Menino de engenho

Menino de engenho José Lins do Rego




Resenhas - Menino de Engenho


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@letravermelha 20/03/2024

Baita descoberta ler Lins do Rego!
Com fortes traços autobiográficos, Lins narra o menino Carlinhos que se vê órfão já aos 4 anos quando preciva viver no engenho com seu avô até os 12 anos. Lá ele rememora suas experiências familiares e amorosas onde desde cedo se vê nas aventuras de homem além de sua idade. Veremos então toda a formosura da nossa cultura, mas também os resquícios da escravatura pelo olhar desse menino tão observador quanto melancólico.

Em uma escrita fluída e por vezes cômica, o menino recém chegado na propriedade, narra sua convivência, a beleza e a simplicidade do interior, junto aos empregados do engenho. Contudo, a medida que amadurece, cresce também a percepção do seu pequeno mundo, pois há beleza sim, mas a sordidez, mesquinhez e a brutalidade também se faz perceber. Afinal, 1932, data de publicação desse romance, a abolição da escravatura era recente.

Na labuta melódica do engenho moendo, Lins do Rego descreve as desgraças que une a todos como um só sem distinção. Retrata um povo que enfrentava as tragédias climáticas, a fome e a miséria, sem perder a alegria de viver, o riso ou a felicidade, visto que não tinham riquezas, mas conservavam algo importante que nem a escravatura conseguiu tirar: Paz interior. Porque para suportar as agruras do trabalho forçado sem esmorecer, era preciso manter a alma leve enquanto lhes pasavam nos pés as correntes enferrujadas da submissão.

Por tudo que viu e viveu no engenho, Carlinhos tem sua personalidade mudada gradualmente para uma melancolia e pequenas angústias. Pois grande é a crueza da vida no sertão. Contudo, tão grande quanto, é sua beleza, e por ela os ex escravizados aprendiam a sorri nas desgraças, uma vez que se tem ar pra respirar e saúde pra viver. Se sentiam abençoados por Deus, já que não morriam de fome, tinham saúde, o céu, a lua , o rio, a chuva e as estrelas. Uma lição para os murmuradores, não?

A narrativa tem numa comicidade muito grande e todo o enrendo é descrito de maneira muito leve e simples, deixando o leitor captar nas entrelinhas suas críticas.

O final deixa uma sensação que o próximo livro do menino no internato vai dar pano pra manga. Uma bela de uma descoberta ler José Lins do Rego. Recomendo demais.
Tathi (@Doidosporserieselivros) 21/03/2024minha estante
parabens pela resenha completa é maravilhosa


Tathi (@Doidosporserieselivros) 21/03/2024minha estante
parabens pela resenha completa é maravilhosa


@letravermelha 28/04/2024minha estante
Obrigado Tathi. ??




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Layla 28/05/2022

carlinhos
li como leitura obrigatória da escola, mas acabei achando um livro "leve" de ler, que é rápido e a história flui de certa forma. gostei da forma como foi escrito, dos capítulos não serem continuações e a história é 'histórica' e meio maluca
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Bia 20/11/2022

Escrita doce e sincera
Que fofura. Me senti muito próxima da história. É interessante a perspectiva do personagem, nunca li nada desse ponto de vista? a construção é sensacional.
Senti raiva em muito momentos, mas é tão real que não consigo julgar. Todos os momentos são muito vividos.
E esse Carlinhos é uma peste em? kkkkk curiosa pra ler o resto da vida dele
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Rafaela.Rezzadori 04/12/2022

"Menino perdido, menino de engenho."
Depois da trágica perda de sua mãe e da prisão de seu pai, Carlinhos muda-se para o engenho de seu avô, o Santa Rosa. Lá descobre e aprende a vida, suas alegrias e tristezas, até o dia em que vai para o internato, curar sua alma da depravação daquela alma que tinha mais anos que o corpo.
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Mai 10/01/2023

Querido Carlinhos
A construção de uma pessoa. Os altos e baixos, a descobertas dos sentimentos, os apegos e desapegos. Os erros, e quantos erros, a sinceridade e os pensamentos introspectivos. Já pronta para próxima leitura, para acompanhar a vida do Carlinhos, mesmo sabendo q nem sempre vou concordar com suas escolhas.
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Celia.Mattos 09/02/2024

O menino Carlinhos perdeu os pais e passou a morar no engenho do avô materno. O livro traz a narrativa em primeira pessoa das memórias de infância dele. No contexto do Nordeste, dos engenhos de açúcar no início do século XX, a história traz um retrato interessante dos costumes, crenças e cotidiano daquele período.
A escrita é rápida e fácil, o que faz com que até os assuntos mais pesados sejam narrados como se fossem comuns e normais. Ótimo livro para ler refletindo sobre como o Brasil foi formado.
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Cristiane.Cardoso 05/01/2022

Da infância à adolescência
Uma história simples, pequena e fácil de ler.
Conta a história do menino Carlinhos, que após perder os pais (a mãe é assassinada pelo pai, que depois disso foi internado num hospício), vai morar com seu avô no engenho.
Lá ele narra o seu cotidiano, as pessoas boas e más que conhece, as brincadeiras com os moleques, as lendas e costumes, como era a vida na casa grande...
Apesar de viver alegre pelo engenho, brincando com os moleques, ele era um menino triste, solitário. Mas amando e cuidado por todos.
Ali, vivera seu primeiro amor, com suas ilusões, angústias e decepções. Perdera a sua inocência de menino e, precocemente, tornara-se homem... E chega a época de ir para o colégio, onde todos acreditavam que os padres iriam consertar seu desmantelo.
E lá se foi ele, com a alma cortando de saudade do seu engenho, sabendo de tudo, homem adiantado nos anos, atravessar as portas do colégio.
"Menino perdido, menino do Engenho."

Pretendo ler logo as continuações.
Só aguardando Doidinho chegar pra conhecer sua vida no colégio.
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Doug 04/01/2022

Livro que conta história do povo brasileiro
A escrita do autor bem fluída. No começo do livro começa uma história bem triste para personagem principal mas depois. Você começar ir junto na história como lenda urbanas e aventuras dele pela fazenda do engenho.
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Jonas incrível 22/05/2023

Um menino
Uma história que te envolve com os acontecimentos da vida de Carlinhos, todas as "alegrias" e dificuldades de sua vida são narrados de forma muito autêntica.
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de Paula 09/01/2023

Senhores do engenho e decadência
Este foi o primeiro romance escrito por José Lins do Rego, um autor paraibano do modernismo que buscava, assim como amigos contemporâneos, entender as bases do Brasil através de suas histórias, neste caso, focados na monocultura da cana e na produção do açúcar, prestes a entrar em decadência com o presidencialismo e o pseudo fim da escravidão. Por ser o primeiro livro de uma série relacionada a decadência dos senhores do engenho, é tido como romance de formação do menino Carlos, que se vê obrigado a viver com o avô aos 4 anos, após uma tragédia familiar. Acompanhamos seu crescimento até os 12 anos, quando ele vai para o colégio interno religioso aprender o que precisa. Após este primeiro volume, podemos acompanhar o personagem nos demais livros do Ciclo da Cana-de-açúcar, mas, vou me ater apenas a este.

Com a fortuna crítica inserida na edição, é muito mais fácil compreender os objetivos do autor, o contexto social e quem foi José Lins do Rego, porque a história do livro está inteiramente ligada a própria vida dele. Começamos a acompanhar um menino de 4 anos que não entende sobre a morte, mas descobre que seu pai matou sua mãe e por isso, precisa ir viver no engenho Santa Rosa, com seu avô e outros parentes. Ele logo se adapta a realidade rural, crescendo com as crianças negras, embora, ainda exista um regime escravocrata bem claro nessas relações, como descrito sobre os cachorros do lugar: uns magros de partir a barriguinha, outros gordos e fortes encrencando com os desfavorecidos.

É bem claro para o leitor como o moleque é criado para comandar, embora seja igual aos empregados: não sabe ler, escrever, vivendo um dia de cada vez e se inspirando no instinto animal para sobreviver lembrando que não tem mãe e o pai vive em um hospício quase como indigente. Tem muito medo de se tornar louco, pois está na sua genética, mas tem muita imaginação e consegue viver bem apesar de algumas situações que presencia, como uma cheia que faz o engenho perder a produção daquele ano, a morte de um dos trabalhadores e até o sacrifício do seu animal de estimação.

Contado de forma leve, as entrelinhas nos entregam as nuances de que a forma que viviam os engenhos já não tinham espaço para o mundo do século XX. O nordeste já não tem a mesma influência política, o fim da escravidão escancara uma desigualdade social até ali desconhecida, os engenhos já não são a principal fonte de renda nacional e o avô de Carlinhos já não possui espaço em uma sociedade capitalista, pela bondade, respeito e préstimo que apresenta pelos outros seres humanos. Claro que, sinto o senhor do engenho aqui retratado igual ao Dom Corleone de Mario Puzzo, um homem fiel aos seus princípios e cuja maldade se justifica em sua bondade aos menos favorecidos, o que só existe na ficção, porque a realidade era mais dura para as pessoas que serviam a estes senhores feudais.

Uma leitura fluída, fácil e acessível, diferente de outros autores modernistas, que apresenta um Brasil até então desconhecido: o Brasil profundo. Falar de decadência era um dos motes da época, como A falência de Júlia Lopes de Almeida, mas não deixa de ser relevante e muito mais simples quando contado pelos olhos de um menino do engenho. Ótima leitura para quem quer conhecer mais sobre o nosso país.
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Aletheia (@almaletrada) 23/02/2022

Um convite à cultura nordestina.
José Lins do Rego nos convida a um passeio pela Paraíba, pelos engenhos, pelas cercanias do sertão, pelas feiras e pelo passeio de trem.

Carlinhos senta conosco à mesa e nos apresenta uma prosa linda e cheia de sons, sabores e, porque não dissabores! Conhecer a vida desse menino e todo seu entorno, mesmo que sofrido, nos faz adentrar nos recônditos da paisagem nordestina.
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Rutinha100czs 27/02/2022

Obra com tom regionalista.
Retrato da vida diária nós engenhos de açúcar, do trabalho duro dos negros mesmo após a abolição e dos desastres naturais que assolavam aquelas paragens.
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