quanto a indústria pornográfica faz sucesso com cenas que suscitam relações sexuais incestuosas.

O que dá o tom para essa interpretação é a epígrafe do antropólogo Levi-Strauss nesse conto:

O que é proibido?
"A sociedade não proíbe nada além daquilo que ela mesma suscita."

É uma escrita lírica que, vai além do incesto em si, com o pai narrando de forma angustiada como foi parar nessa situação e, os desdobramentos de vivenciá-la conforme se aproxima a velhice em relação a juventude que ganha forma na filha-amante.

Não vou mencionar conto por conto, mas, meu predileto: Marejadas.
Faria com gosto um TCC baseada na teoria do imaginário de Durand sobre esse conto.
Existem diversas camadas nas quais a imagem-título suscita outra, dita o ritmo e cria associações de modo que nos assusta a presença do sagrado/profano, da dor/prazer como manifestações possíveis mesmo que antagônicas, num momento de perda e luto.
Uma mãe recebe a ligação da delegacia informando que o primogênito está em estado grave em decorrência de um acidente.
Ela sai desesperada e, se depara com o ex-companheiro e pai de seu filho no hospital.
A autora utiliza o mar como a alegoria com a qual a personagem-mãe expressará o que sente:
"Uma grande onda me arrastava num sonho, interrompido por um telefonema à meia noite.Nadava num mar de escombros quando o policial pronunciou o nome do meu filho."

"Um enxame de sirenes de ambulância soava na minha cabeça.Acelerava sentindo os sapatos cheios de água."

Quando ela vê a ultrassonografia do derrame do filho: "Uma maré de sangue que escurecia hemisférios e cavidades."

Todo o tempo o mar, as águas turvas e o movimento letárgico e carregado da própria marejada, são suscitados pela protagonista.

Em determinado momento, é sabido que ele não tem muitas chances e, esse ex-companheiro chama ela pra caminharem juntos e conversar, até a casa dele.

Observando o ex-companheiro, ela se dá conta do quanto filho e pai são parecidos e, então ela beija e acaricia o ex.

É incrível o quão turva fica a escrita demonstrando essa confusão mental de imagens que se dá na mente dessa mãe tentando entender que está prestes a perder o primeiro filho.. Ao mesmo tempo tendo uma relação com o pai, retomando as imagens predecessoras de água do mar, sangue, vínculo, útero, fecundidade, ciclo, gênese.

"Faça-me um filho, sentenciei.Não vê como avança a mancha no mapa cerebral(...)Sim,eu sei, a maré sobe e inunda cavidades e tecidos.É um mar de vasos sanguíneos explodidos que não retrocede."

Maravilhoso! Super indico
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Marconi Moura 08/01/2022

8,0
Pequeno livro de contos em q os personagens parecem ser estranhos pra si mesmos. São emas espinhosos desde incesto até a morte. Os estilos de narração vão desde um descritivo simples até o fluxo de consciência, sempre em primeira pessoa, mantendo uma leitura agradável e atrativa.
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Andrea 07/11/2023

Estava gostando bastante até a metade...depois a escrita foi se perdendo, os contos ficaram meio estranhos, sem nexo, com a clara intenção de chocar de uma maneira rasa...sei lá, foi do 80 ao 8 muito rápido
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Picón 14/01/2021

...
A primeira metade do livro é boa, a segunda é de médio para baixo. Praticamente todos os contos tem temática sexual e (tentativa de) final apoteótico. Considerei um tanto forçado, com uma necessidade muito deliberada de chocar o leitor.
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Marina.Fraga 25/04/2021

Um soco no estômago, do começo ao fim
Livro visceral, redigido entre o familiar e o incômodo (o que Freud chamaria de infamiliar). Há amor e ternura, ha solidão e tristeza, tudo isso entremeado em linhas de frustrações, de perturbações, fracassos, conflitos. O primeiro conto - para mim, o mais difícil de digerir - como que pergunta ao leitor se ele deseja mesmo continuar: começamos assim, não espere nada diferente ao fim. Há contos brilhantes - como ?A Necessidade de ser Filho? e ?Miopia? (outro muito difícil de ser digerido) - e outros nem tanto como ?Amanhã Estaremos Nas Manchetes?. Mas mesmo esses mais ?fracos? dado o apanhado geral, são muito bem escritos, há muita coisa sendo dita em poucas palavras, há muitos sentimentos em tão poucas páginas. Sem dúvidas, um dos melhores livros que li nos últimos anos. Vale cada vírgula.
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natália rocha 14/09/2021

Um dos meus livros de contos favoritos.
O livro já tem início citando Lévi-Strauss em uma epígrafe: ''a sociedade não proíbe nada além daquilo que ela mesmo suscita'', em uma tentativa de nos preparar para os onze contos que vem a seguir.

São narrativas que nos chocam pela sua temática e pela naturalidade com que a autora escreve. Nos deparamos com situações desvirtuadas, extremas, por vezes que nos causam repulsa - como no primeiro conto.

Na quarta capa do livro, nos deparamos com dois conceitos que explicam um pouco o efeito desse livro nos seus leitores:

- catarse: é um termo grego que significa purificação do espírito humano, livramento das imperfeições, um método de expulsão daquilo que é anormal à natureza humana - e essa expulsão pode ser feita por meio das artes, como a literatura. Nesse livro, isso é feito por compartilhar com seus leitores narrativas tão viscerais, tão sofridas, por vezes até abomináveis vividas pelos protagonistas dos contos.

- unheimlich: conceito criado por Freud a partir de um conto de E.T.A. Hoffmann que diz: ''estamos diante de algo profundamente perturbador, todavia estranhamente familiar''. As situações desse conto, por mais incômodas que sejam, estão presentes no nosso meio, acontecem todos os dias e por vezes até viram notícias nos jornais.

Acho que o uso desses conceitos ajudam muito a passar os efeitos desse livro sobre seus leitores. Não sei se recomendo esse livro para todo mundo, alguns contos exigem estômago forte e se você não curte leituras incômodas, melhor passar longe.

Mais uma autora latino-americana que gostei muito de conhecer!
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Caroline Vital 21/04/2024

Acho que esse é o primeiro livro de contos que eu gosto absolutamente de todos eles. São contos sobre relações familiares, socos no estômago muito bem escritos, poéticos, viscerais.
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