Pacheco 18/09/2023
Quem diria que sair da zona de conforto podia ser tão bom!
De todas as histórias que li nessa maratona para a Bienal, “Irmãos por Acaso” é de longe a mais diferente do que estou acostumada, apesar de um dia ter sido uma fanfic. Digamos que bully romance não é algo que olho com grandes expectativas de gostar. Porém, como essa veio da Milena e em “Angel Doll” ela me conquistou como leitora que irá atrás de tudo que ela já escreveu para ler, decidi arriscar.
E não é que gostei?
Mas vamos por partes, vai. Não vou mentir e chegar aqui dando a entender que foi de cara, que a escrita dela fez eu amar instantaneamente e blá blá blá, porque não é bem assim.
Bully romance não é algo com que eu tô familiarizada e óbvio que por isso me causaria uma estranheza, um desgosto de ver um personagem fazer certas coisas. A gente precisa lembrar que, como algo do gênero, traz um novo tipo de implicância e provocação que torna até esquisito para mim usar termos que uso para histórias mais leves. Aqui Baron faz coisas que não concordo e não há pano que eu consiga passar para isso, mesmo depois de saber suas motivações. Eu só conseguia ler e achar esquisito, até que parei e pensei “bom, isso aqui tá cumprindo com o que é proposto para ser?” e a resposta é: tá. Ele é para ser um bully romance com stalker, enemies to lovers, irmãos postiços e romance proibido e é o que estava sendo.
E quanto mais foi chegando nas partes em que a Cecília demonstrava gostar de certas coisas que ele fazia ou em momentos que o que me incomodava (de atitude dele, não no livro) não ficava evidente, eu fui curtindo mais. Quando dei por mim, tinha concluído o livro e gostado.
A verdade é que a própria Cecília não passa pano para as coisas que ele faz e afirma diversas vezes que são erradas, mas algumas que não são consideradas normais que ele faz, ela gosta. Se excita. E não citarei para não estragar a experiência de quem for ler, que tenham as revelações disso como eu tive. Mas, saber que não há essa romantização, eu curti.
O Baron está longe de poder ser considerado um mocinho, porque ele leva o errar a outro patamar. Mas, até onde sei, é o patamar que se espera dos tropes dessa história, então serviu bem.
Além da escrita da Milena que sim, agora citarei ela porque me pegou de cara, mas não no sentido de me fazer gostar do livro de pronto, mas de me instigar a querer continuar, saber onde iria parar e como desenvolveria os personagens. Porque em algum momento eu precisaria começar a torcer pelo casal, a querer Baron com a Cecília e eu precisava saber quando e porquê seria isso. E foi bom descobrir.
Mas, como podem ver (ou não se estiver na Amazon ou Goodreads), tirei 0,5 estrelas. Fiquei pensando se tirava um ponto, mas acho que não precisa de tanto. 4.5 está bom. O 0,5 que tirei foi mais por uma cena em particular, com relação a reconciliação do casal, que fiquei incomodada. Tive a sensação do Baron retroceder a quem era antes de tudo, sabe? Mas, aí vem o motivo de eu não tirar mais que isso: no final, não foi bem assim. Consegui enxergar mudanças, apesar da possessividade estar ali. Não era mais da forma de antes, de algum jeito parecia ter um pouco mais de confiança ali (?). Não sei bem explicar sem dar spoilers, mas senti que um equilíbrio estaria sendo estabelecido. E o epílogo me provou que a história alcançou um ponto que eu queria.
Então, como uma primeira experiência (de história finalizada) com bully romance, eu gostei e até quero dar mais chances ao gênero para ver se vou gostar também!