Cartas para a minha mãe

Cartas para a minha mãe Teresa Cárdenas




Resenhas - Cartas para a Minha Mãe


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Márlon 27/06/2021

Tem um encanto especial nos livros narrados por crianças e seus olhos inocentes! A magia está na objetividade infantil e na delicadeza pra se dizer coisas tão duras e cruéis. O mundo infantil tem cores mesmo quando a vida adulta rouba destes seres a beleza dos dias e o brilho do tempo, que passa tão implacável e mesquinho. As cartas escritas pela personagem-narradora de Cárdenas são assim, doem pela intensidade da vida real e espalham esperança pela força renovadora dos erês!
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Luiza - @oluniverso 14/05/2020

Resenha publicada originalmente no blog Livriajando.
Em Cartas para a Minha Mãe, uma criança (que em nenhum momento descobrimos o nome) escreve cartas para a mãe já falecida, para tentar lidar com a perda e a falta que sente dela, além de quebrar uma espécie de silêncio vindo a partir dessa morte específica.

Ela começa contando que foi morar com a tia e as primas, que não gostam dela nem um pouco. Fala sobre a relação tão conturbada com a avó, que a maltrata quase o tempo todo e não a presenteia com doces, como faz com as primas; cita a hostilização que sofre pela família por ser negra, ter o nariz achatado e os beiços grossos.

"Lilita e Niña passam os dias zombando de mim. Eu não ia zombar se a mãe delas tivesse morrido". - Pág.10.

Em outro momento, ela também cita a mudança de escola, em que a maioria é branca, e como se sente ao, por exemplo, se olhar no espelho.

"Descobri que meus olhos são parecidos com os seus, que não podiam ser mais bonitos, e que minha boca e meu nariz são normais. Não gosto que digam que os negros têm nariz achatado e beição. Se Deus existe, com certeza está furioso por ouvir tanta gente criticando sua obra. Como acha que eu ficaria com olhos azuis, narizinho fino e a boca feito uma linha? Horrorosa, não é verdade?". - Pág.19.

O racismo estrutural: o assunto chave da narrativa

Em diversas cartas que escreve para a mãe, a protagonista, com muita sabedoria e, em alguns momentos, inocência, fala sobre o racismo estrutural, mesmo que não saiba o que isso significa. Ela fala sobre a imagem de Jesus branca, loira e de olhos azuis, quando sabemos que, pela região em que morou e pelo povo com quem convivia, ele não seria assim; fala sobre a fixação da avó pelas filhas e netas casarem com um branco, além de ela se orgulhar por servir a uma casa de pessoas brancas.

O livro também trata de violência familiar física e psicológica pelos olhos de uma criança. Fala sobre aceitação, crescimento e perdão. É um livro pequeno, mas muito tocante e profundo. Achei bonito demais ver a mescla entre os pensamentos sábios da protagonista e a forma ingênua em que ela fala sobre o assunto com a mãe, mesmo que seja algo simples, como a gravidez e a menstruação.

"Vovó disse que a partir desse momento, elas têm que manter os olhos bem abertos em cima de mim para eu não acabar grávida. Que história é essa, mamãe? Não acredito que por causa de um pouco de algodão que ponho entre as pernas eu vá acabar grávida. Isso não é assim. Primeiro, tem que casar, comprar uma linda casa e ser feliz. Só depois que a cegonha aparece e a barriga da gente começa a inchar. Qualquer um sabe disso". - Pág. 41/42.

Teresa Cárdenas, a autora de Cartas para a Minha Mãe, é cubana. Além disso, o próprio livro se passa em Cuba, o que o torna uma ótima fonte de informação sobre a religião afro-cubana e os representantes delas. Teresa foi ainda vencedora do prêmio Casa das Américas, do prêmio David e do Prêmio Nacional de Crítica Literária.

site: https://www.livriajando.com.br/2020/05/cartas-para-minha-mae-teresa-cardenas.html
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Cristian Monteiro 25/09/2022

Especialmente tocante pois tudo é narrado pela ótica de uma criança.

Apesar de curto, toca em feridas bastante reais e pungentes é a inocência do olhar de uma menina, descobrindo sentimentos, nem todos tão leves, nem todos tão bonitos, mas que em algum lugar ela descobre o amor e a compaixão.
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Taciana11 14/03/2023

Uma história de racismo e cultura...
Este livro deve ser lido por ter uma história impactante, a história de uma menina negra que escreve cartas para sua mãe que já morreu. Ela conta sobre o que conhece com ela, de como ela sofre pelos preconceitos racista, pela violência e pela maldade. O livro nós mostra também sobre outros tipos de culturas, e nos faz ver que nois somos uma cultura entre tantas outras.
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Toni 26/11/2018

Fazendo uso das palavras da autora na dedicatória, esta é uma ‘historia de renacimiento a pesar de los dolores’: uma menina, entrando na adolescência, escreve cartas para sua mãe morta. Sem receber guarida afetiva na casa da tia que a abriga, tampouco palavras de conforto da avó que diz que o melhor que pode acontecer com ela é casar com um branco para ‘apurar a raça’, a menina-escrevivente de ‘Cartas para minha mãe’ vai encontrar no conforto das palavras para o outro (que é, em última instância, ela mesma) formas de resistir aos gestos e falas que a oprimem diariamente.
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Por não ser nomeada (um recurso simbólico que irá se repetir em seu outro romance ‘Cachorro Velho’), a narradora de ‘Cartas para a minha mãe’ carrega em seu discurso as vozes de inúmeras meninas silenciadas. Meninas que, por serem negras, são privadas desde cedo da inocência porque não podem se manter incólumes (como as crianças brancas) às histórias de estupros, sevícias e exploração desumana que foram forçadas na cor da sua pele. Neste romance, vozes da tradição e ancestralidade africanas reagem contra as práticas colonizatórias que as desejam apagadas. Assim, a necessidade de alguma espécie de conexão da narradora com sua mãe acaba reverberando com igual força o desejo do corpo negro e feminino de exigir respeito e assumir com orgulho suas raízes arrancadas das mais diversas culturas da África materna. A mãe, no texto de Cárdenas, é múltipla: tanto ancestral quanto corpórea.
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Um livro de capítulos curtos e poucas palavras. Para Cárdenas, ‘palavras carregam heranças’, são como baús pesados e cheios de histórias que não deveriam ser amontoados em excesso. Precisam ser valorizadas uma a uma: pesadas, sentidas, compreendidas, guardadas—como as narrativas que formam.
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arislover 13/10/2023

Quero um céu em que as avós sejam boas e distribuam doces entre seus netos. Onde ninguém maltrate as crianças, nem as obrigue a fazer coisas que não gostam. Um céu onde ninguém me chame de beiçuda nem de feia e onde eu não me sinta sozinha.
Para mim, o céu está cheio das coisas que você mais quer. Não importa se são pessoas ou não, e se estão vivas ou mortas.
Quero um céu assim, onde Roberto, Menú e seu filhinho, silvia, você e eu possamos brincar eternamente.
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Luciana 19/07/2021

Cartas
Por meio das cartas que escreve para sua mãe, já falecida, descobrimos diversos desafios enfrentados pela filha desde a infância até a adolescência. Acompanhamos sua trajetória em busca da aceitação de si e da conquista do respeito pelos demais. Ambientada em Cuba, a obra trata de questões fundamentais sobre racismo e colorismo.
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Lais Porto (@umaleitoranegra) 16/11/2018

Cartas Para a Minha Mãe
No dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, fiz uma publicação citando os nomes de algumas escritoras negras latina americanas, não tinha citado Teresa Cárdenas, mas tive a oportunidade de ler dois livros desta escritora e fico imensamente feliz por ter conseguido ir um pouco além dentro da literatura negra, precisamos conhecer a literatura negra que está em todo o mundo, valorizar as nossas que estão em cada canto.

Cartas para minha mãe foi o segundo livro de Teresa que li, o primeiro foi Cachorro velho, desde então já estava encantada com o modo de escrita de Teresa, com o modo que somos conduzidas pela história. São livros pequenos, com poucas páginas, mas que causam um efeito enorme em quem tá lendo, produz reflexões e inquietações em nossa mente. Como o próprio título diz uma filha escreve cartas para a sua mãe falecida, nessas cartas não tem a assinatura, por isso não sabemos o nome da menina que está escrevendo, sabemos pelo seu relato que é chamada de beiçuda e na sua última carta ela assina “Sua filha”, mas seu nome não conseguimos saber.

Lendo o livro fiquei esperando saber o nome da personagem durante toda a história, cheguei no fim e não descobri rsrsrs mas tem um significado esse fato de não ter nome que deste modo poderia chamar a atenção de todos que lessem o livro, essa menina pode ser nós mesmos, pode ser a gente escrevendo para nossa mãe. Isso faz com que essa personagem fique muito próxima da gente, por isso esse não ter nome é tão instigante, chama a atenção para algo que acontece com muitas meninas e meninos negros, crianças que não tem a mãe, sem uma família acolhedora, que sofrem violência, são pessoas sem nomes que estão ao nosso redor, nosso vizinho, nosso amigo ou a gente mesmo.

A menina vai escrevendo cartas ao decorrer do seu crescimento, quando pequena relata sobre as violências raciais que sofre, porém algo muito interessante é perceber que ela gosta jeito que é pelo fato de ser parecida com a sua mãe, é como se fosse a forma que ela encontrou para manter viva a conexão com esta mãe que não é mais presente fisicamente. Ela também conta sobre a violência física que sofre, durante toda a história ela indaga a falta de amor por parte de sua família, principalmente de sua avó, ela vai descobrindo aos poucos como foi a relação de sua mãe com sua família, sobre seu pai e vai discernindo o porquê de tanta violência para com ela, o porquê de sua avó não demostrar amor e ser agressiva consigo.

Algo que acho importantíssimo pontuar são as redes de relacionamentos, seja amizade, amorosa ou de militância que construímos e como essas redes são essenciais para o nosso cuidado. A menina tinha uma rede pequena, mas que foi o seu conforto durante os períodos mais difíceis. Quando ocorreu a violência física mais agressiva a velha e amiga Menú abrigou a menina em sua casa e cuidou dela.

A percepção que a menina consegue ter das diversas situações que ocorre ao seu redor também é algo muito interessante, ela consegue perceber que tem negros que tem vergonha de ser negros, como no caso de Sara a colega da turma que tem vergonha do seu pai que aparentemente parece ser retinto, como Sara tem pele clara ela não gosta de ser vista junto ao próprio pai, também ficamos sabendo que esta colega faz um esforço para estar com pessoas brancas, e como consequência de tudo isso a menina percebe e faz a constatação de que Sara é a menina mais infeliz dentre todos da classe.

Esse é um assunto que muito precisa ser discutido, sobre colorismo, sobre relacionamentos inter-raciais, eu suponho que a mãe de Sara seja branca casada com um homem negro que tem uma filha negra de pele clara, isso implica em muitos aspectos na vida dessa garota. Implica em estar na condição de mais aceita socialmente, mas continuar sendo negra e para se integrar completamente ao padrão vai fazer de tudo para ser branca, também não será muito bem aceita pelos negros, pois percebem que a própria criança não quer estar com os seus nem se aceitar como negra, na história Sara é chamada de “piola” (forma depreciativa de se referir àqueles que preferem se relacionar apenas com pessoas da raça branca).



Temos na história algumas demarcações importantes de ser pontuadas quando nos referimos a estética, a menina negra retinta que não deixa alisarem seu cabelo, que gosta do seu nariz e lábios, principalmente por se parecer com sua mãe, a menina negra de pele clara que enxerga nisso uma grande possibilidade de ser bem mais “””””””acolhida”””””” e também as meninas negras que alisam o seu cabelo e sonham com o cabelo liso, mas não tem a pele clara.


SPOILER



Por fim, aos 15 anos, a menina agora uma adolescente chega a um nível de discernimento e amadurecimento ainda maior, com isso consegue perdoar sua mãe por ter se suicidado, como consequência não participando do seu processo de crescimento e criação deixando que outras pessoas cuidassem, nesse período ela decide parar de escrever cartas para a mãe e deixa eu parar por aqui porque já falei demais rsrsrsrsrs

Teresa Cárdenas já recebeu o Prêmio Casa das Américas em 2005 pelo livro Cachorro Velho, o Prêmio David pelo livro Cartas Para A Minha Mãe e o Prêmio Nacional da Crítica Literária pelo livro Cachorro Velho. Além de escritora é uma bailarina renomada, ativista social e exerce o ofício de contadora de histórias. Como livro infanto juvenil tem Cartas para minha mãe e Cachorro velho, na literatura infantil traduzido pro português tem Contos De Olófi, ficamos no aguardando até o dia que todos os livros forem traduzido e pudermos aproveitar ainda mais a escrita de Teresa Cárdenas.

site: https://leitoranegra.blogspot.com/
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radhs 03/05/2021

racismo e infância
Gostei muito do livro e utilização de uma personagem infantil, e a sua visão sobre questões tão fortes. Muito interessante a forma e o decorrer da construção dessa personagem que desde tão nova é tão forte e posta a prova em uma realidade tão dura.
A forma como a questão racial é vista pelo olhar de uma criança, acho interessantíssimo esse recurso que transforma uma vivencia pelo olhar infantil. E como desde nova ja enfrentamos essa dura realidade que é o racismo e a perda.
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Beatriz.Linhales 11/05/2021

Teresa Cárdenas e suas palavras certeiras
Eu amei. O fato de ser um romance que acontece inteiramente através de cartas me intrigou muito e achei diferente de tudo que já vi. A escrita é simples como manda a narradora, uma criança. Muito emocionante e parece que te fisga no lugar certo, sabe? As relações familiares, os descontos emocionais em pessoas que estão ao seu redor, a descriminação, o abuso, a revolta, o perdão de uns, o crescimento a partir de outros e as páginas voam.
Primeiro livro da Teresa e primeiro cubano também! Com certeza vou ler mais dela e me bateu uma fome de literatura cubana bizarra kkkkk conheçam! ;)
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Bru.alc 21/08/2023

Órfã
Livro baseado em cartas para sua mãe que faleceu e sobre a falta que a mesma fazia. Uma história triste de marcas mas também sobre a descoberta de amores de uma amiga, de Roberto. Mas achei o livro raso, como se ele tivesse faltando partes principais, não me conectei com a história, nem tive surpresas boas, tudo estava dentro do meu esperado. Foi uma leitura simples, rápida e que deixou a desejar.
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Henrique Fendrich 28/08/2022

Livro bem pequeninho e bonito. Pode ser lido em apenas uma hora e conta uma história singela e delicada. Basicamente, é a história de uma menina cuja mãe morreu e que passa a escrever cartas para ela, contando sobre as coisas que lhe aconteciam. A menina passou a viver com a tia, as primas e as avós, e de nenhuma recebia um tratamento decente. Suas pequenas cartas retratam a realidade de famílias negras e pobres em Cuba, geralmente com a figura masculina ausente ou praticando violências e abusos variados. Aos poucos, porém, começam a surgir algumas esperanças para a personagem do livro. Em relação ao texto, é sempre difícil traduzir o pensamento de crianças, e acho que, vez ou outra, teve alguma "forçada" por parte da autora, mas a maioria dos efeitos funciona e a leitura é fluente.

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NajuLosi 03/09/2023

Mt bom
N esperava muito por ser um livro solicitado pela escola mas na vdd é muito bom! é pequeno e leve de se ler mas apresenta vários temas sensíveis e gatilhos. li em 1 hora
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Flavia Flavitchia 04/12/2021

Lindo; Emocionante; Triste e Favoritado! ??
Um livro tão curto em páginas e tão grande em sentimentos. Eu amei! Queria guardar essa menina - que não conheci o nome- num potinho!

Ps.: Pode conter gatilhos de estupro e suicídio, mas não de forma explícita.
Edu 04/12/2021minha estante
a forma que a família trata ela é horrível


Flavia Flavitchia 04/12/2021minha estante
Muito, Edu! E o olhar inocente dela sobre isso é o que mais me doeu.




Thay 20/09/2023

Absurdo. não sei o que falar, só sentir mesmo. muito pesado, visceral, e cru. eu tô assim ???😭🥹😭?? por favor protejam essa menina pelo amor de deus. pensei mto em o meu pé de laranja lima.
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