A filha única

A filha única Guadalupe Nettel




Resenhas -


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ritita 17/05/2022

Ah, esta tal maternidade...
Tristíssimo, mas de uma delicadeza ímpar.
Três mulheres em situações diferentes da vida, que questionam, sofrem, negam e amam a maternidade.
A narrativa é profunda sobre afetos, amores, medos, incondicionalidade e operosidade do parir um outro ser.
Parir é uma imposição social? Pergunta Laura que não quer ter filhos e acha crianças uma chatice só.
Doris tem um filho com episódios de extrema violência com ela, e nada consegue fazer.
Alina, ainda que não pensasse em ser mãe, dá à luz uma menininha com prognóstico de poucos dias de vida.
O casal de pombos que mora na varanda de Laura nidificam ovos que não são seus.
Ser mãe é padecer no paraíso ou no inferno? Não é só usufruir e amar?
O que a sociedade e as próprias mães esperam delas?
Leiam e tirem suas conclusões.
Muito bom, mas também muito sofrido.
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maygiacomo 22/10/2023

A filha única
Acabei de terminar esse livro super rapidinho e estou perplexa, adorei! foi incrível essa leitura, me prendeu do início ao fim, muito feliz que li ele!
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Pandora 06/10/2022

Este é o segundo livro de Guadalupe Nettel que leio e chego à conclusão que talvez seus escritos não sejam para mim. Sempre termino com a sensação de que ela quis tratar de vários assuntos, mas fica faltando alguma coisa, um aprofundamento.

No livro A Hóspede ela faz uma primeira parte primorosa, interessantíssima, que nos deixa totalmente envolvidos e boquiabertos, esperando o que está por vir. Aí amorna, e questões como a gerência de instituições para deficientes, os marginalizados sociais, o idealismo de uma sociedade mais justa e, principalmente, a abordagem do duplo, dos desdobramentos nas pessoas e na sociedade ficam um tanto atropeladas.

Neste La hija única, Laura (a narradora) e Alina são grandes amigas, tendo ambas vivido um tempo na França. Um dos motivos que as uniam era a decisão de não serem mães, o que de certa forma as colocava num grupo distinto daquelas conhecidas que abraçavam a maternidade. Mais tarde, já de volta ao México - para onde Alina retornara um ano antes - Laura se dedica à sua tese de doutorado e fica surpresa quando Alina lhe conta que ela e o marido estão há um ano tentando engravidar e que decidiram fazer um tratamento, ainda que fosse necessária a fertilização in vitro ou um transplante de óvulo.

Aqui, a autora trata de maternidade e amizade, de situações que nos colocam cuidando de alguém sem querer, situações em que os cuidados que teremos que ter vão além do que esperávamos, situações em que tudo muda de um dia para outro, situações sem controle. Mas mais uma vez senti que o princípio do livro foi cativante e depois foi amornando e se confundindo, até que eu estava desejando que acabasse.

A relação da narradora com a mãe, a depressão e passado de abuso da vizinha, o coletivo feminista, a situação do México, tudo é vapt-vupt. Numa certa altura, só a história da família de Alina me interessava.

Talvez se ela tivesse usado várias vozes narrativas? quem sabe?

A escrita de Guadalupe é fluida; ainda tentarei os contos, que não conheço.
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Debora 17/10/2022

Não é sempre que um livro abre tantas possibilidades sobre a maternidade
Termino a leitura feliz e com o coração cheio de esperança.
Por meio do acompanhamento de 3 - ou 4 - vidas de mulheres, Guadalupe traça caminhos para se viver e enxergar a maternidade de muitas formas diferentes.
Não só a maternidade, mas, no meu entender, este é o fio condutor.
Me agradou demais a leitura, super recomendo. Mesmo pq é raro livros sobre a maternidade que abrem possibilidades de novos horizontes. Não vou dizer que não há dor, pq aí não seria sobre personagens mulheres e mães plausíveis. Mas, apesar da dor, há caminhos.
Tana 18/10/2022minha estante
Que bonito isso. Descreveu muito bem as sensações do livro!


Debora 19/10/2022minha estante
Obrigada!




Janaina 05/06/2023

A partir de um fato real, a autora constrói 2 narrativas que se entrelaçam com o objetivo de apresentar modelos de maternidade desromantizados.

De um lado temos Laura. Convicta de que não quer ser mãe, opta por uma laqueadura como forma de assegurar seu intento e demonstra um amor maternal por uma criança vizinha em situação de vulnerabilidade. (sim, o fato de a mulher não querer ser mãe não a impede de demonstrar sentimentos maternais por outras crianças)

Do outro está Aline, sua amiga. Se antes elas compartilhavam a filosofia de não-maternidade, o desenrolar da vida acabou por levá-la por outro caminho, no qual a possibilidade de ter um filho representa uma perspectiva de amor e completude antes não vislumbrada.
Gravitando na história ainda há uma outra mulher, vítima de violência doméstica que, depois da viuvez, não consegue encontrar o equilíbrio necessário para o exercício pleno da maternidade.

Embora grandes dramas permeiem a história das 3 mulheres, o foco principal da narrativa repousa sobre os sentimentos de Aline, seja quando descobre que sua bebê não sobreviverá ao nascimento, seja quando, meses depois, preparada para enterrá-la, demonstra não se sentir apta a levar para casa aquela bebê que demandará, sabe-se lá por quanto tempo, cuidados especiais que ela não se sente capaz de ofertar.

Aline nos diz sem rodeios que não quer aquela filha que se preparou para enterrar, confessa desejar sua morte por medo de não conseguir dar conta de toda a dificuldade que uma criança atípica traz no pacote, demonstra o pavor diante da incerteza do futuro.

Encontrar um lugar de escuta sem julgamentos, ainda que se tratem de confissões cruas (ou cruéis), revela-se como o primeiro passo para que ela possa mergulhar nesta escuridão inesperada para se descobrir mãe, dentro de suas próprias capacidades e limitações.

E este, dentre tantos pontos profundos e relevantes descortinados na obra, foi o que mais me tocou, por ainda sentir a necessidade de espaços como estes para que mães como Aline, como eu, e como tantas outas, possam falar do que sentem sem serem tomadas como monstros, mas, simplesmente, como humanas.

Uma leitura visceral, mas necessária.
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Lívia 24/01/2023

A realidade da maternidade
Não conhecia a autora, mas fiquei completamente encantada com a escrita, encaixe perfeito de palavras e alusões! Eu amei muito!
Sobre a narrativa, acredito que não tinha como ser outra personagem, Laura foi feita para o papel de narradora: Crente que a maternidade e suas obrigações são imposições do patriarcado e que ser mãe não é tão bom quanto parece; mas a convivência com sua amiga Alina que deu a luz à uma criança especial e com sua vizinha Doris, que tem um filho com temperamento explosivo herdado do pai, faz com que a narradora adentre esse mundo das mães e filhos sem se dar conta.
A alusão das famílias com as pombas na varanda de Laura também fez com que o livro se tornasse mais sentimental e interessante.
O que eu mais gostei foi que em nenhum momento a maternidade foi romantizada e os pensamentos recorrentes das mães, que podem parecer loucos em alguns pontos de vista, mas que são reais!
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Leila 31/10/2022

Um dos livros sobre maternidade mais legais que li nos últimos tempos, real, não idealizado e bem moderno. Super fácil de nos identificarmos com as personagens apresentadas independentes das escolhas por elas trilhadas, sendo você mãe (o meu caso) ou não. Personagens críveis e situações inusitadas mas não inimagináveis e impossíveis de serem vividas. Amei Lina com seus anseios e medos, suas dores e seus pensamentos "proibidos" mas tão verdadeiros. Gostei muito da narradora, concisa, segura de si, mas ao mesmo tempo aberta a novos rumos e novos desafios. Afinal a vida está aí para ser vivida e viver nunca é algo redondo né? as regras do jogo mudam constantemente e temos que dançar conforme a "música". Ser mãe não é fácil, não existe cartilha para seguirmos e não existe o tal "paraíso" prometido, só existe dias de luta e amor no coração para tentarmos ser o melhor que conseguimos e é muito legal lermos obras assim, que mesmo distante de nossa realidade, nos espelha. Recomendo a leitura.
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Lais da Mata 13/11/2022

O libro me pegou pelo título, mas o conteúdo era totalmente diferente do que esperava (pra melhor). As diveras formas de maternidade trabalhadas nesse livro é encantador. Sensível.
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Matheus656 14/05/2023

Sempre acreditei que os livros que leio me escolhem. e sempre com o intuito de me contar algo sobre mim ou sobre os que me cercam que eu preciso saber.


?a filha única? conta a forma de lidar com a maternidade de três mulheres com perspectivas e histórias muito divergentes. de uma maneira ?diária?, quando se narra o cotidiano, e super ágil de se ler, o texto nos faz mergulhar na vida de seus personagens; nas suas incertezas, nas esperanças, na depressão, no abandono e nas tentativas de seguir em frente.


durante a leitura, fiquei particularmente muito emocionado com o fato de o livro ter me tocado em vários momentos; talvez porque enxerguei as figuras femininas que fizeram de mim quem sou nas personagens, talvez porque lembrei de momentos de nossas vidas, mas, sem dúvidas, pela sensibilidade e emotividade da escrita da guadalupe nettel.


gostei bastante da simplicidade com que a autora escreve, das suas nuances e significados intrínsecos empregados na narrativa; fiquei imerso no seu retrato da maternidade, sem esconder tabus, sofrimentos, culpas e afetos.


não dá para passar ileso por esse livro. absolutamente recomendado.
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Carla Verçoza 15/05/2023

Livro sobre diferentes e nem sempre fáceis maternidades. Laura e sua ausência de vontade de ser mãe, mas acaba se relacionando com o filho da vizinha, que por sua vez tem um difícil relacionamento com essa criança problemática. A amiga Alina que deseja e busca a maternidade, acaba por conseguir, mas não da forma como esperava. Até mesmo a relação de Laura com a mãe e com a pomba que tem uma cria em sua varanda.
A maternidade é retratada de forma verdadeira e dura, sem floreios ou romantizações.
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olivromefisgou 18/03/2023

Que livro, senhorxs! Grudou desde o início! As 200 páginas foram lidas em dois dias e ficou aquele sentimento de q não acabasse nunca ?. O tema central é a maternidade, procriar ou não etc etc. A autora dá umas viajadas em alguns momentos, assuntos poucos explorados, apenas jogados, mas eu vou passar pano para todos esses deslizes. Quero ler toda a obra dessa escritora mexicana! Espero que fique para a shortlist do @thebookerprizes
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Jercica Soares Pelegrini 30/01/2023

Que livro incrível!!!
Não conhecia a escrita dessa autora e estou impactada. Que propriedade, que profundidade. Adorei as personagens e me conectei com cada uma delas a seu modo. Me incomodou só o final que é meio em aberto,não é uma final fechado, mas isso nos deixa com a possibilidade de imaginarmos o final que quisermos para certas questões. Amei.
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spoiler visualizar
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Tatiane 18/06/2022

Não consigo pensar em nada além de: QUE LIVRO!

A Filha Única traz questões sobre o papel da mulher e, principalmente, o papel da mãe na sociedade.

É possível uma mulher decidir que não quer ter filhos e viver bem com a escolha? É possível uma mãe se cansar do filho? Uma mãe questionar se não teria sido melhor a morte da filha? Uma mulher se doar totalmente a um filho que não é seu?

A resposta é um enorme "SIM!" escrito em letras maiúsculas e neon vermelho.

A humanização da maternidade que existe nesse livro me tocou muito. É uma descrição totalmente crua e realista de algo que a sociedade insiste em vender como "amor incondicional".

Essa humanização vem através do olhar de Laura, que escolheu não ser mãe. Durante o decorrer do livro ela percebe que as mães são, na verdade, mulheres com uma carga enorme que geralmente carregam sozinhas.

O que Laura faz é o que toda a sociedade deveria fazer pelas mães: oferecer apoio, compreender e não julgar.
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Maria Amélia 22/08/2023

"A filha única" (La hija única), de Guadalupe Nettel
?finalista do International Booker Prize 2023

"Escrito com uma simplicidade apenas aparente, este é um romance profundo e cheio de sabedoria sobre a maternidade, sobre sua negação ou suposição; sobre as dúvidas, incertezas e até sentimentos de culpa que a cercam; sobre as alegrias e tristezas que a acompanham. É também um romance sobre três mulheres e os laços de amizade e de amor que se estabelecem entre elas. Um romance sobre as diversas formas que a família pode assumir no mundo de hoje."
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