Evy 31/01/2021Volume 2E estamos de volta à estrada e à loucura com nosso Cavaleiro da Triste Figura e seu fiel escudeiro Sancho Pança! Pra mim, o charme dessa leitura está no diálogo entre esses dois personagens icônicos que sempre me fazem rir e refletir!
Confesso que, apesar da genialidade narrativa de Cervantes continuar intacta, achei a leitura desse volume mais morosa e me encantei mais pelo volume 1. Pode ser, pela mudança a olhos vistos de Dom Quixote que se mostra mais retido e até mais sábio, embora ainda faça maluquices. É nítido que em diversas passagens que, claramente no primeiro volume, ele buscaria incitar e provocar, neste está menos incisivo.
É possível ver a mudança de sua natureza também através das digressões e diálogos com alguns personagens, onde mostra um intelecto mais aprimorado e não relatado no volume anterior. Ainda assim, são diversas as cenas dignas de nota ao longo dessa leitura e que tornariam essa resenha infinita. Mas gostaria de destacar algumas que chamaram mais a minha atenção:
O duelo com o Cavaleiro dos Espelhos, que na verdade era vizinho de D. Quixote e estava tentando dissuadí-lo de sua louca empreitada, desafiando-o colocando em xeque a beleza de Dulcinéa, a donzela de nosso protagonista.
O encontro com um casal misterioso que diz conhecê-lo por um livro com seus feitos e decidem recebê-lo com toda pompa e honraria que um cavaleiro merece, apenas para zombar e rir de suas peripécias. O casal inclusive prega uma peça em Sancho Pança, nomeando-o governador de uma ilha.
A novela do "Curioso Impertinente", a história de um triângulo amoroso contada pelo vigário de uma aldeia, enquanto D. Quixote dorme e sonha com gigantes. É a mais famosa história contada neste volume e que foi inclusive publicada separadamente depois.
Por fim, o duelo final do nosso Cavaleiro da Triste Figura com o Cavaleiro da Lua, uma nova tentativa do vizinho de D. Quixote em tirá-lo da loucura e que dessa vez dá certo, já que o vence em frente à uma multidão de expectadores.
Humilhado e derrotado, D. Quixote finalmente retorna à sua casa, ficando doente e melancólico. Em seu leito de morte, recobra a consciência e pede perdão à sua sobrinha e a Sancho que fica a seu lado até o último suspiro!
Estou muito feliz de ter lido essa grandiosa obra da literatura universal, tão bem escrita e desenvolvida por Cervantes. Tenho plena consciência que minha resenha não faz juz à sua obra e que as quatro estrelas sejam reflexo da minha leitura amadora que curtiu mais a inocência e loucura do cavaleiro errante do primeiro volume.
Super recomendo a leitura!!!