O cheiro do ralo

O cheiro do ralo Lourenço Mutarelli




Resenhas - O Cheiro do Ralo


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Mr.Sandman 13/05/2024

Esse ralo tem história...
Ele entra
Mutarelli é genial.
Na inacreditável estreia literária do autor, temos um romance que apresenta um estilo único e propõe uma atmosfera impactante e imersiva. Criando uma mitologia própria quase de cara, somos tragados para dentro do mundo de um personagem excêntrico, controverso e ambíguo. Sua rotina é marcada por um cheiro que perfura a imaginação e adentra no nariz para finalmente encontrar o âmago da consciência: O cheiro do ralo. Da mesma forma que o protagonista constrói seu pai como um moderno Victor Frankenstein, construímos o protagonista com suas peculiaridades, contradições e crenças, expostas em um ritmo fluído e dinâmico, dentro de sua rotina, suas vivências e trocas interpessoais. Mutarelli sabe escolher a palavra certa, na ordem certa, enumerando orações de uma forma impressionante e criando uma escultura vertical de reflexões, de fluxos, de pecados , de desejos e de uma poesia que acha no caos e na decadência, seu lar.

Não vou me delongar muito, pois pretendo reler o livro e traçar uma análise mais detalhada posteriormente. É uma obra que merece releituras mais atentas e uma renovação das percepções. Uma coisa eu sei: É um texto de uma perspicácia e de uma poética raríssimas. Vale muito a pena.
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Lorenzo54 05/05/2024

Gostei
As vzs meio problemático. Em geral, um.muito bom sólido, nada além disso.

hdjsjwjwjwidjdje
susnsjwjwniwwnnejejw
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Gabi 04/05/2024

Um dos livros mais sórdidos que já li. Mas que sordidez bem escrita, envolvente, de certa forma até fluída! Chegamos na loja de penhores como mais um daqueles que mostram seus objetos que certamente "têm história", no meio do expediente, no meio de uma conversa, em meio ao cotidiano desse homem-capital amarelo, doente e fétido. Incrivelmente, dos favoritos.
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joaoggur 14/04/2024

O cheiro. O ralo. O olho. E? a bunda, é, a bunda.
Imagina um cidadão ?que parece o moço do comercial do Bombril?, que não tem nome, que cuida de uma loja de antiguidades, e que tem a profunda sensação que o cheiro de merda exalado pelo ralo atrapalha seu trabalho. Bem, seu ?trabalho? não seria a curadoria das quinquilharias; podemos dizer que ele é obcecado em tirar vantagem nas fraquezas das pessoas. Obcecado, aliás, ele fica por um olho de vidro que despretensiosamente chegara a sua loja. E por uma bunda. Mas acho que já falei demais.

Mutarelli nos vence pelo escatológico; o narrador-personagem sem-nome não é digno de qualquer simpatia, e isso não significa que queremos largar a leitura. Ao criar uma atmosfera banhada no irreal, em linhas curtas e diálogos enxutos (percebo uma forte influência de Cormac McCarthy [na questão estílica] e de Kafka [na questão temática], somado a certa herança da dramaturgia), ficamos com certa tentação em saber até que ponto tudo aquilo pode chegar, até onde o autor pode escalar uma história (talvez por uma visão um pouco superficial) simples.

Somos tragados pelo universo de O Cheiro de Ralo; e esse ?mundo?, a meu ver, é na verdade uma grande lente, que faz ver o que chamamos de realidade pela ótica do narrador. A medida que o protagonista vai perdendo a sua sanidade, tornando-se gradualmente mais obcecado por elementos supostamente banais, é como se nós também perdêssemos nosso senso de distinguir o normal do esquisito. Começamos a leitura sentindo um amargo gosto na boca; entretanto, cada vez mais nos acostumamos com a forma que os fatos são narrados, e no final, terminamos a leitura considerando escatologias meras trivialidades.

Isto é o suprassumo da desumanização, o sabor mais profundo da insanidade. Não é um texto fácil, - não recomendo a iniciantes na literatura. Tenho pena daqueles que nunca irão provar da genialidade de Mutarelli.
Purple1 14/04/2024minha estante
Já leu Angústia do Graciliano Ramos? O protagonista tem umas loucuras bem parecidas no livro


joaoggur 15/04/2024minha estante
@Purple1,
Já li, sim. Realmente, ambos os protagonistas estão imbuídos na insanidade e na obsessão. E, nos dois livros, somos fisgados pela curiosidade de ver o mundo perante os olhos dos personagens.




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Caio Cruz 28/03/2024

Ressaca literária e o cheiro do ralo
A fim de vencer a ressaca literária, selecionei alguns livros "curtos" que pudessem me ajudar e de todos eu não poderia ter escolhido melhor.
Com um protagonista medíocre, vulgar e prepotente, ele consegue conquistar a antipatia do leitor rapidamente, que não o entende, o vê manipular e mentir, sem que isso seja qualquer spoiler, e obcecado pelo cheiro que sai do ralo do banheirinho do seu escritório. Um livro que acima de tudo fala de obsessão que o homem tem quando tem tudo e ao mesmo tempo não almeja nada. O vazio que busca preencher manipulando aqueles que o buscam atrás de ajuda, quase como um ser mitológico, o homem, com dinheiro e poder.

O livro alterna entre a vida desse e a relação dele em sua loja de usados, uma espécie de antiquário, mostrando sempre ele como um todo, cheio de personalidade e defeitos, que o expõe muito além de suas qualidades, se é que tem alguma.

Recomendo muito aqueles que buscam um drama escrito numa estrutura curta, rápida, complexa e reflexiva, beirando a poesia.

Se joguem e entendam: o problema é o ralo?
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Vitu 10/03/2024

Pov: você está dentro da cabeça do moço do bombril
Quando se fala de livro em primeira pessoa, este deveria ser o exemplo número um. Estranhamente, você entende as mudanças de assunto como se fossem as sinapses acontecendo dentro de sua cabeça. Bem, pelo menos comigo foi assim. De doido para doido, a gente fala o mesmo idioma.

Ps: Eu não conseguia imaginar o moço do Bombril, apenas o Selton Mello, porque vi que ele faz o protagonista no filme. O jeito acelerado do Selton falar casa perfeitamente com a escrita do autor. Erraram e acertaram muito ao mesmo tempo na caracterização.
Gabi 04/05/2024minha estante
Engraçado que eu li primeiro e assim que acabei fui assistir e fiquei "mas como assim não é carecaaaa" kkkkk




Rafael.Garrote 20/02/2024

Lourenço Mutarelli mostra sua incrível habilidade em criar histórias únicas e com tridimensionais com um estilo narrativo muito diferente do que o que esperado, um narrar poético e cru sobre a nossa sociedade e esse protagonista incrivelmente bem escrito.
Pfv leiam
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livrosachadinhos 13/01/2024

Ao todo a experiência não foi ruim...
É um livro bem peculiar diferente de tudo que estou acostumada a ler. No começo fiquei bem confusa com a história o enrendo é construí de uma forma bem única e é um livro que realmente tem que se atentar aos detalhes. Foi uma experiência legal e em alguns momentos me causou risadas e em outros fiquei um pouco desconfortável mas acredito que tenha sido a intenção do autor visto que o livro transita muito em uma dualidade muito intrisica sobre a essência do ser humano. É um livro interessante mas realmente não faz muito meu estilo.
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Iasmin.Vilela 09/01/2024

O livro é simplesmente perfeito, toda narrativa te envolve e o clima que o Mutarelli cria é impecável, quase como se o leitor fosse uma espécie de consciência do personagem, você vê toda degradação e insanidade consumindo o cotidiano do dono da loja, o que torna a leitura ainda melhor, sem dúvidas se tornou um dos meus preferidos.
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Nivia.Oliveira 23/12/2023

A princípio esse livro causa estranheza pela linguagem ferina e reles personalidade do prota até descobrirmos que a fedentina do ralo exala dele próprio. É um narrador indenominável e asqueroso que vamos ganhando simpatia apesar de seus atos vis... Ou apenas somos movidos pela curiosidade para ver o que ele seria capaz de fazer?

A formatação do texto (uma espécie de teatro e quadrinhos - sem as imagens) faz a leitura fluir. A escrita me lembrou o cubano Pedro Juán Gutierrez, autor de a Trilogia Suja de Havana.
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Marcos774 11/11/2023

De onde vem o cheiro?
Estou sentindo o cheiro, o fedor que exala desse livro, tudo que já pensei, condenei, chorei, a vida é dura. Será que o cheiro vem de mim, ou é do ralo do meu banheiro, terminei essa historia a caráter, no sanitário, sentindo o cheiro , do livro? do meu ralo?, de mim?.
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Clarissa Guerra 03/10/2023

Talvez tenha sido o primeiro livro que gostei, a despeito de todo o incômodo em perceber que o personagem narrador me deixava constrangedoramente desconfortável a cada página, como quando contemplamos um quadro que causa um mal-estar peculiar e que, apesar de desagradável, nos marca. E dele não esqueceremos porque sempre iremos lembrar do desconforto gerado. Como o cheiro do ralo.
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Luana 21/09/2023

Acho que esperava algo a mais dessa obra. Não que seja ruim, mas o Mutarelli produz coisas tão boas que essa não me surpreendeu. Além disso, foi quase impossível não escutar o Selton Mello enquanto eu lia, tamanha atuação dele e boa adaptação da obra.

O que não se pode negar, no entanto, são os intertextos que Mutarelli consegue fazer. Leitor voraz e eu por vezes provavelmente perca um pouco do conteúdo por não conhecer tudo que ele referência.

Ainda assim, uma obra ácida, dura.
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