Queria Estar Lendo 30/01/2018
Resenha: Príncipe Mecânico
Príncipe Mecânico é o segundo volume da trilogia As Peças Infernais, uma prequel do mundo dos caçadores de sombras da Cassandra Clare, iniciada com Os Instrumentos Mortais, que acompanha a jornada de Tessa em busca de suas origens no mundo das sombras. Um livro do meio atípico e intenso com um final com gosto de "quero mais" e uma premissa envolvente.
Depois dos acontecimentos de Anjo Mecânico, Tessa Gray encontra abrigo permanente com os caçadores de sombras do Instituto de Londres, protegida por Charlotte Branwell e dividida entre Will e Jem, os parabatais que a salvaram no início do primeiro livro.
Conhecendo o inimigo, Tessa e seus companheiros acreditam que podem combater ele. Porém, ao se aprofundarem cada vez mais nas suas buscas, descobrem que o Magistrado tem motivos pessoais muito fortes que o leva a odiar os caçadores de sombras, e o exército que está preparando é tão mortal quanto uma lâmina serafim - se não pior.
"Você e eu somos o mesmo, Tessa. Nós vivemos e respiramos palavras."
No entanto, suas investigações acabam frustradas quando percebem que o Magistrado sabe sobre cada um de seus passos, o que só pode significar que existe um traidor entres eles. Mas a pergunta que fica é: quem?
Enquanto isso, Tessa vê-se cada vez mais dividida entre os parabatais, atraída pela sinceridade e lealdade de Jem Carstairs, ao mesmo tempo em que seu coração anseia por Will. Ao mesmo tempo em que a vida de Jem é ameaçada, Will entra em uma jornada para enfrentar o seu passado, e entre tudo isso e a guerra do Magistrado, Tessa pode estar ainda mais perto de perder todos aqueles que ama.
"Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas isso presume que a fonte da ferida é finita."
As Peças Infernais é definitivamente a minha série preferida dentro do mundo dos caçadores de sombra - e uma das preferidas fora dele também. Eu amo a atmosfera steampunk da história e o desenvolvimento dos personagens, que me conquistaram logo no inicio e seguiram dentro do meu coração até o fim.
Em Príncipe Mecânico temos a oportunidade de um desenvolvimento maior dos personagens, suas alianças, sonhos e o que estão dispostos a sacrificar para salvar aqueles que amam. Tessa é um destaque interessante, pois vem se transformando em uma mulher cada vez mais forte conforme passam-se os livros. No inicio de Anjo Mecânico era uma garota assustada e em busca de quem lhe protegesse, mas no fim do livro já fica claro os rumos de sua evolução, que não para no livro dois.
Vemos como se desenvolvem também personagens secundários que, por vezes, perdem-se em seus próprios sonhos, como Jessamine; e também conhecemos a força por trás de personagens como Sophie Collins. Temos um vislumbre maior dos irmãos Lightwood e, através da motivação do Magistrado, descobrimos o lado mais podre da Clave e como eles são exatamente uma alegoria para a podridão da nossa própria sociedade.
Meus maiores destaques, no entanto, vão para Will e Jem. Meus meninos leais que matam e morrem um pelo outro, e amam um ao outro com a mesma ferocidade e honestidade com a qual amam Tessa. Em Príncipe Mecânico temos a oportunidade de conhecer mais sobre o passado de Will, com o pai que abandonou a Clave para viver um amor arrebatador, a família que ele deixou para trás e o início da maldição que o atormenta até hoje e faz com que seja segura amar apenas Jem.
"Will sempre foi a estrela brilhante, cuja chama captura a atenção - mas Jem é uma chama constante, inabalável e honesta. Ele poderia te fazer feliz."
Will chega para nós como um garoto bonito e arrogante - dois traços extremamente Herondale - e evoluí para mostrar um lado doce e emotivo, que ele precisa enterrar para manter as pessoas a sua volta a salvo. E aqui deixou um adento com o destaque para a relação entre Magnus e Will, que fala de uma inocência e um amor puro como poucas vezes Cassandra conseguiu fazer.
Por outro lado temos Jem, o garoto cujas batidas do coração estão contadas e, agora, com a ameaça sobre a droga que ao mesmo tempo que mata, o mantém vivo, ele não tem nada a perder. E usando as palavras como só ele sabe, nos conquista cada vez mais.
"Você tem dezessete anos - disse Magnus. - você não pode ter desperdiçado uma vida que ainda não viveu."
Príncipe Mecânico não é um "livro do meio" típico. Traz aventura e ação, mistério e romance, tudo em uma dosagem muito bem imaginada, e nos faz ansiar pela conclusão da trilogia. Nos traz a amizade de Will e Jem mais estreita do que nunca, nos revela um lado de Will que desconheciamos enquanto ele luta para salvar a única pessoa que pode amar por tanto tempo, ao mesmo tempo em que nos encaminha para a jornada de Tessa, descobrindo seus poderes e suas origens aos poucos.
Sou suspeita para falar, porque se eu tivesse que seguir lendo todos os livros da Cassandra pelo resto da vida só para poder olhar para As Peças Infernais, eu o faria com um sorriso no rosto, mas Principe Mecânico é uma continuação que supera as expectativas e não deixa nada a desejar, a não ser a continuação em Princesa Mecânica, e recomendo para todos que curtem uma boa fantasia urbana, com um toque de steampunk e um triângulo amoroso que DE FATO é um triângulo onde todos se amam e escolher apenas um lado é cravar um punhal no peito.
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