Margô 09/01/2022
Reflexões. Morte, Ciúmes, e Orgulho.
Como apresentar uma obra de tanto primor?
Eu diria, que nem tanto na escrita, ( gosto mais dos nossos brasileiros escrevendo, rss) mas principalmente no que se propõe a apresentar, em cada conto orquestrado por sentimentos diversos e que nem sempre estão presentes no dia a dia das pessoas.
Mas uma hora acontece! Não vivemos todos os infernos da alma...alguns chegam pra nós.
Foi assim que senti em cada capítulo dos contos do mestre Léon Tolstói.
A princípio a morte, e mais do que a morte, o descaso de quem vive com o moribundo, diante da sua morte, e do próprio Ivan em vida, quando vive um casamento de aparências, e a insaciável busca do status na sociedade moscovita.
Mais uma vez, vejo o mito da família, se desfazer como açúcar na água...
Depois nos é apresentada uma versão da Capitu Russa, é isso mesmo!
Em Sonata a Kreutzer veremos um Bentinho agressivo, de ciúmes doentio , e que termina com a mesma pulga atrás da orelha, que Machado de Assis deixou com Dom Casmurro. Achei ótimo!! Sem mais palavras. Odeio spoilers...
O último, "O padre Sêrgui" é uma bela lição do quanto a soberba e o orgulho nos deixa em situação de penúria espiritual.
A história do soldado belo e ambicioso desemboca em uma trajetória de fé, sacrifício e procura do " eu" que se perdeu, e o leitor vê de forma bem estruturada a caminhada desse homem que perde a oportunidade de ter uma vida plena, mesmo que não tão feliz, por conta do orgulho que ostenta até o final dos seus dias...
Mas, veja como você analisa o final?
Eu particularmente, gostei e me surpreendeu!
Super-indico.