Larissa Oliveira 16/01/2019
Mais uma história arrebatadora de Khaled Hosseini
“O silêncio das montanhas” é o segundo livro do Khaled Hosseini que eu leio, e após a esplêndida leitura de “A cidade do sol”, um dos meus livros favoritos da vida, Khaled não decepciona com esta obra prima.
Comparado com “O caçador de pipas” e “A cidade do sol” muitos criticam “O silêncio das montanhas”, uma vez que possui uma narrativa não linear, fazendo idas e vindas no tempo, porém essa é uma das características que no meu ponto de vista fazem do livro muito mais instigante e emocionante, já que o leitor anseia pela continuação da trama principal e precisa ter paciência ao longo desta jornada que passa por seis décadas de história.
O silêncio das montanhas, possui nove capítulos e cada um é narrado por um personagem distinto que tem pouca ou muita relação com os personagens da trama principal, Abdullah e Pari.
Através de vários cenários, dentre eles o Afeganistão, França, Grécia e Estados unidos, o autor passeia pela história destes diversos personagens sem pressa. Ao começo de cada capítulo Khaled não faz questão de explicar os personagens, dizer quem são e qual relação eles têm com Pari e Abdullah, que fazem da leitura muito mais interessante: é o leitor que tem que descobrir através das “pistas” sutis deixadas ao longo das narrações.
Aos poucos as histórias, que aparentam não ter nenhuma relação ao enredo principal, vão se entrelaçando e moldando, através dos pequenos relatos individuais, o tão esperado final.
As dores e sofrimentos dos personagens, permeiam os acontecimentos no livro todo. E o “final feliz” tão esperado é mais um alívio, ou ainda conformação.
A primeira marcação que fiz do livro foi uma passagem do primeiro capítulo, no qual Saboor, pai de Abdullah e Pari conta uma história, que em certo momento diz:
“Quando alguém vive tanto quanto eu, replicou o dev, percebe que crueldade e benevolência são tonalidades da mesma cor.”
Essa é uma frase que resume muito do que é tratado no livro, as decisões difíceis dos personagens, a culpa e o arrependimento que seguem em suas vidas, e que as gerações posteriores tem que lidar, por sua vez.
O silêncio das montanhas facilmente entrou na minha lista de livros favoritos. Recomendo fortemente a leitura.