spoiler visualizarmari 03/04/2021
tópico aberto: príncipe mecânico
cara eu estou em surto e meio obcecada por jem carstairs e will herondale e tessa gray e não consigo parar de pensar nesse livro desde que terminei de ler.
(não será algo muito elaborado, tentarei ser o mais fiel possível sobre meus gostos e pensamentos durante a leitura)
Para começar, irei falar sobre Tessa Gray.
Eu espero desde o primeiro livro que Tessa reaja e comece a se defender sozinha. A maneira como ela se defendeu daquela coisa mecânica na casa das irmãs sombrias foi épica. Eu quis ver mais dessa Tessa Gray. Seria bom vê-la chutando alguns traseiros, sabe?
Bom, neste livro eu pensei que finalmente isso aconteceria e fiquei desapontada. Mas eu relevei. Você não pode ter tudo na vida, pode? Calma, nem tudo está perdido.
Em príncipe mecânico, podemos ver um bom desenvolvimento na nossa protagonista, uma vez que Tessa começa a formar pensamentos independentes, as decisões da personagem desviam para um caminho curioso para mim. Comecei a olhar para ela de uma perspectiva diferente neste livro, mas ainda esperava mais, de alguma forma. Em certo momentos, quando Tessa soava como ?Uma dama não faria isso e aquilo? eu me peguei com vontade de me jogar pela janela, mas, novamente relevei por motivos óbvios. Sim, era um pensamento normal na época que o livro estava acontecendo, mas, olha, estou lendo em 2021, não em 1800 e cacetada. Portanto, tenho total direito de ficar desconfortável.
Sobre Will Herondale, gostei mais dele neste livro do que no anterior. Existe essa coisa complexa entre Tessa e Will, que pode ser interessante acompanhar. Às vezes posso sentir o que eles sentem na minha pele. Uma vez me perguntei o que faria no lugar deles, e não tive uma resposta. Espera, preciso apontar uma cena que aconteceu entre eles que me incomodou um pouco. Durante o baile dos LW, Tessa e Will, magicamente, pareciam não suportar manter as mãos longe um do outro, o que foi muito repentino para mim. Eu só pude pensar ?Alô? Que merda é essa? Vocês precisam fugir e estão quase se comendo nessa varanda?. Mas, claro, há uma explicação para isso (quase tudo neste livro tem): A limonada com um pó mágico. Então eu tive que relevar, novamente. Mas não muda a aflição que senti lendo aquela cena.
Houve aquele capítulo do armazém, em que Will quase vai para o infinito e além, eu fiquei tipo ?Se acalme, não é porque ele está machucado, sangrando muito, com a respiração fraca que ele está morto, ele não vai morrer [mais surtos internos]?. Bom, depois disso, foi um alívio quando ele melhorou. E Jem estava lá o tempo todo. Eu o amo. Ambos.
Seguindo em frente, quando é revelado sobre a maldição que foi lançada em Will, para mim foi meio como ?Caramba, então era isso? Ele tem sido um cara legal o tempo todo, apenas agiu como um chute na bunda porque era um mecanismo de defesa para essa merda toda?. Tudo estava muito claro agora. Sinto muito por julga-lo, mas era o esperado. Foi surpreendente quando as cartas foram colocadas na mesa. Claro que fiquei satisfeita por finalmente poder entender melhor o porquê de William Herondale ser como ele é e fazer o que ele faz. Enquanto suponho que ?Há uma maldição, então ele encontra o amor verdadeiro, eles se beijam e vivem felizes para sempre? Fim. Só que não.
Quando Will soluciona a maldição, foi como comemorar a virada do ano, com fogos de artifício e tudo. Mas é aí que entra a doce ilusão de que tudo está resolvido. Agora ele será feliz com a pessoa amada, se casará e terá filhos. Só que não, de novo.
Isso dura até lembrarmos que estamos falando de Will Herondale, é óbvio que as coisas não serão tão fáceis. Sua bunda foi chutada o livro inteiro, por que seria diferente agora?
James Carstairs [suspiro apaixonado], como explicar Jem Carstairs?
Eu pensei, como uma idiota, que não poderia me apaixonar mais por Jem Carstairs. Mas neste livro a Cassandra Clare veio me mostrar que eu não poderia estar mais errada.
Eu gostei que o Jem teve mais foco neste livro do que no primeiro. Ele continua sendo aquele rapaz bondoso e gentil que conhecemos ? pouco ? anteriormente. Para ser honesta, posso ter entrado em colapso quando aconteceu o beijo Jessa. Acho que foi um dos melhores beijos que já li, mais porque é o beijo do Jem do que por qualquer outra coisa.
De qualquer maneira, não tenho nada a reclamar do Jem, mas você sabe, ele é atencioso, humilde e uma pessoa preciosa para se ter por perto. O que deve ser considerado ao fazer um contraste entre Jem e Will. Quão diferentes eles são, é algo que não sei definir. Mas a maneira como a Cassandra Clare moldou esses personagens é muito interessante, na minha opinião. Não li os outros livros para descobrir como funciona a mecânica de construção de personagens da autora, ou se é a mesma. Mas para mim é boa o suficiente.
Meus momentos favoritos são dos três juntos. É até engraçado como todo mundo percebe que Tessa é dividida entre os dois, exceto eles (Will e Jem).
Uma menção especial à Magnus Bane, que para mim já se apresentava ser um personagem interessantíssimo desde o primeiro livro. O companheirismo dele com o Will foi fofo de ver. Acho que o feiticeiro tem muito mais a oferecer e espero que ele apareça mais no próximo livro.
Sobre os outros personagens em questão, houve uma melhora em seu desenvolvimento.
A sophie, por exemplo, é um dos personagens secundários que finalmente expandiu, ou pelo menos está indo por esse caminho. Além de estar tendo seus próprios pensamentos, ela se mostra uma personagem mais interessante ao decorrer do livro. Sophie fez o que muita gente não teve coragem: bateu com o espelho na cabeça de Jessamine. O que achei hilário e inesperado.
Sobre Jessamine, acho que apenas me resta ter empatia por ela. Jessamine não é uma pessoa fácil, muito intragável às vezes, mas gosto que ela tenha princípios de acordo com a personalidade dela. Mas, tenho que dizer que, ela ter se revelado espiã foi meio esperado. Não me chocou de forma alguma. A autora havia dado indícios desde as primeiras páginas, suponho que tenha sido sua intenção desde o início.
Charlotte, sempre mostrando ter um caráter forte e inteligente. Não sei como ela ainda não surtou, porque a mulher nunca para, está sempre pensando e planejando. Henry, que foram necessárias 300 e tantas páginas pra finalmente reagir em relação à Charlotte, ou até mesmo à vida. A discussão deles sobre o casamento foi até que engraçada, ao mesmo tempo que posso ter pensado que as coisas poderiam ter sido resolvidas há muito tempo se houvesse um simples diálogo. Pois é, alguns casais literários são assim.
Aliás, preciso lembrar de como todos são amorosos uns com os outros? Parecem mesmo uma família. É aquela coisa: você não tem que ter o mesmo sangue, você apenas sente. E, cara, isso é lindo.
Também houve muitos momentos de humor, mas o meu favorito foi quando Will descobriu que a varíola demoníaca era real. Dou risada toda vez que lembro.
Bem, eu acho que depois de tudo isso, não teria como não dar 5 estrelas.