Henri B. Neto 16/10/2011Resenha: PaixãoO que eu posso dizer sobre ''Paixão''?!
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Para começar, acho que devo lembrar que eu esperei muito por ele. Tudo bem, nem foi tanto assim - já que eu comprei ele na Bienal umas duas semanas depois de ter terminado o meu ''Tormenta''... Mas, enfim, minhas expectativas estavam muito altas depois que eu li o segundo volume da série. O que não foi muito bom, já que este livro não chegou nem perto do que eu esperava que ele seria.
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Antes de mais nada, eu acho que devo esclarecer uma coisa: apesar de ter sido publicado como o 3° livro da série, ''Paixão'' é em sua essência um Compannion Book. O que eu quero dizer com isto? Bom, esta informação me fez muita falta durante a leitura... O ritmo de um Compannion é completamente diferente de uma sequência ''normal'', e se eu soubesse disto um pouco antes, teria entendido melhor a proposta da autora.
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Como um Compannion Book, a principal função deste livro é entender a maldição que recai sobre a Luce e o Daniel e, principalmente, mostrar como o amor dos dois é forte e ultrapassa as barreiras do tempo... Este último tema eu achei meio desnecessário, já que ''desde-o-primeiro-capítulo-do-primeiro-livro'' eu já tinha entendido isto melhor do que a própria Luce (exagerado?!), mas eu achei válido a forma como a autora usou as viagens no tempo para explicar o primeiro.
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Tudo bem, confesso que chegou em um momento do livro que ler sobre tantas vidas passadas começou a me deixar enjoado com a estória, mas a idéia inicial foi bastante legal - e acho que a Lauren só não soube aproveitá-la de uma forma mais adequada (e menos cansativa...). Mas tirando estes pequenos detalhes que me irritaram (tipo ''a volta do ritmo lento'', ''a explicação do óbvio'' e ''o uso exagerado de um mesmo recurso de escrita''), eu gostei de ''Paixão''... reconheço que esperava muito mais dele, mas - em compensação - ele trouxe algumas surpresas legais.
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A primeira delas foi a divisão de ponto de vistas. Desta vez, além de entrarmos na cabeça da Luce, nós conhecemos também o ponto de vista e as motivações do Daniel. Em segundo, nós entendemos melhor a relação do Cam e do Daniel, e vemos que ele nem sepre foi o demônio que ele é agora (o que para mim foi ótimo, já que eu não faço parte do time de adoradores dele). E por último, mas também o mais importante: Nós conhecemos o vilão da série.
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Esta surpresa foi a que mais me agradou, sem sombras de dúvidas. Só depois que ele apareceu foi que eu percebi que a série não tinha realmente um grande personagem do Lado Negro da Força. Mas ele não é só mais um ''grande'' vilão... Na verdade, ele é ''o grande'' vilão. Eu consigo enchergar uma gama de possibilidades que esta figura pode representar na série, e isto pode ser muito bom ou muito ruim para a minha relação com a mesma - caso a autora não corresponda mais uma vez à nenhuma das minhas expectativas.
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Em grandes partes, acho que se esta ''pessoa'' não tivesse aparecido na trama, eu não teria sido mais favorável à este terceiro livro da série. Mas ela apareceu, e é isto o que importa no final... O que foi um grande acerto por parte da autora. Só espero não estar enganado, e este grande acerto se transformar em um grande erro.
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Henri B Neto
''Na Minha Estante''