O cheiro do ralo

O cheiro do ralo Lourenço Mutarelli




Resenhas - O Cheiro do Ralo


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Clarissa Guerra 03/10/2023

Talvez tenha sido o primeiro livro que gostei, a despeito de todo o incômodo em perceber que o personagem narrador me deixava constrangedoramente desconfortável a cada página, como quando contemplamos um quadro que causa um mal-estar peculiar e que, apesar de desagradável, nos marca. E dele não esqueceremos porque sempre iremos lembrar do desconforto gerado. Como o cheiro do ralo.
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Luana 21/09/2023

Acho que esperava algo a mais dessa obra. Não que seja ruim, mas o Mutarelli produz coisas tão boas que essa não me surpreendeu. Além disso, foi quase impossível não escutar o Selton Mello enquanto eu lia, tamanha atuação dele e boa adaptação da obra.

O que não se pode negar, no entanto, são os intertextos que Mutarelli consegue fazer. Leitor voraz e eu por vezes provavelmente perca um pouco do conteúdo por não conhecer tudo que ele referência.

Ainda assim, uma obra ácida, dura.
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Rafael Cerdeira 03/08/2023

Ao aspirar por um longo período o cheiro que provinha das profundezas do ralo de sua loja de quinquilharias, o protagonista passou a delirar, vendo vultos em sua casa e se apaixonou pela bunda de uma garçonete.
O protagonista é um sujeito desprezível que não sonha e não ama ninguém, ele só ama a bunda. Talvez o cheiro do ralo tenha afetado o seu cérebro ao ponto de faze-lo cometer atos de pura loucura, mas uma coisa é certa, toda essa escuridão que foi expressa já estava querendo sair há algum tempo.
O ritmo do livro é frenético, com falas, pensamentos e diálogos ocorrendo todos, muitas vezes, na mesma linha, sendo separados apenas por uma virgula ou ponto final. Deixando a leitura mais veloz e suja. Por algumas vezes cheguei a sentir o cheiro do ralo sair das páginas durante a leitura.
Agora quero ver como o Seltom Melo se saiu na adaptação deste livro tão filosófico e sofisticadamente mal cheiroso.
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cintrarafa 13/07/2023

O cheiro do ralo, o buraco para o inferno
Livro sórdido e desconfortável.

O cheiro é dele, vem dele, representa quem ele é, e por mais que tente fugir, vai estar lá, porque impregnado.

O vazio de ser louco e saber-se louco, mau e baixo.
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Rodrigo946 10/06/2023

Esquizofrênico
Ótima história, também reverenciada nas telonas, que versa sobre um vendedor que abusa das dificuldades dos seus clientes para negociar objetos usados - com o passar do tempo, um cheiro, vindo do ralo que existe na loja, passa a exalar um odor cada vez mais desconfortante, a medida que o personagem principal se confronta com as suas realidades... Muito bom!
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Gui Wesley 29/05/2023

"Oh lá em casa"
O cara tem um um fetiche tão grande em bunda... Esse é pra ler mais de uma vez, n captei tanta coisa lendo de primeira, talvez quando for reler já consiga entender mais sobre o q o livro queria passar.
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skuser02844 16/05/2023

Tá sentindo esse cheiro? É o cheiro do ralo.
Recebi essa indicação de livro de um amigo. Conforme ele me falava sobre o que se tratava, vários pontos me chamaram a atenção e me mantiveram curioso para iniciar está leitura.

Após ler, posso afirmar que o ponto mais forte, acredito eu. é o seu personagem principal que trabalha em uma loja de quinquilharias, é apaixonado por uma bunda (Daniel Alves curtiu essa publicação) e incessantemente fala sobre o cheiro ruim que emana do ralo do seu banheiro, além de ser um idiota imprevisivel.

A proposta é acompanhar esse ser "humano" tendo sua rotina no trabalho, em casa e na lanchonete onde ele é completamente apaixonado pela bunda da garçonete. O que parece ser uma ideia simples e facilmente tediosa, ganha inúmera emoção, quando temos um personagem que trabalha totalmente com a imprevisibilidade. Nunca sabemos se ele tratará o cliente com respeito, empatia ou se vai partir para a ignorancia e fazer da vida do cliente um inferno.

Por ser imprevisivel, teremos momentos mais que memoraveis. Alguns de plena graça, outros que ficaremos com a expressão de incredulos e certos momentos do qual nem saberemos como reagir.

Se eu pudesse resumir: Um show de personagem. Não gostaria de encontrar na rua de noite ou entrar na loja dele para vender qualquer coisa minha. Porém, acompanhar a sua rotina no dia a dia e ler os seus pensamentos o torna um personagem interessante. Babaca e caótico, mas ainda sim interessante para se ler um livro sobre.

Apenas um adendo importante: Ele parece o homem do comercial de Bombril, o que já me tirou uma enorme satisfação pela nostalgia de estragar uma figura tão querida em um homem preso em sua própria escrotisse.

Bombril, tem mil e uma formas de ser escroto com você!
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Djeison.Hoerlle 09/05/2023

Em uma cabeça descomedidamente dicotômica como a minha, qualquer espectro, mesmo os mais complexos, para fins de simplificação e catalogação, pode ser resumido em duas únicas categorias. O escuro e o claro, o limpo e o sujo, o bem e o mal. No caso dos escritores, divido-os entre os otimistas e os pessimistas. Isso não influencia no decorrer das narrativas e às vezes nem no desfecho. É no tom dela que vemos seus efeitos.

A essa altura, lamentavelmente já me descobri como um escritor otimista. A escolha do advérbio aqui não foi à toa. Mesmo nas ocasiões em que estou imerso em um drama ou um grande ponto de virada, sou atormentado por uma vontade de trazer humor. De fazer rir e de alguma forma, trazer ternura. Mesmo quando meus personagens não merecem. É uma coisa quase biológica.

O Mutarelli é dos pessimistas. Mas é um pessimista que faz também, rir e eu estou genuinamente surpreso por isso. Conhecia já há um tempo razoável aquele senhor calvo de voz doce, respostas reticentes e sorrisos fortuitos. Mas não lembro de já tê-lo achado engraçado. Também não lembro de tê-lo imaginado como um pessimista. Mas o narrador do Cheiro do Ralo é, e na minha cabeça, o narrador é Mutarelli, então isso já causa uma estranheza estranhamente magnética, que acho que foi o sentimento que permeou a leitura toda.

Li em algum lugar que O Cheiro do Ralo denuncia uma "complexidade do povão de São Paulo em uma prosa urbana moderníssima". Não concordo. Na minha perspectiva, o livro denuncia muito mais a complexidade de uma mente atormentada sabe-se-lá-por-qual-motivo (que ainda é um motivo muito mais plausível do que a maioria dos motivos que as pessoas insanas alegam. Isso quando usam algum.) A partir daí, vemos o quanto o tormento brotado em uma única cabeça espalha-se pelas demais, pois importunado pela sua condição, o narrador importuna e constrange todos que pode. E sadicamente, faz com que o leitor se divirta enquanto faz isso.

O Cheiro do Ralo é um relato pessimista e sombrio, uma enxurrada estilística bem humorada que, como o próprio autor pontua, "narra no ritmo dos nossos pensamentos". É também um ponto anômalo em meio à literatura produzida em nosso país e talvez por isso, eu tenha ficado tão fascinado.
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Tico Menezes 05/05/2023

Que nojeira inteligente, rapaz!
É bizarro, mas como leitor, agradecemos pelo quão desprezível é o protagonista de O Cheiro do Ralo. Lourenço Mutarelli nos mergulha numa espiral de anseio, dor, desprezo e prazer afobado. E sim, nós o agradecemos por isso.

A narrativa é inusitada e irreverente, mas feira por um personagem desprezível e patético. Conforme nos aprofundamos em seus pensamentos ora triviais, ora horrorosos, vamos normalizando o absurdo de sua perspectiva de mundo. Isso torna os acontecimentos menos chocantes, mas não menos intensos. Se acostumar com esse babaca torna sua história uma comédia repleta de ironia, cenários asquerosos e personagens dos mais malucos e imprevisíveis.

Mutarelli descreve uma geração de homens profundamente tristes e vazios, que se odeiam, mas não conseguem se enfrentar, então acabam por se vangloriar de atitudes odiosas. O livro é sintomático de sua geração, mas acaba por prever muito do comportamento de internet visto recentemente em movimentos fascistas e misóginos. A nojeira é só um detalhe quando se vê o cenário completo. E isso beira o genial.

Livrão que não vou esquecer tão cedo.
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Sayonara 25/02/2023

O Cheiro do Ralo
Desde que li o título desse livro na bibliografia para uma seleção de mestrado da UFC, ele me chamou atenção. Até então, nunca havia ouvido falar de Lourenço Mutarelli e suas obras. E que surpresa boa foi esse primeiro encontro!
Em o Cheiro do Ralo, acompanhamos um dono de um antiquário (ou loja de penhores?) sem qualquer escrúpulo. Aparentemente muito rico, ele negocia com seus clientes, miseráveis, de uma maneira cruel, sempre tentando comprar seus itens a valores ridículos e, quanto melhor, levar sua alma junto. Paralelo a isso, que já seria o suficiente para configurar uma boa história, lemos com horror, e curiosidade, a progressão da sua obsessão com o fedor de fezes que escapa do ralo do banheiro da sua loja, e por sexo, especificamente pelas modalidades que incluam o anus.
As motivações desse homem? A narrativa oferece algumas chaves de interpretação, mas só cada qual lendo para formular sua própria hipótese.
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Vee 27/01/2023

Li o livro "O Cheiro do Ralo", e foi uma agradável surpresa pegar o livro sem saber nada sobre o enredo. Foi um misto de vários sentimentos, tanto bons quanto ruins. O personagem principal é completamente desprezível, suas atitudes são tão podres quanto o cheiro do ralo, mas o que mais me chamou a atenção foi o estilo de escrita do Mutarelli, que é confuso, mas ao mesmo tempo prende a atenção. Foi uma experiência sensacional e agora estou ansiosa para assistir à adaptação cinematográfica.
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Reccanello 05/01/2023

O cheiro vem do ralo ou de nós mesmos?
Enquanto divide seu tempo entre a obsessão pelo ralo de seu banheiro e o fascínio pela enorme, continental bunda da garçonete do bar onde almoça, o personagem principal segue sua vida em meio a rotina de sua loja de penhores, onde sua absoluta falta de empatia o leva a cruelmente ridicularizar seus clientes, muitas vezes pessoas desesperadas que se sujeitariam a qualquer abuso por dinheiro. Ao adquirir um olho de vidro de um cliente, sua mente já deturpada entra em uma espiral de loucura e ilusão na qual ele já não distingue realidade e loucura... enquanto o cheiro do ralo e a saudade da bunda da garçonete o sufocam mais e mais.
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Escrito em primeira pessoa, com frases bem curtas que refletem, em parte, o fluxo do pensamento desvairado do personagem, a obra nos traz, de um jeito leve e até mesmo cômico, a tragédia da vida do seu narrador, com algumas cenas um tanto quanto obscenas e perturbadoras. Apesar de sua escrita fluida e ligeira, é um livro profundo e arrebatador, com um enredo que leva à reflexão acerca da brevidade e da complexidade da vida, e também sobre como as pessoas se degradam ao perderem a esperança e a dignidade, e sua premiada adaptação cinematográfica não fica atrás, com a excelente atuação de Selton Mello. Vale a leitura.
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Marcelha.Leone 27/12/2022

Eu particularmente achei muito bom, mas penso que a leitura fluiu porque há alguns anos atrás eu assisti ao filme, acredito que no formato que foi escrito talvez eu pudesse ter ficado confusa caso não tivesse a experiência de acesso audiovisual. Além do fato de não consegui visualizar um sósia do Carlos Moreno mas sim o Selton Mello. Acho que tanto o filme como o livro valem a apreciação.
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