Bruno Oliveira 02/12/2012Um dos aspectos mais legais do Watchmen que eu não tinha notado no filme, mas reparei no quadrinho, é que a história é, bem dizendo, uma enorme narrativa do fracasso do heroísmo.
Além do fato de que os heróis são apresentados sem suas representações exageradas, eles são frequentemente pessoas ruins e piores que os humanos "normais", o que dá margem para a questão que acompanha toda a história: quem vigia os vigilantes? Se os heróis não são tão heróicos, que direitos tem de agir como patrulheiros?
Se do começo ao fim somos apresentados a história de Espectral, Coruja e outros que parecem, de início, ter grande importância para o correr dos acontecientos; ao fim de Watchmen vemos que, embora suas vidas tenham se transformado nesse período e tenham ligação com os acontecimentos, foram quase que completamente irrelevantes para a trama maior. Veidt venceu e nem o poderoso Manhatan pode fazer alguma coisa, a inteligência e o dinheiro continuam sendo as maiores forças do mundo. Mesmo os heróis, que em tese teriam poder para se imiscuir nas tramas que decidiriam o destino do mundo, não passam de peças de uma trama, de forças muito maiores que eles próprios.
Enfim, tem uma série de aspectos interessantes que não vou abordar. Recomendo a todos.