@ARaphaDoEqualize 04/01/2013
[RESENHA] BELO DESASTRE
RESENHA ESCRITA PARA O BLOG http://equalizedaleitura.blogspot.com.br PROIBIDA COPIA TOTAL OU PARCIAL
Quando eu recebi o kit, fiquei surpresa por que eu não sabia nada a respeito do livro. Veio bem lindo, a capa do livro é intrigante, li a sinopse e pensei: 'pode ser uma boa leitura.' ENGANO. Vi algumas pessoas comentando, dizendo o quanto era bom, que estavam apaixonada por um Travis e pensei: 'Aaaah, esse livro vai ter que que passado na frente na lista dos livros que precisam desesperadamente serem lidos.' Nada do que foi vendido foi aceito por mim. Nada.
Abby chega um pouco como não quer nada. Com America, sua melhor amiga, tenta passar despercibida na universidade. Já Travis é o carinha que pega todas, que primeiramente passa uma aura de maldade friamente calculada e silenciosa e que vê em Abby um desafio, já que a mesma se recusou a sair com ele. Com o intuito de conquista - la e viverem um romance pertubado, ele faz uma proposta: uma aposta. Se Abby perder a aposta tem que ficar um mês vivendo com Travis em seu apartamento. Se Travis perder, terá que ficar um mês sem sexo. Quem ganha?
Eu sei que a minha opinão aqui será marcada pela minoria, mas sinceramente, que pessoa seria eu se não falasse realmente tudo que eu senti lendo esse livro? Belo Desastre tem uma premissa interessante, num primeiro olhar, mas que é totalmente distorcida quando você começa a ler. O caso é que mesmo com todos os problemas que eu encontrei, foi uma leitura rápida e muito simples. Quando eu comecei queria terminar logo para saber como a história se desenvolveria; e depois foi para terminar o mais rápido possível. O comportamente de ambos os personagens é justificado por 'traumas' que não tem fundamento para a atitude posterior fraca e sem noção. São criados vários conflitos superficiais como 'aaaah, não somos bons um para o outro, temos que nos manter afastados', 'somos um desastre juntos' apenas com o intuito de justificar a falta de criatividade da autora de criar algo realmente bem elaborado e aprofundar nos personagens.
Não gostei de nenhum dos personagens do livro, a começar pelo Travis. A autora não conseguiu definir bem a personalidade desse cara, que vai de arrogante e brigão à um romântico incorrigível. As escritoras precisam entender que colocar um cara marrento, tatuado, com o cabelo cortado rente a cabeça não o torna um bado boy! Pelo amor, é tão difícil entender isso?! É necessário muito, muito mais do que isso. E nem venham me dizer que os problemas com a morte da mãe dele são suficientes. Não me convence. É infantil, é estúpido. Outra coisa: ficar entupindo a cara de cachaça, fazendo sexo com qualquer mulher que aparece na sua frente e depois falar pra Beija - Flor (não comentarei também esse apelido ridículo) que é pra esquecê - la/culpa dela, DESCULPA, mas como gostar de um personagem desses? Isso não é ser bad boy. Eu tenho outros nomes para descrever o caráter (ou falta dele, no caso) desse homem.
Já Abby é uma das personagens mais irritáveis que eu encontrei nas minhas leituras. Começa o livro ela sendo uma santinha. No meio do livro ela já está virando 15 doses de tequila - e foi nessa cena que eu finalmente percebi que eu não estava mais compreendendo nada - e no final do livro já é outra pessoa. Não quer sexo - e até me passou uma imagem de virgem -, mas de repente já está agarrada ao Travis, fazendo sexo loucamente pelo apartamento. Como entender uma personalidade dessa?
E aquele final? Eu me recuso a tecer mais comentários a respeito! O mais frívolo final de todos! Eu pensei que fosse algo realmente importante e impactante, mas geeeeeente! Aquelas justificativa para os problemas da Abby é banal! Sem contar que em um momento A Abby e o Travis brigam e se separam e no momento seguinte eles estão muito bem, obrigada em Las Vegas. Reflitam.
Eu consigo compreender a algazarra ao redor do livro. O que me surpreende é a quantidade de resenhas e de pessoas que se apaixonaram pelo Travis. Li muitas garotas dizendo que gostaram tanto do Travis por que já viveram algo parecido (provavelmente choraram, se machucaram, etc, etc. A pergunta que ficou: por quê então, criatura, você está querendo reviver isso novamente, mesmo que em livros?). E a outra metade foi por que queria um cara assim na própria vida (o que me fez perguntar: por quais motivos?) Sinceramente, eu não quero um pseudo bad boy na minha vida (literária ou não). E caso aconteça de um deles se interessarem por mim, que seja muito mais esse superficial Travis Madox, que diz é que muito, mas que eu só vi uma possessividade sem razão, atitudes desenfreadamente estúpidas e um cara sem personalidade.
Belo Desastre foi um desastre realmente. Com uma trama infantil, personagens distorcidos, cenas retiradas do High School Musical, muitos conflitos desnecessários e vazios ficou a sensação que poderia ter sido muito (muito, muito, muito, muito!!) melhor, mas a autora não soube fazer com que isso acontecesse.