O cheiro do ralo

O cheiro do ralo Lourenço Mutarelli




Resenhas - O Cheiro do Ralo


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Regiane @agentejaleu 10/12/2022

Eu achei confuso, não estou acostumada com esse tipo de escrita mas foi uma boa experiência. A história mostra o pior lado das pessoas, o protagonista é um ser odioso e teve o qu mereceu.
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André Aquino 05/12/2022

A podridão é nossa!?
Narrativa típica de Mutarelli, estranha, mas que sempre tem muito a dizer.
Ótimo livro para se começar a ler o autor, é extremamente diferente, mas bem hipnótico.
Enfim, vale muito a leitura.
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Aline.Rodrigues 05/12/2022

Só há o escuro que sou
Sem palavras para escrever sobre ele, mas é preciso escrever sobre ele. Engraçado que tudo o que toca tremendamente a nossa alma, muitas vezes costuma nos tirar as palavras.
Tocar no escuro é o que este livro faz! Que livro fantástico e real. Que grata surpresa. Umas das melhores leituras do ano.
Paulo Ricardo 12/06/2023minha estante
Gente, eu não imaginava que tinha livro. Conhecia só o filme, que eu adoro.




Regina 28/11/2022

O cheiro do ralo
Achei o livro um pouco estranho. É narrado na primeira pessoa e em nenhum momento os personagens tem nome. A leitura até é fluida e o livro curto, mas não me prendeu
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alice 20/11/2022

Agora já não há mais desejo, só cansaço. Só o vazio.
O narrador de "O cheiro do ralo" é dono de uma loja de antiquários, ele tem aquela lábia típica de todo pilantra: cheia de argumentos para pagar pouco pelos objetos.

O personagem passa os seus dias reclamando do cheiro de merda que sobe pelo ralo, ouvindo as histórias das pessoas que levam os objetos para vender e tentando preencher o vazio que sente comprando essas coisas. Tudo se intensifica quando ele vê a bunda da atendente de uma lanchonete de esquina e sua obsessão/fetiche gira em torno de pagar para ver a bunda dela.

É difícil não sentir asco pelo narrador mas ao mesmo tempo é impossível não rir de suas tiradas e das figuras inusitadas que surgem em sua loja, ainda mais sabendo que ele parece com o careca do comercial do BomBril (como não rir da cena dele rasgando dinheiro de pau duro com um bêbado que é cara do Einstein).

O livro é sensacional, tem frases curtas que seguem os pensamentos do narrador, pensamentos carregados de putaria mas também de reflexão sobre a solidão, o tédio da vida e o vazio que fica quando finalmente alcançamos aquilo que desejamos.
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Thales 20/11/2022minha estante
Primeiríssima prateleira da literatura nacional. Eu sempre digo que o Muta não recebe metade das loas que ele merece




Felipe F. 05/11/2022

Um livro estranho e estranhamente hipnótico
O livro é escrito em primeira pessoa por um protagonista que não tem nome. Aliás, ninguém tem nome em todo o livro. O que importa para ele são as coisas, os objetos. Ele é um homem vazio e obcecado por possuir. “Eu nunca gostei de ninguém”. Nem de sua noiva, a quem abandona às vésperas do casamento.
O homem leva sua obsessão ao extremo quando deseja possuir uma bunda – sim, uma bunda. Não a mulher que a possui; apenas a bunda. Esse se torna o conflito central da obra. E ele não quer “conquistar” a bunda, mas comprá-la. Assim como compra objetos velhos que pessoas desesperadas por dinheiro levam à sua loja de penhores.
Ali, há um pequeno banheiro com um problema de encanamento que faz com que o ralo exale um cheiro pútrido. Toda a podridão que sai do protagonista retorna nesse odor. Mas ele o continua usando, dia após dia, retroalimentando o fedor que espantaria os clientes, não estivessem eles tão necessitados.
À medida que sua decadência se intensifica, o protagonista começa a se apegar e até a se reconhecer no ralo, que denuncia o vazio que ele carrega dentro de si. Ele então passa a se debruçar sobre o buraco e inalar, tragar sua substância. Como um Narciso.
Em sua estreia na literatura, Mutarelli trabalha um ritmo narrativo vertiginoso que lembra um filme de cinema, repleto de cortes rápidos e saltos temporais. Com sentenças curtas e ácidas, explora bastante os jogos de palavras e as livres associações para colocar o leitor dentro da cabeça perturbada de seu personagem.
Um livro estranho e estranhamente hipnótico. Novela para se devorar em um ou dois dias. Só tome cuidado para não se acostumar ao cheiro do ralo.
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Shiro 28/10/2022

Representatividade da realidade de algumas pessoas
Esse livro nos trás uma história na qual você detesta o personagem, mas ao mesmo tempo ri com ele e não te faz largar a história, ele apresenta uma crítica boa a alguns hábitos da humanidade e te faz refletir seus atos para não se tornar alguém igual a pessoa representada.
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Kesio.Rodrigues 10/10/2022

O Cheiro da Desumanização
O Cheiro do Ralo - Lourenço Mutarelli

O protagonista é dono de um antiquário que tem um banheiro cujo ralo fede como o inferno. Por falta de propósito na vida (implícito ao texto) sua existência sintética é: comprar barato e vender caro. Processo claro de desumanização do capitalismo tardio. As frases são curtas. Incisivas. Desconcertantes. Por falta de um Norte em seus dias repetitivos ele está em uma eterna busca de buscar. Vai ser pai, mas não ama a namorada. Desmancha o casamento dias antes da cerimônia. Busca de buscar. Pelas ruas de São Paulo, passando o cotidiano do Zé povinho que, apesar de no fundo não serem muito diferentes dele, passam o verniz social da moralidade e felicidade rotineira. Em sua busca de buscar, se apaixona pela bunda de uma garçonete. Mas o objetivo absurdista some assim que atingido. O protagonista sofre um processo de desumanização/retorno à consciência e aceitação da podridão. Seu tempo é morto em mentiras (em certo momento lê adquire um olho de vidro e vai mostrando para as pessoas dizendo que é o olho de seu falecido pai).
Há vultos dentro de sua casa. Cabelos de pessoas que nunca estiveram ali em seu banheiro. O ralo fede cada vez mais, ou o cheiro vem dele mesmo? A vida é dura e vá se foder. O ralo é a boca do inferno, a porta da desgraça, o olho do 🤬 #$%!& é o olho? É um livro livre de amarras morais, com um senso de humor feroz e agressivo. Narrativa labiríntica em primeira pessoa do presente (coisa que as aulas de literatura dizem para não fazer) quebrando as barreiras de ficção e autoparanoia, que não deixa de ser o tema central da obra e vida tardia do pós-pós-modernismo: paranóia.

Apesar de repugnante, temos que admitir que o protagonista é um exemplo perfeito do Homus Absurdos descrito por Albert Camus e que, contra nossa vontade, é para onde nós rumamos nesse mundo de desumanização industrial da sociedade e da arte.
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TalesVR 28/06/2022

Sacanagem poética
Eu sou suspeito pra falar pois esse tipo de livro, embora incomode os mais puritanos, muito me agrada. Na esteira de Charles Bukowski e Pedro Juan Gutierrez, Lourenço Mutarelli faz um livro experimental e genial. A estória não é exatamente linear e depende da imaginação do leitor, mas vale muito a pena.

No finalzinho a gente reflete que o desejar é mais forte que o realizar, como cantava Raul Seixas: ''foi tão fácil conseguir, e agora eu me pergunto e daí?''. A fantasia sempre superará a realidade, felizmente ou infelizmente, depende do ponto de vista. E ah, se você se chocar fácil não recomendo, o livro é libertino num desbunde geral muito bom (pra quem gosta),
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Luan 10/05/2022

A violência implícita do ser por meio da buscar pelo incerto
É a partir dessa violência implícita e masoquista que Mutarelli conduz-nos pelos pensamentos degradantes e sujos da mente humana. O cheiro do ralo, um personagem a parte, exala não apenas a essência de um protagonista sem nome, mas revela que pode haver em cada ser humano um odor fétido e de prazer masoquista - escondido no íntimo -, os quais são rechaçados por uns, enquanto outros assumem-nos como algo próprio, sem pudor e sem medo. A violência não está apenas atrelada às agressões físicas, mas está também em ações, comportamentos, palavras e vivências, isto faz-se presente a cada virada de página por meio dos atos, pensamentos, negociações e taras de um narrador que revela não gostar/amar ninguém, apenas seus instintos e prazeres. O cheiro do ralo é um recorte contemporâneo de relações sociais pautadas em poder/submissão, em uma barbárie social na qual o homem do século XXI, para ser alguém e sentir-se vivo, busca de maneira voraz preencher a própria alma com algo que faça sentido nesse contexto das relações humanas, seja por meio de popularidade, por controle e domínio dos outros ou por puro prestígio social. Dessa maneira, por meio uma narrativa fragmentada e uma violência à estrutura típica dos romances, Mutarelli mostra-nos que o ser humano busca algo que faça sentido e traga conforto para o próprio ego.
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Adriano 23/01/2022

Uma dos livros mais impactantes que tive o prazer (e em alguns momentos, o desprazer) de ler. Para quem ainda não conhece Lourenço Mutarelli, pode ser surpreendente descobrir que temos nesse livro sua estreia na literatura. Para quem conhece seus trabalhos anteriores, no cenário dos quadrinhos, ver aqui a alta qualidade de seu texto já é algo esperado.
Em "O cheiro do ralo" Mutarelli nos apresenta, com sua escrita ágil, de frases curtas e poucas vírgulas, um protagonista repleto de traumas e obsessões, e que desperta uma gama bem ampla de sentimentos em quem lê. Enquanto é fácil rir de uma situação em uma página, em outra é impossível não sentir pena, raiva ou nojo.
E assim, passando por dinheiro, quinquilharias, uma paixão fulminante por uma bunda, e um constante cheiro de merda que vem do ralo, acompanhamos a perversão e a degradação humana.
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Elly 07/01/2022

Meu novo livro favorito
Eu não costumo fazer resenhas, mas fica difícil quando lidamos com uma obra tão singular como essa. Me lembrou muito Kafka, mas por ser brasileiro me gerou mais identificação, principalmente com a escrita que é muito original, o narrador nem mesmo menciona nomes, a sensação é equivalente de estar na cabeça do cara, o que é bem obscuro e por (muitas) vezes asqueroso. Meu Deus eu só tô digitando as coisas aqui, mas enfim, livro difícil de digerir, que com tão pouco diz muito, vai ficar martelando na cabeça por muito tempo. Sensacional Mutarelli, sensacional!
Viva a literatura brasileira!
finalizado 07/01/22
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Sidney.Santana 29/12/2021

"O poder é afrodisíaco"
Moderno inteligente e de um cheiro pungente que invade a cabeça, impregna as roupas e amarga o paladar.
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Caio 12/12/2021

safadeza e sujeira bem direcionadas
Um dos melhores (se não o melhor) livros que já li. É uma história intrigante sobre o dono babaca e repulsivo de uma loja de penhores e o fedor que vem de um ralo no banheiro de seu escritório.
A pergunta-chave da trama é: O cheiro vem do ralo ou do homem?
O que mais me chama a atenção nesse livro é a forma de narrar do Lourenço Mutarelli, cheia de vida, bem direta e estranha. Direta até demais, já que é tão simplificada que não indica os diálogos com o travessão, não deixa claro quando o narrador faz um adendo no meio do diálogo, apresenta parágrafos curtos compostos por pelo menos uma frase e por aí vai. Uma escolha bem peculiar, mas compreensível para um livro como esse que eu não aceitaria ler da forma mais convencional.
Esse é um livro que não cabe no convencional. É exagerado, sujo, escatológico, pervertido. Mas, nada disso está ali simplesmente por estar. Um dos pontos-chaves da obra é que tudo tem um lugar certo para estar e o momento certo para aparecer. Referências à cultura pop e a outras várias obras aparecem também para adicionar à narrativa, não porque simplesmente são boas sacadas.
O Cheiro Do Ralo, por mais que seja pura estranheza, tem um enredo bem amarrado e não deixa pontas soltas. Outra das suas belezas é o maravilhoso recurso das auto-referências, já que, conforme a história avança, sempre são retomados pontos e momentos já passados na cronologia, o que, além de ajudar o leitor a relembrar momentos que, na hora que passaram não pareciam, mas no momento presente são importantes, só mostra a genialidade do Mutarelli em trazer uma história complexa no nível de se auto-completar e mostrar que todos os pontos foram pensados para uma finalidade específica que nos ajuda a entender mais a obra e a aproxima da realidade já que nós funcionamos assim quando nos lembramos de coisas passadas e pensamos em como elas ajudaram a moldar o que somos hoje.
Enfim, isso não foi nem metade das coisas que poderiam ser desenvolvidas sobre esse livro. Tudo mais que eu poderia dizer estragaria sua experiência pois trariam spoilers.
No mais, o melhor que eu posso te indicar, no momento, é essa leitura.
Obrigado.
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Katia Rodrigues 25/11/2021

"Estive no inferno e lembrei de você"
O narrador, proprietário de uma loja de quinquilharias é um homem que carece de ilusões, um homem medíocre, vulgar, a quem custa esforço conceber algo além de suas próprias obsessões, o cheiro do ralo e a bunda da garçonete do bar.

A estreiteza do mundo afetivo e social do narrador se reflete (ou talvez o inverso) na sobriedade da escrita, na sua condensação. Parágrafos e frases curtas não são o mais original na forma inventiva de O cheiro do ralo, é a forma admirável como Mutarelli faz verossímil a personalidade perturbada do narrador. A explicação talvez esteja na habilidade com que Mutarelli foi semeando cinematograficamente a história.

Recomendo demais. Ahhh e fica a dica do filme tbm 😋🤩
Alê | @alexandrejjr 25/11/2021minha estante
Mutarelli, o mais kafkaniano dos nossos escritores contemporâneos!


Katia Rodrigues 25/11/2021minha estante
Não posso concordar pq ainda não li Kafka, mas vou acreditar na sua palavra, Alê




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