Desonra

Desonra J. M. Coetzee




Resenhas - Desonra


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Leitorconvicto 12/01/2024

Homem quebrado
Interessante a forma como a vida do protagonista caminha para uma grande reflexão. Livro incrível e muito interessante a contrução das personagens
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Regina 11/12/2023

Desonra
Comecei a ler para um LC mas à época não consegui terminar. Passado muito tempo retomei e fluiu melhor. É um livro forte, tenso, com pontos difíceis com afuso, falta de empatia, etc. Acho que deve ser ludo mas com bastante calma para digerir
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Erica.Barone 09/12/2023

Desonra é um livro melancólico e muito reflexivo. Difícil explicar com palavras o efeito que a história de David provoca na psique do leitor. Os questionamentos inevitáveis que vem a cabeça sobre o certo e o errado, moral, honra. Um livro surpreendente.
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Karine.Maco 04/12/2023

Escolhas e consequências
A história se passa em dois locais: sendo um urbanizado e outro, uma área rural de África. O David é um homem de 52 anos, um professor universitário culto, divorciado duas vezes e com um fraco por garotas mais jovens, do tipo mais jovens que a sua própria filha inclusive. Ele se envolve em um escândalo com uma aluna, perde o emprego e vai morar com filha que reside na área rural. Lá, ele precisa se adaptar aos costumes, a moralidade e as normas de convivência local. O livro mostra todos os personagem muito bem construídos com qualidades e defeitos, e em vários momentos achei o David um velho tarado. Aprendi com a história que devemos parar de tentar ter o controle de tudo e deixar que a vida siga seu curso. O David teve que aprender a respeitar as escolhas da filha mesmo diante de um situação de grande injustiça (eu também fiquei revoltada). No final, o homem arrogante e prepotente, aprendeu sobre impotencia diante das circunstâncias envolvendo a vida e a morte. Foi muito bom acompanhar o amadurecimento do David, mostrando que uma pessoa de meia idade ainda pode aprender lições de vida. Não espere um conto de fadas onde o vilão se arrepende e termina no felizes para sempre. Esse livro tem um realismo impecável com um final coerente seguindo essa proposta.
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Naline 13/11/2023

Mto bom, mas difícil de digerir
Gostei da leitura. Livro muito bom, mas muito difícil de digerir. Os assuntos tratados me causaram muito desconforto, terminei o livro chorando ?
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Daiana Malabarba Wiedemann 20/10/2023

Angustia...
Foi assim que me senti na maior parte da leitura, as vezes até revoltada pelas atitudes de algumas personagens. O autor apresenta questões humanas e problemas sociais da África do Sul diferentes dos que estamos acostumados a ler. O livro tem partes mais lentas e filosóficas, mas depois retoma o enredo.
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Pandora 18/10/2023

Não lembro mais o porquê de "Desonra" ter ido para no meu kindle. Em algum momento de 2017 vi o e-book e comprei, mas não peguei para ler imediatamente e o tempo passou. Só agora topei novamente com ele e resolvi ler e fiquei absurdada com o magnetismo da narrativa do Coetzee. Comecei a ler meio incerta em relação as minhas próprias escolhas passadas e a forma como consigo ser uma perdulária profissional e muito rapidamente me vi presa em uma história muito tensa, narrada por um personagem problemático, dentro de um momento da nossa história recente muito enviesado e atroz.

Claro que como brasileira que sou estou bastante familiarizada com as atrocidades do mundo colonizado. Não sou inocente das torpezas do mundo, vivo em um país no qual miséria e fartura convivem lado a lado e em vez de resolver as questões de desigualdades as pessoas com mais recursos investem em sistemas de segurança e estratégias para alargar ainda mais as desigualdades. Conheço a brutalidade, eu sou uma mulher nascida e criada numa favela, no entanto, ainda me choco quanto me deparo com uma história brutal em tantas camadas diferentes como a contada por Coetzee em "Desonra".

A história se passa na África do Sul pós- Apartheid e conta sobre um professor branco de uma universidade que leciona literatura, David Lurie. Com 51 anos de idade, depois de dois divórcios, sendo pai de uma mulher adulta cuja profissão é ser fazendeira, David é um profissional bem medíocre, banhado dos pés a cabeça em privilégio branco. Incapaz de entender os limites entre "o que se quer" e "o que se pode ou não ter" ele acaba tendo um "caso" com uma de suas alunas, a Melanie, uma jovem de 20 anos.

O relacionamento do David com a Melanie é banhado em assédio, perseguição, constrangimento, no limite estupro. Mesmo não havendo tapas ou agressões, a garota é vítima de múltiplas violências. Ela vê seu espaço pessoal sendo invadido, fica numa posição onde dizer "não" geraria várias implicações para ela, é acuada, levada a ceder... todos os momentos sexuais dos dois são pontuados por apatia da parte dela. É constrangedor e doloroso acompanhar a primeira terça parte do romance, pois tudo é narrado do ponto de vista do David e a gente só se contorce diante da visão dele da vida, de sua visão de mundo, de sua perspectiva de ter direito a realizar seus desejos independente da ética, da moral, da vontade, ou do fato desse desejo ser correspondido ou não.

Não é spoiler dizer que David é acusado diante da universidade e caí, esse dado de realidade está na sinopse, é a premissa do livro, acompanhar a trajetória de uma desonra. Pesa sobre o nosso protagonismo as regras de um novo tempo no qual não se pode mais assediar uma estudante, a sociedade não aceita tal situação com a naturalidade dos velhos tempos. O curioso é notar o quanto o professor não se sente culpado de nada, pois apenas seguiu o caminho do seu desejo.

Todavia, a Epopeia da Queda do David é só a terça parte do livro, ainda existem mais duas partes. Após sofrer a sua desonra como professor nosso protagonista faz uma pequena viagem para a fazenda onde mora sua filha única. E ai Coetzee nos coloca de frente a outro ângulo da violência do pós-apartheid na África do Sul, a saber: aquela que as vitimas do processo de colonização podem praticar contra seus colonizadores quando a oportunidade aparece.

A violência do processo colonizador, do Imperialismo, de praticas como o apartheid não batem de um lado só, isso comumente assusta a branquitude. As pessoas brancas com alguma frequência pensam que só a elas cabem os sentimentos humanos como o desejo e a capacidade de infringir qualquer lei moral para alcançar seus desejos. Assim como a Melanie se tornou um alvo dos desejos sexuais do David, a fazenda da Lucy, sua filha, se torna alvo dos desejos de propriedade de um de seus vizinhos, o Petrus, homem sul-africano que para obter a realização do seu desejo joga um jogo muitíssimo desonroso. É uma tragédia, especialmente para a Lucy!

A tragédia da Lucy, a forma como seus direitos são violados em uma trama que claramente visa expulsar ela para fora de sua fazendo ou no mínimo tomar dela esse pedaço de terra é o segundo ato dos três nos quais eu dividi o livro. É muito doloroso vê como os nossos corpos de mulher se tornam alvo das disputas de poder dentro da nossa sociedade, como é frágil nossa posição no mundo, como somos alvos fáceis para o desejo de outrem. A mulher negra e a mulher branca e a mulher trans e a mulher cis, se antes de qualquer coisa você é uma mulher então você também é um alvo e isso é uma morte em vida.

O terceiro, o grand finale é como o David reage diante da violência sofrida pela sua filha, como ele não é capaz de autorreflexão. A sua desonra não implica aprendizado algum. Inclusive ele segue a vida, com menos privilégios do que tinha quando era um professor medíocre de uma universidade renomada, aviltado e queimado pelas fagulhas que a violência sofrida pela sua filha trazem a ele, mas segue ali, se permitindo devaneios, fazendo um pouco de trabalho voluntário como forma de preencher o tempo livre... bem assim... puro suco de privilégio branco.

A África do Sul pós-apartheid me lembrou em alguma medida o Brasil pós-abolição, as pessoas brancas daqui também se sentiram acuadas pelas pessoas negras. Construíram suas vidas em torno da exploração das pessoas negras e tinham dificuldade em se equilibrar em um mundo onde não eram mais senhores. Muitas violências novas em folha foram inventadas ao longo do século XX para deter, isolar e manter as pessoas negras sendo exploradas, inclusive, por aqui, houve apartheid não oficializado que está se rompendo e criando muito incomodo.

Voltando a história contada por Coetzee em "Desonra", embora existam as vitimas e os agressores, nesse romance não existem heróis e vilões. Existem disputas de poder, desejos e violência. Na minha opinião a desonra não é da Lucy ou da Melanie ou do David ou do Petrus e sim dessa sociedade forjada em colonialismo, racismo, apartheid, genocídio e dor. E para trazer honra a esse mundo não basta dizer "agora somos todos iguais", é preciso haver reparação, redistribuição, reforma agrária. Somos uma sociedade da desonra. Enquanto não houver reparação, aqui e na África do Sul e no mundo colonizado, toda inocência pode ser, e com frequência é, castigada.

Esse foi um livro que li em um estado febril, terminei a leitura na madrugada de hoje, fiquei o dia todo com ele na cabeça. Escrevi esse texto para expurgar um pouco dessa febre, portanto, talvez a resenha esteja um pouco delirante. É um livro brilhante, nem um pouco didático, muito franco, corajoso e seu sucesso se deve, em parte, também pelo ao fato da branquitude ser muito narcisista e adorar histórias sobre si mesma, mesmo quanto elas colocam em evidência o quanto suas praticas colonialistas e racistas são capazes de distorcer as pessoas e tornarem lugares lindíssimo locais onde existe um poço sem fundo de desonra.

site: https://elfpandora.blogspot.com/2023/10/desonra-j-m-coetzee.html
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Otavio.Guassu 07/10/2023

?Seu humor está ficando cinzento. Não só porque não sabe o que fazer consigo mesmo. Os acontecimentos da véspera o deixaram profundamente chocado. O tremor, a fraqueza, são só os primeiros indícios, mais superficiais, do estado de choque. Ele tem a sensação de que, dentro dele, um órgão vital foi ferido, comprometido, talvez seu coração. Pela primeira vez, tem uma amostra de como será ser velho, cansado até os ossos, sem esperança, sem desejos, indiferente ao futuro. Largado numa cadeira de plástico, em meio ao fedor das penas de galinha e maçãs podres, ele sente o seu interesse pelo mundo escoando de dentro dele, gota a gota. Pode levar semanas, pode levar meses até secar inteiramente, mas está secando. Quando isso terminar, ele será como uma casca de mosca numa teia de aranha, quebradiço ao contato, mais leve que uma casca de arroz, pronto para sair flutuando.?
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Nina 01/10/2023

Uma boa leitura, uma boa história. Começa um pouco arrastado, mas depois engrena e surpreende. Vale a leitura.
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Carla Verçoza 22/07/2023

Forte
Que baita livro! Já havia tempos que eu tinha vontade de ler Desonra e que ótima leitura foi. Li sem saber muito o que esperar e fui surpreendida com um livro forte, intenso, um soco no estômago.
Um professor universitário, branco de meia idade, se envolve com uma aluna e acaba sendo descoberto e punido. Vai passar um tempo com a filha na zona rural. Aí é onde se desenvolve a obra, sua relação com a filha, com a fazenda e os animais, em uma África do Sul pós - Apartheid. Uma leitura incômoda, mas muito boa. Recomendo fortemente.
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Paula 09/06/2023

Desonra
Uma leitura propositalmente incômoda, tendo em vista as diversas problemáticas abordadas no enredo e o caráter do personagem principal, e muito bem elaborada.
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vg0mes 16/05/2023

Na contramão.
Complicado e até audacioso ir no fluxo contrário da maioria das resenhas que aqui estão de forma tão pertinente. Mas sou um leitor despretensioso e, fazendo uso do meu papel de não ser um crítico literário, é que exponho o meu descontentamento com a obra.

Uma série de problemáticas são levantas pelo David Lurie e por todos os outros personagens que estão cerceando o professor. Talvez algumas informações tenham me escapado, mas o que ficou da minha leituras são os desenvolvimentos parciais dessas problemáticas. Muitas agendas importantíssimas são abordas nestas páginas, mas o desenrolar de cada uma delas fica muito aquém das expectativas que criei para esse primeiro contato com J. M. Coetzee

De longe, a sinopse mexeu muito mais comigo pela forma com que foi escrita, do que o livro propriamente dito. Talvez seja por isso o meu excesso de expectativa!
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