DayanePrincipessa 07/10/2023
Abstrato
Tive vontade de ler este livro, pois o autor Paulo Betti fez um filme dele ambientado na minha cidade. Como gostei muito do filme, resolvi ler o livro.
Acho que minha análise vai estar um pouco contaminada, pois como eu já sabia o final devido ter visto o filme não houve aquela surpresa.
Já aviso que pode ter spoiler no que vou falar ehehe.
Achei o livro extremamente abstrato, dando margem a bastantes interpretações, creio eu. No meu ponto de vista, achei que o personagem principal Marcher era muito egoísta, pois acreditava o tempo todo que tinha nascido para algo raro e extraordinário, que estava destinado a este fato que iria acontecer, que achava que era algo ruim e compartilhou isso com uma moça chamada May que acabou adentrando neste universo dele narcisista e dedicou a vida dela a esperar o tal acontecimento junto com ele. Os dois gastam a vida literalmente esperando e no final a sra. May morre e Marcher se vê sozinho no mundo, sem saber o que era que tanto ele esperava. Antes dela morrer disse a ele que o que esperava já aconteceu e era terrível e tal. Muito tempo depois (aparentemente se passou bastante tempo), é que ele se dá conta de que o que aconteceu foi que ele perdeu a vida dele esperando, que não aconteceu nada, e que ele perdeu de viver um grande amor, que estava o tempo todo ao seu lado.
Acho que foi um destino lastimável de ambos, não sei nem para qual dos dois foi pior. A sra. May não tinha sequer um pingo de amor próprio para se sujeitar a dedicar a sua vida a um homem que não a enxergava. Já Macher se sentia tão especial, no fim, foi um dos homens mais "desinteligentes" que existiu, porque não teve a capacidade de entender que o bem mais precioso da vida é o tempo, que deve ser utilizado da melhor forma possível. Pior que acredito que muitas pessoas (não posso nem me excluir desse número), passam a vida sempre esperando "o próximo trem". que sempre acreditamos que vai ser melhor, e passamos a vida na estação, sem nunca ir a lugar algum.