Maurino 09/02/2011
A potência da antibiblioteca de Taleb.
Se, seduzido pela promessa do misterioso título, você espera solucionar um grande enigma através da leitura de "A lógica do cisne negro", ou se acredita que ele lhe trará algum conhecimento útil, com o qual você poderá lidar com o altamente improvável,desista, pois o próprio autor o desautorizaria de imediato, na medida em que, segundo ele mesmo, "não se pode partir de livros para problemas, e sim o contrário, de problemas para livros". Destarte, o mais provável é que ocorra o inverso e você seja capturado pelo imprevisível durante a sua leitura.Espantoso? Ora, mas não seria aí mesmo, no assombro, que deveria ser buscado o "verdadeiro" valor da filosofia? Mostrando assim que não podemos deduzir o absolutamente novo de nossas experiências passadas, Nassim Taleb, esse admirável levantino, operador do pregão de Chicago,faz jus ao melhor do espírito filosófico. O imprevisível encerra uma potência transformadora. Neste sentido, mais valiosos que os livros lidos, são os não lidos,ele diz, pois a busca de confirmações ao que acreditamos já saber é o auto-engodo que varre a aleatoriedade para debaixo do tapete. Este é um livro e tanto!