Mari Siqueira 08/01/2016Um laço de amor! Richelle Mead é minha autora favorita e isso não é segredo para ninguém. Eu costumava achar que ela não conseguiria se superar depois de Academia de Vampiros, meu amor eterno, mas estava redondamente enganada. Bloodlines é um spin-off tão incrível quanto a obra que o originou e a alma, escrita e genialidade presentes nos outros livros da autora permeiam cada parágrafo de Laços de Sangue.
Depois de todos os acontecimentos destruidores da série anterior, alguns personagens tiveram que lidar com as consequências de seus atos, e estas, não foram nada agradáveis. O desenrolar do final de O Último Sacrifício, sexto livro da série Academia de Vampiros, deu origem à série Bloodlines e é sobre o primeiro livro da saga que vou falar nesta resenha.
[spoilersAV] Sydney Sage é uma alquimista que cometeu o maior dos crimes, se envolveu com morois e dampiros. Sua profissão - e religião - exige que ela mantenha o menor contato possível com esses "seres demoníacos, almas pecadoras e corrompidas", segundo as crenças de seu povo, por ser humana ela não deve se misturar com seres "malígnos" como os vampiros ou os híbridos.
Mead traz, primeiramente, uma forte crítica sobre uma "religião" acreditar que pode determinar o que é sagrado e o que é profano. Sydney foi criada sob rigorosos valores que refletem um pensamento conservador e até mesmo "cristão". Seus pais e mentores sempre pregaram, como eu disse anteriormente, que humanos não deviam ser amigos - ou ter qualquer tipo de relação - com outros seres. Tal pensamento é, de início, aceito por Sydney que realmente se mantém afastada deles, mas aos poucos ela cria fortes laços com morois e dampiros e passa a questionar aquilo em que sempre acreditou.
Enviada para uma missão especial - proteger a irmã da rainha Lissa, Jill Dragomir -, Sydney é obrigada a conviver com um grupo de seres de diferentes espécies (como se eles fossem todos da mesma família) junto de outros humanos. Jill sofreu um ataque de famílias que não concordam com as mudanças políticas morois e, como consequência, é enviada para longe da corte até que lei possa ser modificada.
A princesa Dragomir precisa ser escondida e protegida e tanto os alquimistas quanto os morois concordam em selecionar um grupo de pessoas para a função. São escolhidos a alquimista Sydney, o moroi Adrian e o dampiro Eddie Castille para protegê-la. Os personagens - já velhos conhecidos dos fãs de AV - retornam mais maduros e, claro, que um grupo formado por pessoas tão diferentes e divertidos só poderia resultar em muita confusão, risadas e, principalmente, amizade.
Mistérios e segredos se interligam e formam a intrincada trama de Laços de Sangue. É um livro complexo, cheio de reviravoltas e que mantém sua narrativa em constante ação. Toda a história é narrada do ponto de vista da jovem alquimista e o mais interessante é ver seus preconceitos e seus paradigmas sendo destruídos pouco a pouco. Em especial é linda a relação de amizade que começa a aflorar entre ela e Adrian.
Adrian que teve um final nada - absolutamente nada - justo em Academia de Vampiros busca sua redenção nessa série e tenta superar Rose. O dom do espírito ainda tenta enlouquecê-lo, mas conviver com essas pessoas incríveis vai ajudá-lo a seguir em frente. Mais sarcástico e apaixonante do que nunca, o moroi conseguiu - mais uma vez - roubar meu coração. [/spoilerAV]
Me surpreendi, gritei - gritei mesmo, histericamente - e me emocionei com o primeiro volume de Bloodlines. Posso garantir que essa série tem a mesma magia que sua antecessora. Richelle Mead tem um dom - talvez um espírito - que transforma suas geniais ideias em belas histórias, cheias de moral, amizade e, principalmente, amor. Suspirei a cada linha e fiquei com os olhos cheios de lágrimas quando senti mais uma vez a magia de suas palavras e o encanto de seus personagens. O poder que seus livros possuem é o que mantém esse laço forte entre a autora e seus leitores, um laço que não é de sangue, mas de amor.
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