Fernanda Bard Chagas 31/01/2021Uma história de fé, perseverança e determinaçãoO Pilares da Terra conta a grandiosa história da construção da primeira igreja gótica da Inglaterra, mas mais que isso, acompanha a jornada de diversos personagens que se entrelaçam, modificam a vida um do outro e toda a sociedade e propriedade ao seu redor.
Quando comecei o livro não achei que ia me entregar tão completamente à vida desses indivíduos, mas Ken Follet tem um jeito muito especial de criar seus personagens, e eles logo passam a importar grandemente ao leitor.
Achei extraordinário acompanhar a evolução de cada pessoa na história, que foram escalonando aos poucos até seu amadurecimento completo, de uma forma tão real que é difícil não compreender as motivações dessas pessoas, e assim sofri por todo o livro torcendo pela concretização da evolução da catedral de Kingsbridge, gritei de frustração quando o bispo Waleran e William conseguiam atingir seus objetivos perversos, chorei quando Aliena teve que se separar de seu grande amor e toda vez que ela apanhou na vida e sofri muito pelo doce Jack, meu personagem favorito, exultei quando o padre Philip conseguia, muito sagaz e inteligentemente, contornar as tribulações com sua fé e determinação. Impossível não ter se importando com esses personagens que foram acompanhados numa narrativa por toda sua vida!
O livro inteiro foi um grande aprendizado sobre a vida na Idade Média da Inglaterra, houve muitos trechos descritivos dos métodos agriculas, religiosos, da hierarquia e sociedade daquela época. Sinto que depois desse livro também nunca mais olharei para uma igreja ou catedral da mesma forma, e apesar de termos páginas e páginas descritivas dos métodos de contrução, achei-me fascinada por cada relato desses elementos. Confesso que apenas pulei certas partes que me senti muito mal pelos métodos bárbaros daquela época, como as partes em que houveram descrições de estupros, a cena da luta entre um urso e um bando de cachorros...mesmo assim, os li meio que "por cima", tentando não enxergar essas coisas.
Esse livro é simplesmente uma obra prima, não há um ponto negativo, a não ser o fato de você sofrer por 800 páginas as angústias dos personagens e o monte de injustiças que aquela época turbulenta permitia...