Nayana 04/04/2020"Abrir os olhos"Antes do meio do livro eu já tinha desistido de fazer previsões e comecei a entender que o livro era muito mais complexo do que eu imaginava. Complexo em algumas explicações e também confuso em alguns momentos, do tipo que me fez questionar muitas coisas que já tinha aprendido na faculdade de engenharia.
Leitura muito válida já pelo simples fato de abordar um tema que não é nada comum de encontrar, e mais válida ainda por te fazer pensar e se assustar com o quanto se deixou “enganar” com a falsa ideia de previsibilidade e ordem das coisas.
O autor argumenta muito bem e te faz pensar em como nunca realmente questionou as mesmas coisas abordadas; eu, que sempre me considerei investigativa e questionadora, me pergunto como aceitei a estrutura gaussiana mesmo vivendo e vendo tantos grandes desvios. Esse sentimento de “abrir os olhos” não é muito fácil de atingir, e por isso também achei muito interessante a leitura.
Concordei muito com a abordagem e necessidade de avaliação de cada caso para categorizá-lo em Mediocristão e Extremistão para então escolher a abordagem, mas ficou bem óbvio que não fiquei preparada pra fazer isso com os ensinamentos de estatística da faculdade. Realmente muitas coisas precisam mudar para podermos não só ter ciência dos cisnes negros mas preparar as pessoas para transformá-los em cisnes cinzentos.
Alguns trechos que mais me chamaram atenção:
“Todo o ramo da estatística confundia ausência de prova com prova de ausência.”
"Cuidado pra não ficar obcecado e cego pela possibilidade de um evento improvável. Muitos vivem a vida toda assim e não vivem pra ver o evento acontecer, quando e se ele acontece."
"Não sabemos o que saberemos."
“Você é exposto ao improvável somente se permitir que ele o controle”
“Estar vivo já é uma sorte extraordinária.”
Ah, e amei que ele agradeceu por ler o livro :)