O som e a fúria

O som e a fúria William Faulkner




Resenhas - O Som e a Fúria


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Biu.V 11/07/2010

Exercício de imaginação.
No início um estranhamento normal, no final, para onde as linhas convergem, a realidade nua e crua de um período da história Americana.
Genial a maneira da narração da história: o início um exercício para imaginação, um quebra cabeça que aos poucos vai se fechando até a última página.
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Luigi.Schinzari 07/07/2020

A Fúria de uma narrativa perfeita
O Som e a Fúria (1929), romance mais conhecido e referenciado do autor norte-americano William Faulkner (1897-1962), não é um livro fácil. Muito pelo  contrário: a narrativa dividida em quatro partes longas, sem pausas narrativas em seu meio, cada uma narrada por uma personagem diferente (respectivamente Benjy, Quentin, Jason, irmãos da família protagonista, os Compson, e, ao fim, um narrador onisciente, nos moldes mais tradicionais) e, para dificultar ainda mais, com o uso do fluxo de consciência, método que busca se aproximar do pensamento humano, com digressões e fatos confusos em cada parágrafo, como em nossa mente -- enfim: tudo isso converge para afastar o leitor. Mas isso é um demérito? De forma alguma. É justamente o elemento que faz a obra ser uma experiência única dentro da literatura.

A história do declínio de uma família do sul dos Estados Unidos no começo do século XX é palco para todos os conflitos postos nas páginas de Faulkner: Benjy, o primeiro narrador (e justamente do capítulo mais complicado de se entender de primeira), um homem com problemas mentais graves, dependente dos esforços da mãe e dos empregados e que vê tudo de forma lúdica e irreal; Quentin, o segundo narrador e filho em que foi depositado muito da economia da família para poder estudar em Harvard, motivo este dos problemas financeiros dos Compson e que possui dilemas em relação a sua irmã Caddy; Jason, o terceiro narrador e filho turrão e cínico, responsável por liderar a família após a morte do pai e, em sua narrativa, sempre justificar seus erros; além deste elenco, temos também a matriarca da família, os empregados negros, encabeçados por Dilsey, mulher simples e que dedicou a vida a família, sendo praticamente parte dela e, aparentemente, a fonte de sensatez e bondade em meio a todo o declínio daquele cosmo caótico (um paradoxo, talvez). Cada personagem, seja ela narradora ou apenas mais uma falante pela obra, tem sua forma específica de falar, tem sua voz, motivo este para o infortúnio dos tradutores e também para a recomendação, aos falantes de inglês, para a leitura na língua original.

Em meio a aparente muralha existente para adentrar o mundo criado por Faulkner, deve o leitor curioso se atentar a uma coisa: relaxe. A leitura é, inicialmente, confusa, justamente por conta do fluxo de consciência e da mentalidade de Benjy prejudicada por sua condição mental debilitada, mas é uma barreira a ser derruba com a leitura calma e concentrada. O Som e a Fúria, não à toa, é um dos maiores clássicos mundiais; valorize-o: deixe seu celular de canto; desligue o som ao seu redor e ouça aquele que vem do seu título (inspirado em uma passagem de Macbeth de Shakespeare, aliás). A atenção minuciosa a cada palavra colocada -- E muito bem colocada! -- por Faulkner na mente de seus narradores é necessária pois estas foram também necessárias; tudo que ali está é proposital. Faulkner não desperdiça uma palavra sequer ao longo de toda essa jornada rumo ao poço lamacento de desgraças sem elas serem cruciais para o caminho ao fundo. E, por conta deste fator, o romance têm motivos para releituras incansáveis ao longo dos anos: cada retorno o agraciará com detalhes novos.

Por conta disso tudo, digo novamente: leia O Som e a Fúria de William Faulkner e descubra o porquê do autor ter ganho o Nobel de Literatura em 1949. Este texto é apenas um engajamento para você ir e descobrir, caso não conheça, essa obra de proporções colossais mas colocada em um núcleo familiar no afastado sul norte-americano dos anos 1910 (2 de Junho) e 1928 (7, 6 e 8 de Abril, respectivamente, durante o livro).
 
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deniseslima 03/03/2020

Leitura difícil, mas compensadora
Leitura mais que difícil na verdade, os dois primeiros capítulos são um verdadeiro teste de resistência, a narrativa segue o fluxo dos pensamentos dos narradores, os dois primeiros de um portador de algum tipo de retardo mental e de um suicida, respectivamente. Além disso, alguns personagens tem os mesmos nomes.

Sendo necessário muito esforço pra entender o livro que conta a história de uma família decadente no final de sua linhagem. Os Compsons, parecem ser amaldiçoados, desde seus primeiros descendentes, ao fracasso. E assim terminam.

Quando consegui entender o desenvolvimento da história e diferenciar os personagens, o autor não me decepcionou. Recomendo muito O Som a e Fúria.
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Ricardo Santos 29/12/2012

meu livro predileto
esse livro me marcou profundamente. ele deixa o leitor perdido. mas isso é uma boa coisa. porque o ritmo e a experimentação da linguagem estão a serviço da trama e principalmente dos personagens. o leitor deve ter paciência para acompanhar os discursos em 1ª pessoa de cada protagonista. São monólogos muitas vezes confusos, contraditórios, violentos. Mas vale a pena. O texto é de uma beleza rara e de uma força que te deixa pensando nele, no drama e no destino dos personagens muito tempo depois de tê-lo terminado. Ler esse romance é um desafio literário, mas no final o leitor será plenamente recompensado.
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lauracabral.t 18/07/2020

Denso mas incrível
Li e reli o som e a fúria durante a quarentena e compensei assistindo só comédia romântica barata.
O romance é dividido em quatro partes e o desenvolvimento narrativo simplifica a cada novo narrador, o primeiro sendo Benjy (antes Maury, info importante pra não se perder); o segundo, Quentin (existem duas personagens com esse nome no livro, o e a Quentin, você não estará lendo errado); o terceiro, Jason (filho); e quarto, um narrador em terceira pessoa onisciente.
Faulkner tem uma linha narrativa que atribuem à influência de James Joyce e ao conhecimento da teoria do tempo de Einstein, o que faz com que o fluxo de consciência seja único, e vá e volte no tempo de acordo com memórias e estímulos sensoriais (cheiro, som) dos narradores personagens. A partir dessa técnica narrativa, conhecemos de perto os personagens e sofremos e os odiamos como se fossem parte de nossa vida.
É uma leitura fundamental pra quem gosta de literatura americana.
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Nina 01/02/2021

Uma aula de literatura
Acompanhar a história dos Compson é, de fato uma leitura muito desafiadora: requer muita atenção e dedicação, mas é recompensadora.

A construção da narrativa é primorosa e supera o enredo, que poderia ser trivial não fosse a habilidade do Faulkner em contá-la.
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Bart 06/03/2018

A princípio foi o livro mais complicado que eu já li, tive que reler algumas partes p/poder entender a trama, e posso dizer q "ainda não decifrei" 100% kkkkkkkk! Caso vc aventure-se nessa leitura, logo no começo, preste atenção em Benjy Compson, a partir dessa personagem é que vc tem como mensurar o quanto o autor é inteligente (tipo Nobel, Pulitzer...essas coisinhas). Ótima leitura e boa sorte!! Kkkkkkkk
Michela Wakami 15/09/2021minha estante
Bart, obrigada pela dica. A leitura tá difícil kkkk.


Bart 15/09/2021minha estante
Esse livro é punk!!! Mas vc vai gostar, principalmente qnd vc percebe a genialidade dor escritor!!!


Michela Wakami 15/09/2021minha estante
Estou na segunda parte, já estou achando mais fácil e gostando mais.


Bart 22/09/2021minha estante
Eitaaaa meu DEUS!!
?????


Thais 28/01/2022minha estante
Já estou de olho no Benjy. E percebi que existem mudanças em relação ao tempo/ano. A segunda parte, muitas citações maneiras?esse autor é doido. No bom sentido, lógico ???


Bart 31/01/2022minha estante
Kkkkkkkkkkkkk
Eu li esse livro praticamente 2 vezes foi na 2a vez q passei a entender! O escritor é f@ vc vai me dizer isso!!




Leo 06/04/2015

Um enredo sem linha de rumo preciso navega num tempo sem definição, ondeando entre memórias e prenúncios, desprezando a linearidade, a lógica. Como se ao longo da rota 66, como se caminhando descalço sobre o alcatrão das estradas do Iowa, como se sem destino nem rumo certo...

Respira-se o desprezo pelo concreto, a recusa do próprio tempo. O simbolismo, intenso e sempre presente, enreda-se permanentemente numa linguagem barroca, de formas por vezes sublimes, mas nunca frívolas.

Jogos de palavras, simples prazer da escrita e da leitura. Um grito coletivo de revolta: uma família apodrecida pela América da falsa prosperidade, rodeada de negros acorrentados à humilhação de ter nascido. Personagens enlouquecidas, devassas, horríveis, infelizes, perdidas num vazio de humanidade.

E a Dilsey… a criada negra desgraçada e feliz… normal.

Benjy é louco, Jason alucinado, Quentin lunático, e... um bando de negros.

Faulkner constrói assim um quadro quase sem nexo, quase sem sentido, como a vida. Quando chegamos ao fim as estórias ganham, finalmente, forma e sentido. Mas nessa altura fica na nossa mente a frustração de não haver mais páginas… como se todos os Compsons tivessem morrido de súbito. Apetece então voltar ao início… como na vida: uma circunferência que nunca se fecha e assim se transforma em espiral… perpetuamente… sem tempo…

Sem dúvida (pelo menos na minha opinião), um dos melhores livros de toda a história da literatura mundial.

Para ler e reler...
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Dom Ramirez 08/05/2015

Sonoro e furioso, de fato
Ao ser questionado sobre qual conselho daria aos críticos que diziam não entender seus livros mesmo após lê-los duas ou até três vezes, o Nobel de literatura William Faulkner respondeu: “Sugiro que leiam quatro vezes.”
Não há dúvida de que, ao citar tais críticos, a entrevistadora se referia ao seu livro mais complexo e importante: O Som e a Fúria. O título é retirado de uma frase famosa da peça Macbeth, de Shakespeare, em que se diz que a vida é “uma história cheia de som e fúria, contada por um idiota e que não significa nada.” E, de fato, a narração da saga da família Compson começa a ser descrita pelo idiota Benjy, o narrador do primeiro capítulo.
Ao ler a história da degradação dos Compson, o leitor deve estar preparado para sentir em paralelo uma degradação de sua capacidade intelectual: durante os dois primeiros dos quatro capítulos que compõem o livro, o leitor acompanha a história do ponto de vista de um retardado mental mudo e um homem desesperado prestes a se suicidar, e o desespero da narrativa, seu som e sua fúria, emanam das páginas com tamanha caudalosidade que quase não é possível acompanhar a história.
O terceiro capítulo, narrado pelo sádico e inescrupuloso Jason, oferece ao leitor uma narrativa mais convencional, mas ao mesmo tempo o desconforto permanece através do confronto com o cinismo demasiadamente humano da personagem.
O derradeiro capítulo é narrado por uma voz onisciente focada na personagem Dilsey, a empregada negra dos Compson. Em seu encerramento sublime, Faulkner subverte a noção de apoteose e apresenta o clímax do livro através do único momento de tranquilidade do retardado Benjy.
O próprio autor disse que este foi o trabalho que mais sofrimento e angústia lhe causou, como a mãe que tem mais amor pelo filho que se tornou ladrão ou assassino do que por aquele que se tornou sacerdote. Complexo demais, furioso demais, sonoro demais, O Som e a Fúria deve ser abordado da mesma maneira que seu autor sugeriu que se abordasse o Ulisses de Joyce: com fé. Fé na arte, fé na humanidade. Os incautos podem não resistir à violência do jorro verborrágico das primeiras páginas, mas a recompensa é sublime.
Poucas vezes a literatura alcançou um estado tão elevado, e, enquanto a leitura deste livro pode ser incrivelmente difícil, é fácil demais entender porque este é considerado um dos maiores clássicos do século XX.
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Ashtoffen 15/01/2009

quem colocar menos de 5 estrelas é tão demente quanto o Benjy.

Brincadeira
thiagobitq 22/01/2009minha estante
Já li 3 vezes! E quem deseja compreender bem deve ler essa obra mais de uma vez.

Esse é o melhor romance de Faulkner!

Leiam também "Enquanto Agonizo" e "Santúario"!


Rosa Santana 23/09/2011minha estante
thiagobitq, já li "Enquanto Agonizo" mas acho que não se equipara,nem de longe a "O Som e a Fúria", que para mim, é perfeito, tanto no que se refere ao conteúdo, quanto à forma.
O segundo livro de Faulkner, na minha preferência, é "Luz de Agosto". Muito bom, tb!!




Lara 21/03/2021

Som e fúria.
A narrativa se passa na década de 1920, ambientada numa casa-fazenda nos Estados Unidos. Ela é contada por cada irmão Compson (salvo algumas partes em que Dilsey, T.P, Luster, Fony, pessoas negras ao qual tiveram pouca chance de algo melhor)  descrevem suas vivências familiares e suas vidas particulares, onde por vezes me perdi nessa ansiedade de pensamentos/emoções, e pela incoerência semântica, que funde de repente memórias com coisas que estam presentemente sendo narradas. Suponho que deve ser proposital a gente se sentir igualmente meio confuso, a leitura empolga de um jeito que dá muita vontade de entender e desvendar o que está acontecendo com os Compsons. Juntamente com a bagunça mental, há diversas reflexões ótimas, é um jogo de palavras, onde sentimos como uma história real, atravessada por fortes emoções e brigas familiares. E pelo autor assumir a narrativa quase na mesma velocidade dos pensamentos, sugiro que leiam esse livro com calma, apesar da história ser excelente. 

Enfim, esse livro não é tão fácil assim a leitura em minha opinião, porque gosto de imaginar mais certinho os cenários, por mudar rapidamente as reflexões do personagem, fez com que me perdesse um pouco. Não obstante ainda assim, recomendo este livro que nos tira do conforto e nos apresenta uma fúria de emoções.
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Monica.Fusco 12/11/2021

O som e a fúria
Com certeza o livro mais difícil que já li. Requer muita atenção, e uma história de uma família bem intrigante.
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Erick Simões 23/04/2021

Razoável
Consigo entender quem gosta, porque ele tem seu estilo literário bem definido e é bastante diferente de quase tudo, mas para alguém que esteja acostumado a livros mais leves, eu acredito, que ler esse livro vai ser algo tal como tortura.
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Rozane 11/07/2022

Um livro impactante, nunca li nada igual. Muitos acham difícil a leitura e eu concordo plenamente ( tive que fazer uma lista com os nomes dos personagens), e ainda passei bom tempo da leitura sem
entender o que estava lendo). No entanto, importa sinalizar, que a dificuldade reside muito mais na forma de como foi escrita do que na história em si. Confesso que conseguir ler, entender e amar a obra, me leva a outro patamar como leitora e amante da literatura, sem demagogia, rsrsrsrs. Amei não ter desistido da leitura. William Faulkner foi absoluto merecedor do Prêmio Nobel de literatura de 1949. Amei!!!!!!
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