A outra filha

A outra filha Annie Ernaux




Resenhas - A outra filha


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Tori Rios 05/06/2024

Como sempre impecável
Não é o melhor livro que já li de Annie Ernaux, mas é definitivamente um livro dela. Você consegue sentir isso. É incrível a facilidade que ela tem em te passar exatamente o que está sentindo em cada parágrafo, cada frase, cada oração.
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Lili 03/06/2024

Como citado pela própria autora, parece uma continuação ou uma extensão de O Lugar, que pela crueza da escrita, me deixa com sentimentos bem conflitantes. Mas não deixa de ser hipnotizante a forma como Annie escreve e narra sua vida.
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Gabriella.Gardin 02/06/2024

Entendi pq ela ganhou o Nobel e meio que quero ler toda a obra dela!! tô curiosa pra ver a vida dela inteirinha. fiquei achando tão identificável e cativante, eu q não tenho irmã morta li como se tivesse.
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zztao 30/05/2024

:')
Santidade infantil caramba que tema incrível. Agora fico com a dúvida será que a forma em que os brasileiros vêm uma pessoa morta é somente cultural ou é porque a Annie Ernaux é uma pessoa diferente?
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Roberta.Justel 26/05/2024

A outra filha
22/2024

Mais um livro de Annie Ernaux, o segundo dela que leio, e apesar de breve, um livro cheio de camadas e reflexões da autora acerca da sua história, sua família e a irmã que nunca conheceu? e cuja morte lhe possibilitou a vida!

Achei interessante!
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Jadie 26/05/2024

Brilhante, como sempre
Qualquer tentativa de resumir a obra é uma falha iminente, não tem como fazer juz ao gênio de Annie Ernaux
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Helder 25/05/2024

Sentimentos divergentes
Mais um livro bonito desta autora, que consegue criar histórias e emoções a partir de fatos que às vezes até parecem simplórios.
Quando tinha 10 anos, Annie ouviu sua mãe contando para uma mulher bem-vestida do lado de fora do estabelecimento onde trabalhava, que ela tinha perdido uma filha. E que esta filha era supertranquila, uma santa, bem diferente da pequena Annie, a encapetada.
Ao ler isso, voltei ao meu passado, onde um dia estava numa festa e também ouvi minha mãe dizendo que tinha tido um aborto antes de eu nascer.
No momento eu só pensava: Mas porque ela nunca me falou isso? Por que comenta com os outros e não fala para mim? Eu tinha o direito de saber que perdera um irmão. Porém, no momento não tive coragem de interrogá-la sobre isso, pois me pareceu um assunto tabu, e no fim, não me lembro quando realmente conversei com minha mãe sobre isso.
Mas aqui em a Outra Filha, o caso é um pouco diferente, pois os pais da autora não perderam um bebê, mas sim uma criança que já tinha 6 anos e já estava apta para estar na escola, e ouvir isso sem querer, deixou Annie com diversos sentimentos divergentes.
O que fazer com aquela irmã que, diferente do pessoal do bairro, aparentemente só ela não conheceu? E por que sua mãe preferiu contar isso para um estranho e nunca tinha comentado com ela? E se esta irmã tivesse sobrevivido, seus pais teriam tido capacidade financeira e vontade de ter mais uma filha, ou seja, Annie teria nascido após esta criança?
E é cima destas perguntas que a autora criou um texto curto, mas, como sempre, extremamente profundo.
As vezes Annie tem raiva desta irmã e de seus pais. As vezes ela tem compaixão.
E o fim, me parece que para os pais da autora, este foi um assunto tão pesado, que eles nunca foram capazes de conversar com ela sobre isso.
Cada um sabe a o peso das dores que carrega, e Annie Ernaux, mais uma vez coloca a gente para pensar sobre a vida, sem julgamentos.
Separe um tempinho para este livrinho pequeno, porém cheio de sentimento.
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Lanny 24/05/2024

A outra filha.
"Eles também protegiam a si mesmos com esse silêncio. Eles te protegiam. Eles te colocavam fora do alcance da minha curiosidade, que seria uma tormenta para os dois. Eles te conservavam só para eles, dentro de si, como num santuário cujo acesso era interditado para mim. Você era o sagrado deles."

Tocante demais, Annie tem uma escrita perfeita!!! Recomendo.
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Elizabeth 17/05/2024

Melancolia
A história de uma irmã que ela não conheceu, por ter morrido antes dela nascer. Me fez ter sentimentos triste por mim também.
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Rafael Mussolini 13/05/2024

A outra filha
"A outra filha" da Annie Ernaux (Editora Fósforo, 2023) é uma verdadeira sessão de psicanálise, onde a autora explora o peso e o mistério da ausência de uma irmã que nunca conheceu. Annie descobre por acaso, ao ouvir uma conversa de sua mãe, que teve uma irmã morta pela difteria com apenas 6 anos de idade, falecida na quinta-feira Santa de 1938. Os anos seguintes da família serão de uma negação controlada, onde todos fingem não saber da história da menina morta. Com o decorrer dos anos, Annie vai entendendo que todo o silencio é apenas a forma que seus pais encontraram de lidar com a dor.

É tocante a forma como Annie Ernaux olha para seus pais na obra. Não existe julgamento pela lei do silêncio estabelecida, existe uma filha, a que viveu, tentando dar sentido à própria existência, que também passa pela existência de sua irmã e de seus pais. Ainda que o não dito tenha afetado profundamente a vida de Annie, em certo trecho da obra ela diz que não cabe a ela censurá-los, pois “os pais de uma criança morta não sabem o que a dor deles causa à criança que está viva”.

Com um texto sincero e visceral, ela fala sobre suas angústias e curiosidades em relação à irmã. Quando iniciamos o livro, imaginamos que o título “A outra filha” se trata da irmã morta, mas conforme a escritora devassa seus sentimentos, percebemos que a outra filha se trata da própria Annie, a irmã que veio depois.

"Mas você não é minha irmã, você nunca foi minha irmã. Nós não brincamos, não comemos, não dormimos juntas. Eu nunca encostei em você, nunca te abracei. Não sei a cor dos seus olhos. Nunca te vi. Você não tem corpo nem voz, é apenas uma imagem chapada em algumas fotos em preto e branco. Não tenho lembranças suas. Quando nasci, você já tinha morrido havia dois anos e meio. Você é a criança dos céus, a menininha invisível de quem nunca falaram, a ausente de todas as conversas. Você é o segredo."

Com os resquícios deixados por poucas fotografias antigas, relatos tímidos e breves de familiares e objetos que pertenceram à menina, Annie vai construindo uma imagem sobre quem foi sua irmã em sua rápida passagem pela vida. Inevitavelmente a escritora começa a estabelecer comparações que versam sobre sua personalidade e a da irmã, a relação de seus pais com as lembranças e até mesmo o desenhar de um cenário onde a menina estivesse viva.

Como o livro é estruturado como se fosse uma carta para a irmã, Annie aproveita para falar abertamente sobre tudo o que sente e dá notícias de como a vida de seus pais seguiu após a perda. Ela dialoga com a irmã ao mesmo tempo que dialoga consigo. O texto da autora parece um grito em resposta a um pacto de silêncio involuntário firmado com seus pais. Principalmente com sua mãe.

"Escrever para você é te falar dela o tempo todo, ela, a detentora da história, a que profere o julgamento, com quem o combate nunca cessou, exceto no fim, quando ela estava tão miserável, tão perdida em seu desatino, que, então, eu não queria que ela morresse."

Além de servir como uma forma de se entender, de comungar com os dilemas de sua família e internalizar a ausência da irmã, escrevendo uma carta, Annie Ernaux reflete sobre seu exercício de escrita e como o ato de escrever é a melhor representação de sua própria existência.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2024/01/a-outra-filha-da-annie-ernaux.html
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Sun 09/05/2024

Ótimo!
Comecei a ler os livros da autora por curiosidade, para conhecer esse projeto literário tão celebrado, que a fez receber um Oscar. Hoje conclui a minha terceira leitura e a vontade é só de seguir lendo...

Sempre com uma escrita muito pessoalizada e intensa, a autora faz e refaz os caminhos entre a experiência vivida e a experiência escrita.

Esse livro conversa muito com o "O lugar", tanto que é citado por ela.

Uma ótima leitura, recomendo muito explorar as escritas da autora.

"Sim, acho que não vim ao mundo a toa e havia em mim alguma coisa sem a qual o mundo não podia viver. Não escrevo porque você morreu. Você morreu para que eu escreva, eis aqui uma grande diferença" (p. 20).
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Marina 02/05/2024

É impressionante como a Annie Ernaux consegue mexer com a gente e nos perturbar com narrativas tão curtas, mas ao mesmo tempo tão potentes. Nesse livro, ela fala sobre o que foi descobrir, sem querer, aos dez anos de idade, que teve uma irmã que morreu antes de seu nascimento. O peso do segredo (que continuou não dito pelo resto da vida), a eterna comparação com a irmã morta, o ressentimento dos pais, a culpa pela própria sobrevivência. São muitas questões, é um tema pesado e que nos faz ficar refletindo por muito tempo.
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larastephanys 01/05/2024

Doloroso
A escrita pessoal, intima e carregada de emoções me impactou bastante! ler annie ernaux é sempre como um soco no estômago porque a forma crua de descrever momentos dolorosos é chocante, com ?a outra filha? não foi diferente, me marcou muito.
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Kalitasena 29/04/2024

O livro é curto, mas forte. Annie fala com os sentimentos mais sombrios que nós podemos sentir como seres humanos, de forma nua e crua. É honesto, intenso e corajoso. Toca no nosso mais profundo. Chega a causar uma certa estranheza com tanta transparência.
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Jubiii 29/04/2024

A descoberta do que já sabe
O não-dito, não saber que já sabe, a função do nome, a força das palavras, a presença do vazio,... eita tem muita coisa em pouquíssimas páginas.

ela percebe pelo seu próprio relato, que ela já sabia há muito tempo, só não sabia que sabia, que se protegia no silêncio.

li em algumas horas, não esperava tantas palavras profundas, sinceras e psicanalíticas hehe.

qual seu papel na sua família? seu espaço? há espaço? ou há colagem? substituição? amor? medo? luto? compensação?

o vazio ocupa um grande espaço.
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