Lidi 17/02/2023
Nos agradecimentos finais, CoHo fala que nunca teve a pretensão de escrever uma continuação pra It Ends With Us, já que o livro teve um fim completo por si só. A verdade é que ela sempre esteve certa.
Veja bem, esse livro não é ruim, de forma alguma, mas não chega aos pés do primeiro. It Ends With Us é um dos livros do gênero que mais me tocaram e é perfeito em si só, não tinha qualquer necessidade de uma continuação. Ainda assim, diante de haver algo a mais escrito e de ter sido tão especial pra mim, eu tive que ler esse livro.
Infelizmente, é mais do mesmo, muita "encheção de linguiça" pra pouco conteúdo. Achei entediante e por vezes me peguei esperando que acabasse logo.
Veja bem, o livro é um romance bonzinho, mas a expectativa é inevitável diante do primeiro ser tão bom. Isoladamente, seria um livro ok. Como continuação do livro mais famoso da CoHo, realmente, não tem como dar uma nota maior que 3 estrelas. O maior calo desse livro é, primeiramente, ser a continuação de uma obra prima e, diante de não ter mais enredo, ser apenas mais e mais páginas do msmo.
O livro inteirinho é sobre Atlas e Lily encontrando uma forma de funcionarem, ela com um bebê de 1 ano e ele com dois restaurantes e novas responsabilidades familiares.
Vou ser sincera: sei que Atlas foi criado pra ser o herói que nunca falha, mas achei isso tão chato de ser lido pelas 300 e tantas páginas desse livro. Como sempre, CoHo tem um dom absurdo de criar vilões, mas peca, demais nos heróis. Esse menino é entediante demais, Cristo, não dá pra levar a sério. Ainda que tenha uma história difícil de fundo, a impressão que dá é que é tão plano quanto uma folha de papel em branco.
Lily segue sendo a mesma pessoa, sem novas camadas ou novidades. Mais do mesmo, como o livro inteiro em si.
E Ryle, por fim, a quem eu mais esperava ver nesse livro, se não sofrendo consequências diretas dos seus atos, então pelo menos em um bom arco de redenção, infelizmente não temos uma coisa nem outra. A presença dele em si não é justificada no livro. Por um lado, Lily diz que quer manter uma relação cordial para que ele se mantenha na vida da filha, mas, por outro, não o deixa ficar a sós com a filha durante a noite por medo de que ele a agrida. Primeiro que agressões ocorrem durante o dia também e segundo que, se você tem medo da sua filha de 1 ano ser agredida pelo pai dela, não seria esse um bom motivo pra nunca mantê-lo por perto? Enquanto esse lenga-lenga se prolonga, Ryle segue ali, onipresente, senão em corpo e alma, então como uma assombração na vida da Lily que não consegue superá-lo jamais. A minha opinião é que ela tinha uma enorme dependência emocional e não conseguiria se desvencilhar dele (existem algumas dicas ao longo do livro), o que também seria compreensível, porém, mais uma vez, isso não justifica a presença do Ryle nessa história. Ele não existe aqui, é apenas um espectro de um homem raivoso e sem sentido algum. Ele não melhora, não piora, apenas fica na mesma linha de um homem agressivo que nunca, repito, nunca dá qualquer sinal de mudança, mas também nunca paga pelos seus atos. O livro deveria ter tomado um desses dois caminhos com o Ryle e não toma nenhum deles, dando a impressão que ele é um ser plano e imutável. Mas primeiramente que nenhum de nós é imutável e 'segundamente' que temos um livro prévio inteiro sobre Ryle sendo um cara com passado complicado assim como os outros dois. O motivo de terem o tratado nesse livro como um cara "sou ruim porque sim e não vou mudar" sinceramente não vem a minha razão. Infelizmente, pra mim era a parte mais interessante de uma continuação de It Ends With Us e não acontece.
Enfim. O livro é ok. Não vale o preço todo - e só custa tanto pelo nome da escritora mesmo, que, infelizmente, falhou demais aqui. Era melhor ter deixado It Ends With Us terminar em paz e se consagrar como o melhor livro dela em paz.