spoiler visualizarJu 25/06/2020
A culpa é infernal...
Já queria ler esse livro há tempos, mas tava enrolando, o lançamento do filme me motivou a enfim encarar suas 500 e tantas páginas, e apesar de quase largar, segui resistindo orgulhosamente até o final! Me interessou a sinopse dele, já me atraiu demais o fato dele ter referências históricas renascentistas, mas confesso que sabia quase nada obre Dante e através dele pude conhecer mais e vou procurar ler a tão onipresente nesse livro, obra do autor. A sinopse, somada ao oba-oba da febre de livros eróticos que vieram na esteira de 50 Tons de Cinza me enganou ( não que o mais importante pra mim é que fosse erótico, o importante é que fosse bom! ),mas a história me surpreendeu positivamente: não é um livro erótico, é sim, poético e muito, muito romântico, e pra minha felicidade é recheado de referências á obras de arte, livros, mitologia, filmes, comida, bebida, músicas (descobri muita música legal, outras, como a escolhida pra transa, nem tanto, podia ter escolhido uma melhor), enfim, pesquisei todas elas( sou obsessiva quando leio de tão curiosa que fico) conforme lia, adorei!! Tem alguns trechos quentes com descrições detalhadas de beijos e pegadas, alguns palavrões, mas aqui não tem criança, ne?!
Sim, o enredo é o tradicional clichê presente na onda das fanfics de Crepúsculo: Gabriel é um deus grego lindo, inteligente, misterioso e muito arrogante, grosso, vaidoso e esnobe. Inatingível. Júlia tem o perfil de personagem feminina que detesto: é tímida ao extremo, muito atrapalhada, com uma merda de uma mão lerda que derruba tudo que pega quando fica nervosa, morde o lábio, treme, fica branca igual uma fantasma, aliás, foi igualmente irritante a veneração á pele pálida, translúcida, de alabastro, de porcelana e sei lá mais o que, sempre associados a pureza e a virgindade dela, com direito a destaque para “a veia azul que salta no pescoço dela”. Sem preconceitos, mas enche o saco demais, me deu vontade de ler um livro com personagem morna ou negra, li pouquíssimas, infelizmente. Ah, e também é insegura ao extremo, babaca mesmo que engole humilhações e desaforo de todos, sem contar que por causa desse jeito sonso e lesado de ser, é sempre chamada de “gatinha”, “coelhinha”, “rosa frágil”... me dá nos nervos só de lembrar! Fora que ela faz umas 2 burrices no livro, se me lembro bem que dá ainda mais raiva!!Claro que os dois têm seus motivos lá no passado pra ser como são, e isso é um diferencial em relação ao 50 Tons, onde só o Gray era problemático.
O começo do livro é até engraçado graças a lerdeza de Julia, nas raras vezes que ela o deixou sem jeito também foi legal e a discussão deles durante o seminário foi hilária, apesar de perigosa, qualquer pessoa um pouquinho inteligente sacaria que a treta ali era pessoal.Gostei da interação entre os 2 casais protagonistas da trama : Beatrice e Dante, Gabriel e Julia. Em geral apesar de meio lenta e em muitas páginas, arrastada, a narrativa corre bem. Lembrei que não achei Julia parecida com a Beatrice do quadro, que é alta, loira, de olhos azuis.
Não me convenceu a desculpa dele pra não lembrar da noite deles há 6 ( seis!) anos e ela preferiu se calar, mas esperar o que dela, né ?? Ok, também ficaria fácil e o livro perderia a graça, vá lá... Gostei da transformação de Gabriel no decorrer do livro, ela termina como um homem praticamente perfeito, é um dos meus favoritos desde então, mas não achei o segredo dele lá aquilo tudo não, ele nem teve tanta culpa, a tal Paulina ( ô, mala sem alça, pior que a Leila de 50 Tons), não era nenhuma criança e só pode ser muito mimada pros pais dela jogarem a culpa de todo o acontecido nele, duvido que qualquer homem hoje em dia ficaria se martirizando assim... Enfim, ele muda pra muito melhor graças ao amor e a redenção que encontra na Julia, ela também sai um pouco do casulo, mas continua chata e mega frágil, não simpatizei mesmo com ela, é a pior personagem que já li!
Gostei dos personagens secundários, em especial Scott, o irmão de Gabriel, mas Paul foi bobinho demais na minha humilde opinião; será que vai botar as garras de fora quando descobrir sobre eles?? Li que o segundo livro é melhor que o primeiro, mas vou deixar pra ler depois, já que o filme ainda falará da segunda parte desse livro, ainda vem a terceira...
Bom, no geral, podia ter menos páginas, quase larguei perto da metade, tava arrastado, lento demais, mas lá pro fim deu uma agitada boa graças ao ex da sem sal, acho que ele, a Peterson atirada, a mala sem alça da ex dele e a professora tarada vão dar problemas ao casal, tomara!
Ah, curiosidade: Será que ele achou o absorvente dela debaixo da mesa ou alguém achou e vai usar contra ele futuramente??? Cismei com esse detalhe...
QUANTO AO FILME...
Corri com o livro pra assistir o filme fugindo ao máximo dos spoilers e vou ser clara: detestei. Ok, ele é fiel ao livro nos diálogos, mas muitas cenas perderam completamente a emoção, parece que ficou tudo muito frio, corrido, atuações robóticas;a cena da boate, por exemplo, ficou sem graça demais!! O ator escolhido é gatão, mas achei que ele tinha que ser mais sarado, já que o professor luta boxe e pratica esgrima. A atriz que faz a Julia é picolé de chuchu total, apática, enquanto que nos livros ela é bonita e muito atraente, apesar da timidez excessiva. Duvido-de-odó que na vida real um monumento de homem daquele se interessaria por ela, até mesmo o asqueroso do Simon, se bem que ela é a babaca perfeita pra atrair esses idiotas dominadores, mas nos livros, tudo é possível, né??
Eu tava curiosa pra saber quem era o autor do livro, já descobri, mas pra mim era a mesma autora de 50 Tons poque tem muuuita coincidência entre eles, mas achei-o ainda melhor que aquele por causa do intenso romance; o trecho hot custou horrores a chegar, mas foi bonito e legal, valeu apena e que venha o segundo livro, que não sei quando lerei porque vou ler 365 DNI pra ver o filme. Fui!