Ley 20/02/2021Eu inicio os livros da Cassie com um sorriso mesmo sabendo que vou sofrerO anúncio desse livro foi comoção o suficiente para me fazer querer lê-lo logo. Cassandra Clare é uma autora que sempre me surpreende e vendo várias pessoas lendo e favoritando esse livro, me fez crer que ele seria incrível. Ele também faz parte do universo dos Caçadores de Sombras, e em uma linha cronológica, posso dizer que ele se passa anos depois da trilogia As Peças Infernais.
As Últimas Horas é o título dessa nova trilogia da autora, trazendo personagens que, alguns, já conhecemos, e outros são novos, porém importantes. O livro se passa em 1903, com a chegada de Cordélia Carstairs e sua família em Londres. Houveram motivos para essa mudança acontecer que serão explicados no decorrer da história. A personagem é a protagonista e tem muito de si que me encantou.
A personagem que tem ascendência Persa e características do lugar, foi mais uma adição importante ao mundo dos Caçadores de Sombras. Cordélia narra boa parte da história juntamente com James Herondale, filho de Will e Tessa ambos protagonistas de As Peças Infernais. Lucie, irmã de James também tem pontos de vista de igual importância. Como mistério, combate a demônios, e se meter em encrencas é comum entre os personagens desse universo, é bem assim que esse livro caminha.
Um ataque de demônios fora do convencional abala Londres e Cordélia, Lucie, James e seus amigos irão enfrentar isso juntos buscando uma solução. Bom, já temos ideia que a solução nem sempre é tão simples, bem como os problemas não irão se resumir somente a ataques de demônios. Muitos dos personagens aqui já vimos vislumbre em livros de contos da autora, portanto cada um tem dilemas próprios que não são tão fáceis de resolver.
Com a correria para descobrir a origem dos ataques e reverter as consequências do mesmo, os personagens terão que lidar com seus demônios. São nesses momentos que o leitor acaba sofrendo junto com tais personagens. Cassandra desenvolve cada um de maneira esplêndida, deixando pontas soltas para o próximo volume capaz de fazer qualquer leitor (eu) morrer do coração antes.
A leitura nos faz viajar para o ano de 1903, uma Londres recém saída da era vitoriana. Embora seja um livro ambientado no século XX, os personagens trazem diversidade e representatividade que existiam na época, mas não eram não bem vistos. Anna Lightwood e Matthew Fairchild já haviam ganhado meu coração antes através de contos, e aqui fizeram isso mais uma vez. Outros personagens LGBTQ+ aparecem, mas nem todos foram tão cativantes.
Houveram momentos de raiva, como é comum nos livros da autora. Fico imaginando o que irá acontecer nos próximos livros para serem capazes de desfazer o nó de acontecimentos tecidos nesse aqui. Comecei a odiar personagens desde já, e provavelmente meu ódio por eles permanecerá ou talvez aumentará conforme suas escolhas. A impressão é que todo o universo se junta para fazer mal justamente aos personagens que eu quero colocar em um potinho e proteger.
O vilão do livro foi uma surpresa, e seus colaboradores só me despertaram nojo. Sim, a leitura me fez sentir tudo isso e ainda sentir esperança em relação a outros personagens. O plot da história foi a junção de várias surpresas, algumas de conhecimento apenas para quem está lendo sem poder alertar aqueles dentro do livro. Após o ápice dos acontecimentos, ainda houveram surpresas que me surpreenderam, e nem tudo foi bom. Serviu apenas para me deixar mais alerta com o que virá, e esperançosa em relação ao destino dos personagens.
O enredo e personagens são perfeitos, com a dose certa de fazer o leitor viciar. Mesmo após finalizar a leitura, ainda sobra muito para fazer o leitor formar teorias e contar os dias para o próximo volume. Esse também é um dos maiores livros da autora, mas são páginas que mal vemos passar. A leitura se torna viciante e cada acontecimento é urgente.
Essa edição conta com um conto exclusivo de Will e Tessa no dia do casamento deles. Isso por si só já é um spoiler de As Peças Infernais, mas também é maravilhoso ter mais momentos desse casal maravilhoso. Foi um conto para quem é fã se sentir mais acolhido e também matar a saudade do que As Peças Infernais deixou.
O ideal para realizar essa leitura é ler todos os livros que precedem esse. Cada um tem detalhes que irão complementar a história, não só sobre os personagens, mas também o rumo que ela irá tomar. Mesmo que esse se passe, em uma ordem cronológica, muito antes de Os Instrumentos Mortais e outras obras do universo, eles tem conexão. Para uma melhor experiência de leitura, é preferível ler conforme a ordem de lançamento dos livros.
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https://www.imersaoliteraria.com.br/2021/01/resenha-as-ultimas-horas-corrente-de.html