bibi 29/11/2023Ler esse livro, foi como estar em casa novamente!Foram quase vinte anos acompanhando Cassandra Clare e seu mundo dos Caçadores das Sombras. Mais de vinte livros que sempre trouxeram um certo ar de familiaridade para os leitores que já sabiam o que esperar naquelas páginas. Com “O Portador da Espada” existia um misto de curiosidade e medo ao iniciar a leitura. Isto porque, eu não queria encontrar mais do mesmo que já havia encontrado nos outros vinte livros de Cassandra, porém, ao mesmo tempo, não queria encontrar algo que não parecesse ter sido escrito por ela. Então, digo que minhas expectativas para com essa leitura eram bem complicadas, confusas e difíceis de explicar.
Terminei de ler o livro a poucos minutos e já estou escrevendo essa resenha porque não quero esquecer do sentimento que tenho. Sentimentos esses que são embaralhados e muito intensos. Porque a experiência de ter lido O Portador da Espada foi isso: INTENSO.
Mesmo que este seja o primeiro livro da Cassandra fora do universo shadowhunters, high fantasy e adulto, ainda assim, conseguiu fazer com que nós, leitores de anos e anos da autora, ainda consigamos identificar uma energia que sempre existiu nos outros livros dela. Não sei bem como explicar, mas é na forma como ela usa as palavras para nos aproximar da história. É no jeito com que ela constrói seus personagens. É no desenrolar das relações românticas e não tão românticas assim. Foi muito bom, pra mim, uma leitora APAIXONADA por todos os livros dos Shadowhunters, e que sempre vai lembrar deles como “casa”, ter encontrado isso em O Portador da Espada. Confesso que em diversos momentos precisei parar a leitura pra suspirar e pensar “meu deus, como eu amo os livros dessa mulher!”.
É importante ressaltar que eu levei alguns bons dias para atravessar o temido início dos livros de fantasia que, por muitas vezes, são arrastados. Isso acontece aqui também. Mas, ao mesmo tempo, quero relembrar que este é o primeiro livro de uma nova SÉRIE. Talvez seja por isso que a Cassandra usou tantos capítulos para nos apresentar o mundo e os personagens, coisa que ela não fazia nos últimos livros dos Shadowhunters, puramente por não precisar mais. Aqui não. Neste livro foi necessário usar páginas e mais páginas para falar das doze famílias e suas concessões, explicar a magia que existia e foi destruída, além de trazer pouco a pouco os personagens principais e secundários. Foi por esse entendimento que eu consegui não me aborrecer com a “lentidão” do início.
Outro ponto que ficou bem claro nesse livro, mas que a sinopse vende errado, é que o romance não é o ponto central dessa história. Na verdade, ele está quase como coadjuvante nesse primeiro livro. Temos dois pontos de vista, Kel e Lin e em ambos temos questões amorosas (não entre eles), mas que não impactam de fato no desenrolar dos acontecimentos. O que é bem diferente das Crônicas dos Shadowhunters, onde o romance é super importante. Então, se você busca por romance nesse livro, esqueça. De qualquer forma, gostei bastante da Cassandra ter trazido para o público adulto relações mais complexas nesse sentido. O possível par romântico da Lin não é bonzinho, na verdade ele consegue ser bem escroto, mas ao mesmo tempo conseguimos entender as ações dele. Coisa que um público jovem não compraria tanto e nem seria legal abordar algo assim. Então, pra mim, funcionou.
Worlbuilding, cenas de ação e descrições estão incríveis. Pode parecer complicado para quem não está acostumado, mas no fim você se acostuma com tantas nomenclaturas e dialetos diferentes.
Acho que se eu pudesse criticar algo, seria uma sensação de que no meio do livro o Kel e a Lin ficam um pouco “pra lá e pra cá” dentro da cidade e isso me cansou. Mas, como eu disse, eu estava muito confortável lendo uma história que tinha gostinho de casa. Também não morro de amores pelo Kel, acho ele ok. É um protagonista meio bonzinho demais (e beijoqueiro! Beijou todo mundo nesse livro kkkk Mas isso não é bem um problema) E o Conor me lembrou em diversos momentos o Matthew de “As últimas Horas”, só que mais sombrio, e o Cardan de “Príncipe Cruel”.
Finalizo essa resenha deixando claro que irei ler a continuação e espero ansiosamente para saber mais sobre o desfecho dos personagens! O final me deixou com aquele gostinho de que grandes coisas irão acontecer! Sempre amei os livros dos Caçadores das Sombras e posso comprovar com O Portador da Espada, que sempre amarei qualquer coisa que a Cassandra Clare escrever.
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