Gaby Beniz 10/12/2023
Uma luz no fim do túnel (literalmente)
Procrastinei o máximo que pude a leitura do terceiro volume de Tons de magia, não porque não queria terminar essa história ? apesar de gostar bastante do universo ?, mas por trauma do segundo e entediante volume da trilogia do príncipe do olho preto. Afinal, se no livro passado foram quase 600 páginas de enrolação, o terceiro seria uma réplica do mesmo só que com quase 200 páginas a mais, certo?
Errado!
Retiro o chapéu para V.E Schwab, pois ela conseguiu movimentar 750 páginas de maneira contínua, nada entediante e nada torturante. Já falei que amo essa mulher?
?Uma conjuração de luz? dá continuidade exatamente onde o livro anterior terminou: com Osaron à solta na Londres Vermelha, Kell acorrentado na Branca e Rhy morrendo (sim, de novo) na Vermelha. Após conseguir se salvar das garras de Ojka, graças a Lila, Kell retorna a Londres Vermelha a tempo de ver o caos tomando forma na cidade, uma vez que Osaron contaminou o rio e os moradores londrinos. Sim, isso tudo ocorre em menos de 100 páginas. Te amo, V.E.
No terceiro volume da trilogia ?Tons de magia? fiquei, novamente repetindo, surpresa com a movimentação do livro. Aconteceram tantas coisas em tantas páginas que foi como estar lendo um livro de 300 páginas e não um fucking calhamaço de 750. E apesar de tantos acontecimentos, assumo que senti falta de MAIS., como por exemplo as origens do Kell, que tenho dúvidas desde o primeiro livro. Tivemos aqui uma chance de saber de onde o príncipe do olho preto surgiu, seu verdadeiro nome, seus pais, mas ele simplesmente jogou a oportunidade fora em prol de pais que nem mesmo disfarçavam a preferência entre Rhy e ele. Entenderia, com muito esforço, se fosse só pelo Rhy, mas pelo rei e a rainha Maresh? Por favor, né, Kell!
Espero que, quando tiver a chance de ler ?Os frágeis fios do poder?, porque sim, pretendo lê-lo, espero que isso seja esclarecido lá.
Sobre os personagens: permaneci uma cadelinha em relação a Kell Maresh; esgotei minha paciência com o ego colossal da Antari pick me que descobriu a menos de uma semana que é Antari mas se acha superior ao Holland, vulgo Delilah Bard; me solidarizei, enfim, com o Holland, uma vez que estava bem em cima do muro nos primeiros dois volumes; mantive uma opinião ainda difusa sobre Rhy (ele é forte, sim, uma pessoa que não precisa de magia para ser poderoso, mas não dá pra fingir que o laço entre ele e Kell é um fardo limitante), apesar de gostar, sim, dele; e ficar embasbacada que o tonhão do Alucard tem 23 anos, mas aparência de fucking 30 anos (na leitura entenderão o porquê). Enfim, sou o próprio INSS e amo velho.
Não me estenderei sobre a escrita. Adoro demais isso em V.E Schwab e, de novo, apesar da escrita dessa livro não chegar a unha do pé direito de ?A vida invisível de Addie LaRue?, ainda é muito boa.
Em suma, se você está traumatizado com a enrolação do segundo livro, pode ir fundo nesse aqui. Por ser uma calhamaço, indico intercalar a leitura com algo mais levinho. Vai valer a pena.