Fernanda631 31/07/2023
Um Beijo de Inverno Na Livraria dos Corações Solitários (A Livraria dos Corações Solitários #4)
Um Beijo de Inverno Na Livraria dos Corações Solitários (A Livraria dos Corações Solitários #4) foi escrito por Anne Darling.
Chegamos ao último livro. Os livros podem ser lidos de maneira independente, mas é melhor que sejam apreciados em conjunto e na ordem correta.
Após assumir o salão de chá ao lado da livraria Felizes para sempre, Mattie está muito feliz com a sua vida. Ela ama seu trabalho, o salão de chá tem feito sucesso e a convivência com o pessoal da livraria é ótima. Com uma exceção: Tom. Os dois nunca se deram bem, e não ajuda muito o fato de que Tom nunca comprou nada em seu salão de chá. Ele sempre busca seu almoço na concorrência, e a única coisa que ele consome do estabelecimento dela é o café que pega de graça todas as manhãs.
diferentemente das funcionárias da livraria, não está nem um pouco empolgada para o Natal, já que ela não tem lembranças muito felizes dessa época. Assim como ela, Tom, o enigmático e único funcionário homem da livraria, também não gosta do Natal. Esse, na verdade, é o único sentimento que compartilham: Mattie e Tom não gostam nem um pouco um do outro.
Porém, se tem uma coisa que Mattie detesta mais do que o Tom é o Natal. Surpreendentemente, esse é o único ponto que ele concorda com ela. Porém, quando um quarto acima da livraria fica vago e Mattie e Tom se tornam colegas de apartamento, a convivência entre eles aumenta, assim como as chances de suas impressões sobre o outro se dissolverem conforme passam a se conhecer melhor. Assim, enquanto lutam para resistir ao espírito natalino dos seus colegas e assumem o controle da livraria no momento mais caótico do ano, Tom e Mattie começam a perceber que outros sentimentos além do ódio ao Natal podem os unir.
Mattie é a personagem central do livro e foi interessante ir descobrindo quem ela é aos poucos. Nos livros anteriores, seu papel foi totalmente secundário e, por isso, eu ainda não tinha uma opinião formada sobre ele. Mas quando seus traumas começaram a ser revelados aqui e eu pude compreender suas escolhas, e até mesmo sua aversão ao Natal, eu só queria poder entrar no livro e dar um abraço nela.
Acho que através da Mattie, Annie Darling conseguiu abordar temáticas muito importantes e de uma forma mais completa do que havia sido feito nos livros anteriores. Muitas mulheres vão se ver nessa personagem e nas situações que ela viveu, mas também poderão se inspirar nela, isso na minha opinião. Amei ver quão forte a Mattie foi e o quanto ela se superou, e esse foi um dos motivos que fez com que a leitura tornasse tão especial.
Já Tom despertava minha curiosidade desde o primeiro livro. De todos os personagens da livraria, ele é o que guardava mais segredos sobre sua vida particular e o tema da sua tese de pós-doutorado pode ser considerado como o grande mistério da série. E foi muito divertido poder conhecer esse personagem de verdade. Com relação à tese, eu achei simplesmente brilhante e fiquei até com vontade de ler.
Assim como nos demais livros da série, a narrativa de Um Beijo de Inverno na Livraria dos Corações Solitários se dá em terceira pessoa, com um tom leve e bastante divertido. Ainda, o cenário da história nos garante conforto, seja pelo ambiente confortável e cativante da livraria e do salão de chá, seja pela sensação de aquele ser um cantinho tranquilo em meio ao centro de Londres.
Como a protagonista aqui é Mattie, a única das mocinhas de Annie Darling que não é apaixonada por livros, as referências literárias, se dão em menor intensidade dessa vez, assim como não há epígrafes com citações de livros no começo de cada capítulo, considerando-se que a literatura não faz parte do repertório dela. Ao contrário, o que temos são inúmeras menções a receitas, capazes de nos deixar com água na boca ao longo do livro.
O romance, por sua vez, também acontece aos poucos. Como a relação de Mattie e Tom é típica de cão e gato, os protagonistas passam o livro todo pelo processo de se conhecerem mais a fundo e ignorando a atração que começa a despontar. Assim, há menos cenas românticas propriamente ditas, especialmente em comparação aos dois últimos livros.