O Evangelho segundo Jesus Cristo

O Evangelho segundo Jesus Cristo José Saramago




Resenhas - O Evangelho Segundo Jesus Cristo


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Elaine 02/03/2024

Estilo Saramago
Este foi meu segundo livro do Saramago. Gosto do estilo dele e acho que já consegui me acostumar com a pontuação e tal.
Deve ser comum comentar sobre este livro que ele humaniza a história de Jesus, deixando José, Maria, os apóstolos, Maria de Magdala, Marta, enfim, todos eles vivendo uma vida normal com sentimentos humanos normais. Isso é bem interessante, dá um tom cotidiano aos importantes acontecimentos bíblicos.
Sensacional a composição de Deus e do diabo.
E apesar do narrador estar contando a história de um perspectiva bem futura, Deus ainda é um Deus vingativo do antigo testamento.
O livro é bem interessante, recomendo.
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Sleifer 14/04/2022

O Evangelho segundo Saramago.
Em seu livro mais polêmico ou dos mais, fica a critério do achismo do leitor. Saramago propõe uma história diferente das apresentadas pelos 4 evangelistas do novo testamento. Neste evangelho Saramago mostra a vida de Jesus Cristo baseado em seus estudos dos evangelhos apócrifos. Um outro Jesus. No evangelho Jesus abraços sua "humanidade" ou seja, Jesus prefere viver como um homem comum do que ser filho de Deus. As relações de poder são constantemente questionadas na obra de Saramago pelo próprio Jesus Cristo diante de Deus.
No evangelho segundo Jesus Cristo Jesus é muito mais democrático, tolerante e menos autoritário. E não importa o rumo que os personagens vão tomar no decorrer da história, o que vai acontecer com Jesus por exemplo. O que de fato importa e deve ser questionado é, os limites de Deus ou até onde Deus pode chegar para adquirir poder ?
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Filipe 05/01/2020

Ressignificação histórica
Imaginativo, irônico, absurdo, engraçado e polêmico. O evangelho pela visão de Saramago é uma conquista literária em todos os atributos da palavra, onde todo o seu tato para a escrita é transposto em um jogo cheio de passagens reinventadas e inversão de valores, em um universo onde cada um de seus personagens, especialmente o protagonista, caminha ao lado da dor, do desejo e da dúvida. A cena do diálogo entre Jesus, Deus e o Diabo em alto mar é de um domínio narrativo sobrenatural.
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Lurdes 14/01/2023

Então!
Eis uma estória sobre Jesus Cristo fora dos padrões, mas surpreendentemente verossímil e, melhor de tudo: envolvente, emocionante e questionadora.

Meus conhecimentos bíblicos são limitados, embora tenha sido criada em uma família católica, tenha recebido todos os sacramentos, frequentado muitas missas e assistido a inúmeros filmes sobre a vida de Cristo.

Saramago preenche, com maestria, as lacunas sobre a vida de Jesus que não são descritas na Bíblia, criando tramas complementares e paralelas, desde a descrição da morte de José (que nunca foi explicada, mas que na narrativa de Saramago é tocante), encontros e desencontros, uma relação familiar conflituosa com os pais e seus inúmeros irmãos, seu relacionamento amoroso com Maria Madalena, os questionamentos sobre seu próprio futuro que ora o fragiliza, ora lhe enche de certezas e até uma certa arrogância.

O livro é muito, muito bom, mas talvez desagrade pessoas excessivamente religiosas que possam ver sinais de desrespeito aos dogmas da Igreja.

Mas recomendo que se livrem de possíveis preconceitos e embarquem nesta viagem proposta por Saramago.
Uma viagem por sentimentos íntimos, valores morais, éticos, de fé e amor, que estão acima de qualquer preceito criado por qualquer igreja.

Dentre outras abordagens, ressalto a exposição de como os costumes eram desrespeitosos em relação às mulheres, tratando-as como seres de segunda categoria, mesmo a própria Maria.

Um dos trechos mais icônicos da obra é o diálogo entre Deus e o Diabo, ao qual Jesus presencia e que abala não só suas estruturas, mas também as nossas.

Simplesmente brilhante.
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Marco 27/11/2020

Mais um Nobel
Seja bem vindo Saramago. Um prazer enorme conhecê-lo através deste lindo livro. Primeiro livro seu que leio. Além de Nobel, és português. Trazes as minhas origens na sua arte. És realmente um mestre desta nossa língua. Obrigado!
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Suse 25/01/2012

Eu daria 10 estrelas pra este livro, definitivamente o melhor de Saramago!
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Alemão 16/07/2022

O evangelho segundo Jesus Cristo
Com certeza um livro controverso!!! Más José Saramago o escreve muito bem, mostrando sua visão particular, porém está visão tbem é compartilhada por muitos!! Considero uma leitura significativa e importante para todos!!! Indico a todos que desejam ver os fatos de um outro ângulo, por uma visão menos religiosa e mais cética!!! Indico a todos!!!
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Procyon 16/08/2022

O Evangelho Segundo Jesus Cristo ? Resenha
?O filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo de sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo.?

Na literatura, a imitação, a contradição e a ironia dos textos pós-modernos muitas vezes transformam-se na paródia. Esse movimento, o pós-modernismo, posta-se quase sempre em direção a um passado, de forma alguma numa perspectiva nostálgica, mas sim crítica e contestadora. A ironia, então, passa ser um elemento retórico fundamental na medida em que, incorporado à paródia, instiga o leitor a questionar os pressupostos discursivos daquele passado. O escritor português José Saramago projetou em seus romances essa dimensão irônica sem tornar a narrativa ? ainda que escrachada ? uma causa de riso ridicularizador por parte do leitor.

De família humilde, José de Sousa Saramago nasceu em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga, uma aldeia do Ribatejo, em Portugal. Tornara-se um escritor prolífico, sendo, portanto, autor de romances, contos, peças, crônicas e poemas. Referência na narrativa portuguesa contemporânea, Saramago carrega, em suas obras, críticas a diversos temas, como a religião cristã, o abuso de poder, a misoginia, e afins.

Dado o contexto no qual o declínio do prestígio à religião se manifesta nas criações artísticas e literárias, Saramago elabora sua crítica à religião cristã e à figura de Deus fazendo uso da ironia, escrevendo ?O Evangelho Segundo Jesus Cristo? (1991), paródia da Bíblia Sagrada que, configurada como romances de formação, recria o imaginário judaico-cristão com o intuito de ressignificá-lo, recontando, com uma visão moderna, a história dos textos sacros de maneira irônica e humanizada, o que resulta numa dessacralização das personagens do texto canônico. Tal dessacralização possui uma verve crítico-irônica como o elemento fundamental da paródia.

Talvez como uma maneira de afrontar o catolicismo arraigado na identidade lusitana ao longo de sua história, Saramago busca realizar uma análise semiológica dos ícones religiosos. Sustentando uma trama repleta de intensos debates retóricos, o autor, livre de dogmas, examina os fundamentos do cristianismo com uma desenvoltura e humor que soariam desrespeitosos não estivesse ele fascinado com a trajetória humana de Cristo.

Saramago reconstrói a vida de Cristo expondo a fragilidade do ser humano. Autor de múltiplos gêneros, o português parece preserva um historicismo fantástico, algo que se pode traduzir como uma narrativa de argumento/premissa fantástica, mas como um estilo que preserva seu realismo ? de praxe do modernismo.

?Não existe pontuação quando se fala. Falamos em um fluxo modulado por nossos pensamentos e emoções.?

Seu estilo oral parece captar uma certa coloquialidade, na medida em que remete ao ritmo da língua falada e preserva uma vivacidade da comunicação em cima da correção ortográfica da linguagem escrita. Todas os aspectos de uma linguagem oral predominantemente usada na oratória, na dialéctica, na retórica e que servem sobremaneira o seu estilo interventivo e persuasivo estão presentes no livro. Para tanto, também abole o uso tradicional da pontuação, de modo que os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros. Isso propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento do narrador onisciente e satírico.

O texto enfatiza a valorização da humanidade em detrimento do divino, contestando o discurso religioso e rebaixando a figura do deus hebraico a um nível dessacralizado, a fim de que acusá-lo dos males do mundo, expondo todos os seus feitos contidos nas Escrituras e provocando um pensamento mais racional e crítico ao leitor. Dessa forma, o autor une uma postura política afiada à experimentação formal com o elemento fantástico. Existe uma reflexão maior da condição humana, captando personagens diante de situações de crise existencial, indivíduos em constante autorreflexão e embates socioculturais com o estado de coisas.

Na narrativa, Saramago desenvolve as características de suas personagens, salientando aquilo que tais possuem de realmente humano ou, em determinados momentos, apontando aspectos negativos no que seria sagrado e, logo, ?perfeito?. A história tem como enfoque principal as personagens do carpinteiro José e de Jesus, trilhando um caminho de humanidade, no qual são realçados seus defeitos que os tornam verdadeiramente comuns e mortais. Assim, a ateísta narrativa saramaguiana adquire seu caráter transgressor na porque coloca o nazareno como fruto de um ato sexual praticado por José e Maria e o envolverá, na maturidade, com a lasciva prostituta Maria de Magdala.

A narrativa se estende por vinte e cinco capítulos, nos quais se vê a elocução de uma voz em terceira pessoa, que não se restringe a contar os episódios e que constantemente lança juízos sobre os fatos, as personagens, a religião e a própria enunciação narrados. Seguindo um prólogo no qual o narrador descreve a crucificação de Cristo de acordo com uma gravura de Albrecht Düher, a trama trata em ordem linear da vida do seu protagonista.

Além de questionar a imagem do deus dos hebreus, Saramago ainda subverte a figura de Cristo bem como seus signatários. O Messias é descrito como um homem de carne e osso, que sente medo e remorso, e ainda se entrega aos prazeres da carne ? isto é, profundamente humano. O autor também estabelece uma equiparação entre Deus e o Diabo, o que acaba rebaixando um e engrandecendo outro. O texto confere uma feição profanadora no tocante a representação de Deus como um soberano autoritário e interesseiro.

Um dos elementos do estilo saramaguiana é o erotismo, que se insere na mitologia religiosa e que causa implicações estéticas e ideológicas que conferem um aspecto ainda mais acentuado de profanação. Personagens como a lasciva prostituta Maria de Magdala secularizam os ícones e os pressupostos, pondo-os no bojo na carnalidade humana. Nesse sentido, em meio à sofrida paixão de Cristo, cria-se um espaço para a sensualidade de Maria ? em passagens que carregam certa lubricidade ao expor um decote ousado, dada a época histórica recriada, com o qual valoriza a anatomia dos seios, que atrai a danação dos homens. A voluptuosidade corriqueira na narrativa busca quebrar o pressuposto ideal ascético de imaculabilidade da concepção bíblica.

Maria de Magdala parece incorporar um instrumento de resistência de um Salvador casto. É por intermédio de uma sexualidade florente que o protagonista deixa fluir suas pulsões reprimidas, entregando-se aos braços libertinos da meretriz. Curiosamente, é no episódio de primeiro encontro entre os dois que Jesus, ao ver-se diante da libertina, evoca a moral religiosa, numa tentativa de reprimir suas próprias pulsões ? não outrem, mas ele mesmo ?, citando versículos de Eclesiastes, que tratam especificamente da devassidão encarnada na figura da mulher. Assim, Saramago, restituindo seu caráter profano e contestador, metaforiza através da voz onisciente as manifestações físicas do nazareno de maneira quase escatológica. Sobrepõe-se, então, a carnalidade humana erotizada aos referendos moralistas da espiritualidade judaico-cristã.

Em última instância, Evangelho segundo Jesus Cristo excepcional no qual o romancista usa de ferramentas retóricas para ressignificar o mito, bem como quebrar pressupostos. Com a publicação deste livro, o autor rompe com o governo português, após vetos de censura. Como resultado da manobra política, Saramago e a mulher transferiram a residência para o arquipélago de Canárias, permanecendo na ilha de Lanzarote. A partir de seu ?Ensaio Sobre a Cegueira? (1995), Saramago apresentaria uma narrativa cada vez mais contemporânea, todavia mantendo a crítica aos costumes, ao capitalismo e à religião.

Se Fernando Pessoa criara persona que produziam independentemente, Saramago cria um narrador ciente de desse passado religioso, por meio do qual entretém o leitor ao opor personagens entre si, santificando os renegados e diminuindo os santificados. O narrador saramaguiano põe em xeque dilemas insolúveis na tradição judaico-cristã, e, ao mesmo tempo em que tenta questionar a figura divina, restitui-a em si próprio na medida em que manipula a história com um rigor onisciente.
Andre.Trovello 28/09/2022minha estante
Adorei a resenha!
Ansioso pra ler esse livro


Procyon 28/09/2022minha estante
Obrigado, boa leitura.




HL Castro 01/02/2016

Pra quê?
Foi meu primeiro livro do Saramago...

Achei peculiar o seu estilo e habilidade de escrever, que no começo complica um pouco mas a gente acaba se acostumando...

Mas ao final da leitura deste, o que me ficou na cabeça foi " Por que um autor como o Saramago gastou tempo da sua vida escrevendo esta estória?"

Fiquei com a impressão que ele quis gerar polêmica pela polêmica, pois sinceramente esta "nova" abordagem da história não me chocou em nada (eu, que sou cristão) e não me acrescentou em nada também, substancialmente. Não recomendo para meus amigos.
Diogo 15/03/2016minha estante
Se não "chocou" qual é a polêmica?




Pretti 27/11/2022

Sempre excelente
Não diferente de outros livros do Saramago, O Evangelho segundo Jesus Cristo é um livro de excelência. Saramago é o ateu mais cristão que existe, e explora neste livro a humanização de J.C., além de questionar conceitos clássicos de bem e mal. Recomendadíssimo.
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Alice 10/12/2022

Saramago nunca decepciona.
Mais uma obra maravilhosa de Saramago, onde nos é apresentada uma nova versão da vida de Jesus Cristo, onde ocorre uma maior humanização do mesmo. Uma obra bastante polêmica mas também necessária. É possível perceber o quanto Saramago se aprofundou nos estudos bíblicos para escreve-la. Uma leitura que vale muito a pena, e que deveria ser lida por todos.
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ig: rafamedeirosmartins 18/12/2016

O humano e o divino
"Meu filho, não te esqueças o que te vou dizer, tudo quanto interessa a Deus, interessa ao Diabo." (pág. 366)

Ateu e estudioso das religiões (e isto não é contraditório), José narra a vida de Jesus desde a sua aurora até a crucificação. Clara a diferença entre os gigantes e os pequenos: contar a história mais conhecida do mundo poderia ser mais do mesmo. Nunca o será pelas linhas de Saramago.

É o romance que melhor desborda a verdadeira ironia saramaguiana: é o escrever para desassossegar, um convite ao leitor para contrastar a solidez de seu imaginário. E assim nos é apresentado um Jesus finito, com medos, angústias, dúvidas e segredos, desconfiado dos meandros de sua ascendência divina. Trava-se um conflito entre o humano e o divino, e já na cruz Jesus tomará o seu partido.

O Evangelho de Saramago, livro mais cotado para representar Portugal num prêmio da União Europeia, foi censurado pelo governo português por supostamente atentar contra a "família tradicional portuguesa". José então abandona Lisboa e fixa residência em Lanzarote, esclarecendo que "nunca tive problemas com o meu país, mas com o governo, que depois não foi capaz de pedir desculpas. Fomos para lá e continuamos pagando impostos em Portugal. Mudei de bairro, porque o vizinho me incomodava. E o vizinho era o governo português."
Karlinne 02/03/2017minha estante
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Guiga 07/02/2017

Único e complexo
Foi minha quinta tentativa de ler Saramago. Finalmente consegui concluir a leitura. Termino o livro com uma sensação de frescor e realização. Poder folhear, ler e compreender as palavras de um escritor tão habilidoso, genial mesmo, é um privilégio.

Quanto às história do Evangelho, restrinjo-me a citar que minha curiosidade sobre a figura históricade Jesus foi ainda mais aguçada. Saramago constrói sua versão do evangelho por meio de um emaranhado que se utiliza da lógica e, ao mesmo tempo, do divino.

O escritor é crítico. Não tenha dúvidas. Você vai encontrar uma versão às vezes ácida, em outras descrente.

Uma obra prima.
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Cristiano.Vituri 12/03/2017

Meu primeiro Saramago!
Fui a biblioteca procurar Raduan Nassar, sai com O evangelho segundo Jesus Cristo.
Maravilhoso! Sensacional! Engraçadíssimo.
A escrita do autor é fluida e rápida de quem não tem tempo a perder. A história, puxa vida, sensacional, Saramago capta as dúvidas e conexões que muita gente teria a vontade de perguntar mas não sabia como! Ele esmiúça a vida de Jesus Cristo real, não o "glorificado" pela bíblia e pelas religiões.

Trechos impagáveis:
"Jesus perguntou: Sofres Lazaro?
E lazaro respondeu: sim sofro.
Deixaras de sofrer, disse Jesus. Decerto quando estiver morto, disse Lazaro.
Deixaras de sofrer agora.
Não me tinhas dito que é médico.
Irmão, se eu fosse médico não saberia como curar-te" Pág. 346


Erika 16/05/2017minha estante
Raduan Nassar, interessantíssimo!




Ana 24/01/2023

Ah, Saramago... que ousadia!
Este é o livro mais polêmico de Saramago porque, enfim, trata de um tema delicado: a religião.
Escrever sobre uma das histórias fundadoras da civilização ocidental não é tarefa fácil.
O Jesus que é retratado aqui é falho, conflituoso e real. Ele é um homem que sofre a dor, mas também se delicia com os prazeres terrenos que são intrínsecos a uma experiência humana abrangente.

Este evangelho é um amadurecimento em que nosso herói tenta entender o que se espera dele e reluta em aceitar um destino que o levará a tanto sofrimento, não só para ele, mas para os milhares que mais tarde morrerão em seu nome. Jesus é confrontador e constantemente questiona um Deus opressor e sanguinário (que ainda é o Deus do Antigo Testamento neste ponto) e através deste questionamento Saramago desafia o dogma religioso e a ideia de um Deus que está fora de dúvida, que foi feito por a Igreja. E ele faz tudo isso com uma forte dose de ironia.

Saramago baseou sua história nos quatro evangelhos bíblicos, mas preencheu as lacunas com o conteúdo de textos apócrifos, o que significa que esta é uma peça de ficção histórica bem pesquisada. Feito majestosamente. Ele era verdadeiramente um artesão de palavras. Como muitos críticos já disseram, nesta história, podemos sentir a poeira da estrada em que Jesus pisou.

O livro foi censurado em Portugal e o autor exilou-se devido à reação que se seguiu à publicação do livro. O Vaticano se referiu a ele como "um comunista rebelde com uma visão anti-religiosa do mundo" (como se isso fosse uma coisa ruim). Não senti que ele fosse desrespeitoso para com os cristãos. Ele nunca critica a fé, apenas a instituição. Quanto a mim, Jesus nunca pareceu tão real.

p.s. no livro, há um diálogo envolvendo Jesus, Deus e Satanás que é simplesmente fascinante!
Eliza.Beth 29/01/2023minha estante
Que resenha maravilhosa!!!!
Sigo lentamente, mas minha visão até o momento não difere da sua em nada.




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