Adolfo
17/05/2013TrípticoTríptico foi uma boa surpresa para mim. Da Karin Slaughter já havia lido “Cega” e me decepcionado, e como já havia comprado “Tríptico” me aventurei e lê-lo. O livro não é excelente, deixa a desejar em alguns pontos, mas a boa escrita, o jeito da autora contar a historia, os personagens envolvem o leitor de uma maneira gostosa, e o livro vai transcorrendo.
A Karin Slaughter tem talento, isso é inegável. O problema é que ela foca a história nos aspectos psicológicos das personagens, dando grande ênfase nisso, e deixa o movimento do romance policial de lado. Assim como em “Cega”, falta investigação propriamente dita, falta emoção de uma perseguição, falta uma análise psicológica do assassino, enfim. Os ingredientes estão todos na história, mas não são desenvolvidos. Até as cenas mais movimentadas deixam a desejar em emoções para o leitor. Assim como em “Cega”, na metade do livro o leitor já descobre o assassino, e uma descoberta dessas faz com que você anseie por ação, pra que o livro não “perca a graça”. Mas isso não acontece. O que leva o leitor até o final é o fato de a autora saber criar um clima de constante tensão, mas não passa disso.
Se você já leu “Tríptico”, não recomendo a leitura de “Cega”. Vai ser frustrante. Se não, leia “Cega” e depois “Tríptico”. A evolução da autora é notável. Mas ainda precisa de um pouco mais para poder ser comparada a autores como Tess Gerritsen, Jo Nesbo, Michael Connely, etc. No geral, o livro é bom. Mas não vá ansiando muito, para não ser decepcionante. Vale à pena ler.