Camilly80 31/08/2023
Era Uma Vez No Século XXI
Maria Eduarda é apaixonada por romances. Mas não acredita que eles possam acontecer em sua vida. Aos dezenove anos, ela tem uma rotina estável trabalhando em uma pequena livraria (que infelizmente está à beira da falência) e segue bem, obrigada.
O problema acontece em uma noite chuvosa, quando um raio cai perto demais dela e parece trazer com ele uma figura inusitada: um homem vestindo roupas de época, montado em uma cavalo. Esse homem, Alexandros, jura que é um príncipe do século dezoito; e tem muito em comum com o personagem do romance de época favorito de Duda.
Porque ele a ajudou, Duda decide ajudá-lo a entender por que parece ter viajado no tempo. Mas, quanto mais eles se aproximam, mais parece impossível acreditar que não foi o destino colocando Alex em seu caminho.
Era uma vez no século XXI é uma gracinha de romance contemporâneo. Ele mistura muito bem a questão "de época" que vem com o Alexandros, mas soa muito como uma história que poderia passar na Sessão da Tarde.
É uma história simpática, no entanto. Você não vê as páginas passando. Funciona muito bem com a leveza dos seus personagens, das amizades, das relações de found family (uma vez que a Duda é órfã e solitária, mas cercada por pessoas que a amam e ela ama de volta).
O próprio Alex se torna parte dessa família que ela encontrou e construiu. Era uma vez no século XXI é um romance bem simples e querido, e fala bastante sobre se perder e se encontrar.
O romance é muito bonitinho, e tem aqueles momentos engraçados que mencionei antes, proporcionados pela situação bizarra do viajante do tempo. É bom demais ver os dois se aproximando em tantas diferenças e encontrando tantas semelhanças entre si. É muito fofo! O tipo de romcom que te faz ficar sorrindo para as páginas.
Gostei dos coadjuvantes, ainda que eles não ofereçam tanto acréscimo em tramas individuais. Senti que eles estavam ali mais para servir de apoio para a Duda. O que não é ruim, mas não aprofunda tanto as tramas paralelas quanto poderia.
Todo o mistério sobre a "viagem no tempo" me decepcionou um pouco. Tenho que admitir, do fundo do coração, que o final não me agradou. Eu esperava alguma coisa mais criativa porque esse tipo de história acaba sempre batendo na mesma tecla. Esperava... mais. Tinha a oportunidade de ser mais.
Mas entendo a escolha, considerando as escolhas da própria protagonista. Não é nada fora de mão de tudo que ela faz durante a história. Funciona com quem a Duda é, e como ela age de acordo com o que ama e os caminhos que escolhe traçar.