Corações Feridos

Corações Feridos Louisa Reid




Resenhas - Corações Feridos


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tiagoodesouza 14/10/2013

Corações feridos | @blogocapitulo
Olá, pessoal! A resenha de hoje é sobre um livro forte. Muito, muito forte. Se alguém disser que é um livro bonito, no mínimo essa pessoa gosta de ver o sofrimento alheio. Porque neste livro, ele está presente em vários momentos. Na verdade, a única coisa bela que ocorre no livro não tem como contar sem estragar a surpresa de quem for ler.

"Meus pais tinham sua definição particular do que era o bem e o mal. Na Igreja, nosso Pai é um homem de Deus; na cidade, ele é um modelo de virtude; e, na casa paroquial, eu era o mal, porque fora marcada. Foi o que me disseram assim que eu tive idade suficiente para entender."
Página 92.

Corações feridos conta a história de duas irmãs gêmeas que vivem sob o extremo domínio de um pai rigoroso. Hephzibah e Rebecca, apesar de gêmeas, são diferentes tanto na personalidade quanto na aparência. Hephzi é linda e com um espírito livre, enquanto Rebecca possuiu uma deformação facial chamada Treacher Collins. Se vocês leram Extraordinário (Intrínseca, 2013), devem lembrar que o August possuiu uma deformação facial também. A de Rebecca é por aí. Eu não aconselho a ninguém pesquisar sobre ela. Imagens bem impactantes podem surgir, embora eu precisei pesquisar para conseguir ter uma ideia melhor da aparência de Rebecca.

Voltando à história. Praticamente durante todo a sua vida, as irmãs foram educadas em casa sob os princípios religiosos de dois pais fanáticos. Apesar de ser um livro contemporâneo, as meninas pareciam viver numa época anacrônica. Elas conhecem computador a partir do momento em que passam a frequentar a escola comum. Começam a mudar, bem levemente, alguns preconceitos instigados por sua criação e Hephzibah começa a namorar às escondidas. E é por conta desse namoro que a história do livro ganha combustível e se desenvolve.

A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista das duas irmãs. Os capítulos são intercalados em presente e passado. No presente, Rebecca nos mostra o que acontece agora que a irmã morreu e sua luta solitária para viver dia após dia. No passado, Hephzi nos mostra essa transição do enclausuramento forçado em que viviam para o mundo super normal da vida de um adolescente comum até o momento em que ela não tem mais nada o que nos contar.

Eu me surpreendi bastante. Confesso que o que mais me atraiu, a princípio, foi a capa. Gosto de capas com cores fortes e um quê mais sombrio. Acredito que teria ficado mais bonita ainda se tivessem colocado textura soft touch. A diagramação é a padrão da editora Novo Conceito, com um pequeno detalhe no formato de galhos no começo de cada capítulo.

Louisa não mede palavras para descrever as cenas violentas. Motivo este para que eu dissesse no começo da resenha que não tem como ver beleza quando as personagens passam por esses momentos terríveis. Já não bastasse sofrer pelas mãos do pai, elas têm de seguir firme sem o apoio de uma mãe fria. Durante todo o livro, a autora nos deixa a entender que algo mais aconteceu com aquelas meninas. E esse algo, na minha opinião, ficou em aberto.

É uma leitura muito recomendada. Não vai ser fácil. Vocês vão se sentir bastante incomodados. Acredito que o título reflete bem o que esperar da história. Afinal, aqueles que feriram o coração das meninas são os que deveriam proteger e dar amor incondicionais.

"- As pessoas não se preocupam, eles querem uma vida sossegada.
- Bem, eles deveriam ter vergonha de si mesmos.
Talvez sim. A raiva exigira muita energia de mim, e eu precisava de todas as forças que me restavam para enfrentar o resto da minha vida."
Página 208.

site: http://www.ocapitulodolivro.blogspot.com.br/2013/10/resenha-coracoes-feridos.html
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Chrys 13/10/2013

256 páginas de esperança!
Hephzibah e Rebecca são gêmeas de 16 anos, filhas do pastor radical Roderick e de Maria, uma mãe submissa. Haphzi tinha nascido normal e linda, já Reb, nasceu com a síndrome de Treacher Collins, porém somente seu rosto era diferente, no mais, era uma adolescente como qualquer outra.


Até seus 16 anos, ambas as garotas tinham estudado em casa, a casa paroquial e dali jamais tinham saído. Com um desejo extremo de conhecer o mundo e viver, Haphzi finalmente ameaçou e enfrentou a Mãe e exigiu que ela convencesse o Pai a deixá-las estudar na escola local. Era a única maneira que Haphzi enxergava de um dia poder cursar uma faculdade e sair da prisão em que eram mantidas.

Haphzi só queria ter uma vida normal, cursar o ensino médio, ter amigos e conhecer garotos; Rebecca se sentia normal mesmo sabendo que todos, inclusive sua família a viam como monstro e aberração.

Exceto o período em que estão na escola, as garotas levam uma vida prisional, só podem entrar no quarto quando permitido, e o castigo por infringirem qualquer norma, ou até mesmo sem razão era ficarem sem tomar banho. Elas não podem lavar as poucas roupas que possuem e que ainda assim, foram tiradas do cesto de donativos da igreja.

Quando ficam menstruadas, a Mãe não lhes compra absorventes ou qualquer produto de higiene, como desodorante ou shampoo, o remédio? roubam na farmácia da cidade e assim, parecerem menos sujas. A crueldade é tanta que quando Rebecca fica doente, é mantida trancada no quarto por 3 dias, sem água, sem comida e sem remédios.

Haphzi se encanta com a vida de seus amigos, mas acaba morrendo de uma forma misteriosa. Rebecca se vê obrigada a enfrentar a penitencia de viver na casa paroquial sozinha, sem a irmã, que embora muitas vezes a tivesse magoado, certamente a amava.

E agora, Rebecca irá conseguir sobreviver sozinha às crueldades de seus Pais? Como e porque Haphzi morrera?

Não perca tempo e corra comprar o seu... A sinopse me atraiu desde quando o solicitei para a Editora e quando ele chegou, me ganhou mais ainda com sua capa perfeitamente linda e sua diagramação caprichada.

Eu amei ser sequestrada por essa história. Rebecca, embora tenha seus problemas físicos devido à síndrome de Treacher Collins, é linda por dentro, uma guerreira, protetora da irmã, inteligente e muito perceptiva. Ela é forte e aprende a usar essa força, ela cresce claramente nessa história e faz amigos de verdade. Definitivamente, em certo ponto, desejei que ela fosse real para poder abraçá-la.

Haphzi é impetuosa, ousada e viveu como sonhava, mesmo que por um curto momento.

Os capítulos são intercalados, onde Rebecca conta a história a partir da morte de Haphzi e esta, narra a história no passado, contando sua versão até o momento de sua morte. Achei muito importante e muito interessante essa dupla visão trazida pela autora.

Louisa Reid estudou e conseguiu construir personagens amáveis e odiáveis. O Pai é absurdamente cruel e nojento, a Mãe, uma imbecil, quem deixaria um monstro (que era o pai, isso sim) fazer com suas filhas o que ele fazia? Não quero nem pensar se existem seres humanos assim, é revoltante.

Não podia deixar de falar do fanatismo deste pastor, que horror!!! Nada que é radical demais é bom, não é mesmo?! Detesto essas coisas,a credito que o que Deus quer é justamente o contrário do que é pregado por essas pessoas! Mas enfim... é um alerta!

A magia com que a autora trouxe a história e a síndrome da personagem nos envolve de forma a nos fazer chorar e querer gritar de raiva, mas também dar colo e querer salvar as garotas!

Família, Religião, Alcoolismo, a Síndrome de Treacher Collins e carinho são temas que permeiam este excelente drama que não pode faltar em sua estante, 256 páginas de esperança, onde seu coração com certeza além de ferido, baterá mais forte!

site: http://todaaliteraturadomundo.blogspot.com.br/2013/10/resenha-coracoes-feridos-louisa-reid.html
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* 10/10/2013

Emocionante
Tão emocionante, quanto estarrecedor!
O título “Corações feridos” não poderia descrever melhor os sentimentos das personagens e do próprio leitor ao terminá-lo. Me senti extremamente tocada com a história das gêmeas Rebecca e Hephzi então prepare-se para também ter o seu coração ferido por essa história fascinante e assombrosa. Porque ao mesmo tempo em que você irá se deparar com a luta de duas meninas pela sobrevivência e a inocência de duas irmãs tão diferentes você também irá conhecer o mal...

A vida das gêmeas nunca foi fácil, seus pais o pastor Roderick e Maria são pessoas extremamente religiosas, mas de pouco caráter. Souberam usar a religião em favor apenas deles mesmos durante toda a vida. Desde muito novas as meninas sentiram na pele o que a "religião" da família lhes custou. Surras, maus tratos, desaforos, tortura física e emocional. As meninas nunca puderam ter amigos, brincar ou se quer estudar em uma escola, sempre foram educadas em casa, pela mãe. Enfim, coisas realmente horríveis acontece assim que a missa de domingo acaba e a posta da rua se fecha em suas costas.

Quando as meninas chegam a idade de começarem o ensino médio, algo muda. Depois de muita insistência o pastor finalmente permite que elas se matriculem em uma escola normal, até porque estava começando a ficar difícil manter as aparências e continuar trancando as filhas dentro de casa. O que ele não esperava é que um mundo novo fosse se abrir para as meninas... Finalmente elas estão livres, a liberdade não é muita, mas é o suficiente para fazer elas sonharem em serem livres de verdade.

Rebecca a que esta menos entusiasmada com a mudança, então não aproveita essa chance, na verdade a experiência de conhecer outras pessoas para ela é traumática, pois ela nasceu com uma síndrome que deformou seu rosto ainda no útero de Maria. Como se não bastasse sofrer gozações e tortura psicológica em casa, por causa de sua doença, ela começa a sofrer também no colégio. Não consegue conversar com as pessoas nem fazer amigos. Já para Hephzi estudar fora de casa é o céu. Ela é linda e divertida, não demora a fazer muitos amigos e arrumar um namorado. Pena que toda essa felicidade de Hepzi não termina nada bem, na verdade termina a SETE PALMOS DO CHÃO.

Com a irmã morta Reb tem que aprender a sobreviver sozinha, e verá que essa tarefa não será nada fácil, assim como manter a sete chaves os segredos que rondam a morte de sua irmã e ao mesmo tempo procurar desesperadamente um meio de fuga no inferno. Esse é um livro sobre consequências, sobre como uma determinada atitude pode mudar completamente a vida de alguém, é também sobre amor e sentimento de culpa, mas em absoluto é sobre aceitação... E o que veem com esse sentimento.

Fiquei completamente estarrecida com essa leitura. A capa a primeira vista sugere uma história juvenil, até sobrenatural se você se deixar levar pela morbilidade da capa, mas não de deixe enganar, estamos diante de um ótimo Thriller Psicológico que promete não só abalar seu coração, mas também sua mente. São muitos os assuntos abordados nessa trama, entres: O bullying que Rebecca sofre, mas o mais triste é que essa discriminação não acontece apenas fora de casa, em sua maioria são seus próprios pais que a fazer se sentir inferior, assim como Hephzi mesmo que essa não tenha uma intenção clara, mas assim que ela começa a se relacionar com os outros alunos do colegio e começa a aprender "como se portar" para fazer parte "do grupo popular" ela passa a sentir uma extrema vergonha da condição da irmã, chegando até a fingir não conhece-la. O mais surpreendente é que Rebecca não liga. Ela realmente não se importa, com tantos anos aturando todos os tipos de ofensa ela acaba por ser imune aos que as pessoas falam, principalmente se a ofensa vier de dentro de casa. A única pessoa que importa para ela é Hephzi, e desta ela perdoa qualquer coisa. Na verdade a condição das irmãs se invertem, normalmente o mais forte cuida do mais fraco e no caso se deduz que Reb é a ponta da corda mais fraca, mas não é. ELA É O PILAR.

O livro também aborda os perigos de se criarem os filhos em uma redoma de vidro, com pouca informação e orientação, assim como muitos aspectos criminais de maus tratos. Mas o mais bonito é o amor que exite estre as meninas, mesmo com tanto sofrimento e defeitos a relação ainda faz um cisco cair nos olhos dos leitores. A trama segue com o mistério da morte de Hapizh, como ela morreu? Do que ela morreu? Reb teve alguma coisa a ver com a morte da irmã? Seus amigos? Seus pais? Um desconhecido, quem? Ou será que sua morte foi natural? Assim como, será que Rebecca conseguirá sua liberdade? São muitas questões e poucas páginas. Tudo se encaixa e não ficamos com absolutamente nenhuma ponta solta. A narrativa é alternada entre as irmãs. Hepizh antes de sua morte e Rebecca após a tragédia. O que é maravilho, já que podemos conhecer ambas, criarmos nossas apostas para o desfecho. A leitura discorre facilmente, com tanto que não demorei mais do que um dia para ler o livro.

Os personagens são intensos, tantos as meninas quanto os demais. Hepizh é deslumbrada, o tipo de criança que nunca viu o mundo então quando o olha por uma fresta perde a compostura e joga tudo para o alto, talvez tenha sido isso que a levou a sua morte prematura. Por um momento me ressenti com a personagem pela maneira que ela tratava a irmã, mas todos tem seus motivos para agir e não adianta julgar, na verdade me esforcei para entende-la e terminei o livro com dó da personagem, já Rebecca é o oposto, ela não se deslumbra com nada, é forte e destemida, corajosa e sensata. Torci muito para que após tantos anos ela tivesse um final feliz. Não vou entrar em detalhes sobre os pais das meninas, nem sobre os personagens que vêem depois, mas me encantei com dois deles que serão cruciais nessa história.

Como eu disse, o final não deixa pontas soltas, até porque este é um livro único. Brilhante, esse seria o adjetivo que eu usaria tanto para a obra, quanto para a autora.


site: nasproximaspaginas.blogspot.com
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Rafaela Regis 13/10/2013

Corações Feridos - Louisa Reid
Corações Feridos da autora Louisa Reid é um livro tocante e emocionante que faz o leitor entrar de cabeça na história e desvendar os mistérios que a rodeiam. Nele conhecemos as gêmeas Rebecca e Hephzibah (ou simplesmente Hephzi) uma linda e uma desfigurada, por causa de uma síndrome.

Rebecca e Hephzi vivem de maneira incomum, pois não frequentam a escola, consequentemente não possuem amigos, tudo isso por causa da proibição de ses Pais. Ambas são filhas de um pastor e juntamente com sua mãe ajudam nos afazeres da igreja. E como se isso já não fosse o bastante tem de conviver com os "humores" do pai que hoje está tranquilo mas que pode mudar a qualquer minuto.

Por intervenção de uma das mulheres que frequentam a igreja as meninas conseguem ir a escola e lá todo um mundo de possibilidades se abre, fazendo com que elas vejam como as jovens normais vivem e consigam coisas que elas nunca imaginaram ter como amigos e acesso a informações.

Um livro já se inicia de forma bastante dramática, mas não foi ruim para falar a verdade gostei bastante porque deixa o leitor na expectativa do que vai acontecer. Outra coisa que me agradou bastante foi que os capítulos tinham a narração intercalada entre as irmãs, sendo a Hephzi o antes e a Rebecca o depois.

Não conhecia ainda o trabalho da Louisa, mas adorei a escrita dela e a forma que ela passa as informações e até a descrição da síndrome de Treacher Collins, que muitas pessoas não conhecem e nem imaginam como seja. As diferenças entre as irmãs são enormes, como qualquer casal de gêmeos, mas mesmo com todas as dificuldades elas conseguem se entender muito bem e se ajudam.

A história é dividida em duas partes o que me deixou feliz, porque a cada página eu ficava angustiada e minha torcida aumentava, porque estava querendo saber o que iria acontecer, e posso dizer que me surpreendeu completamente.

Tive várias impressões durante a leitura do livro, pois ele não é um livro tão leve e tem passagens pra lá de impressionantes e até mesmo chocantes, tanto que eu o descreveria como: tocante, surpreendente, chocante e comovente. Sim, isso tudo e muito mais.

Com uma capa belíssima e diagramação super caprichada, para complementar esse trabalho magnífico, Corações Feridos é um livro maravilhoso que deixa várias marcas e impressões no leitor e está super recomendado!
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Isabella 11/10/2013

"Hoje eles tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sobra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana."

Corações Feridos foi escrito pela Louisa Reid e lançado nesse mês no Brasil pela Novo Conceito que me enviou um exemplar como cortesia. O livro conta com 255 páginas e pequenos capítulos intercalando o presente com o passado. Ele nos mostra a história das irmãs Hephzibah e Rebecca, uma era linda e a outra era portadora da Síndrome de Treacher Collins, que deixou seu rosto completamente deformado ao nascer.

Os pais das garotas são religiosos fanáticos e o pai é pastor. Para os outros, tudo parecia correr bem na paróquia, mesmo após a morte de Hepzhi. Porém, na verdade nada funcionava assim lá. As irmãs viviam um pesadelo quando as portas se fechavam por causa da forma que o Pai (escrito sempre com letra maiúscula) decidiu criá-las. Reb tinha muito medo dele, mas a irmã era mais destemida.

Depois de muito insistir, Hepzhi convenceu o Pai de que as meninas deveriam ir para o colégio. Diferente da irmã, ela conseguiu se enturmar fácil e até conseguir um namorado que a fez acreditar de que poderia fugir de lá. Sempre acobertada pela Reb, ela começou a traçar o caminho que não acabou nada bem.

"Por que eu tinha de ficar em sua prisão, por que tudo que sempre amei tinha de ser tirado de mim? Se ao menos eu pudesse fugir. Mas como? Era impossível. Se minha irmã, minha linda irmã, não conseguira, então eu não tinha nenhuma chance. Não havia ninguém que me pudesse ajudar."

Após a morte de Hepzhi, as coisas ficaram ainda piores para Rebecca, já que a filha favorita do Pai havia morrido. Ela precisava escapar de qualquer forma mas sabia que não poderia contar os horrores que aconteciam pois ninguém iria acreditar. Reb estava sozinha nessa, certa do perigo que corria mas, ainda assim, que precisava correr contra o tempo e fugir.

"- Você está ficando igual a ela, igual a outra. Ela ia e vinha quando queria, e agora você acha que pode fazer o mesmo. E você vai seguir o mesmo caminho, escute minhas palavras, você vai seguir o mesmo caminho."

Os capítulos no passado são escritos pela Hepzhi e narra desde a vida no colégio até sua morte e os no presente nos apresenta como as coisas ficaram com a Rebecca. Você se pega querendo ler cada vez mais um capítulo para descobrir como a irmã mais bonita morreu, porque o Pai é tão louco ou se a Reb conseguirá fugir e quando se dá conta, já acabou o livro.

Eu já esperava bastante sobre ele desde quando vi que a editora tinha comprado os direitos e não me decepcionei. A história é cheia de reviravoltas de tirar o fôlego e realmente te prende muito. Cada página te dá uma nova peça para concluir o quebra-cabeça e saber todos os mistérios do livro. Tudo o que acontece com as meninas é horrível, mas é bem real. Nós realmente não sabemos o que acontece na casa ao lado quando as portas se fecham.

A Hepzhi me irritou bastante, confesso, mas nada estragou o livro de estreia da autora para mim. A capa, com o título em relevo, é linda! A diagramação característica da Novo Conceito é muito boa e a história é incrível, de verdade. Dou cinco estrelas e indico de olhos fechados.

site: http://www.entreparagrafos.com/2013/10/coracoes-feridos-louisa-reid.html
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Vanessa Sueroz 11/10/2013

Neste livro iremos conhecer Rebecca e Hephzi, duas irmãs gêmeas um pouco diferentes, inocentes, e batalhadoras, que definitivamente não tem uma vida fácil. Seus pais – Roderick e Maria – são muito religiosos, na verdade seu pai é pastor, e com isso as meninas sempre viveram neste mundo onde a religião domina a vida das pessoas. Rebecca tem um problema de nascença no rosto e tem mais dificuldade ainda de se enturmar.
É triste ver que as gêmeas nunca tiveram amigos e sempre tiveram castigos muito severos por pequenas bobagens. Estudar em escola? Jamais, estudos só dentro de casa e brincar nem pensar. Tudo isso colabora para uma vida bem complicada onde as missas de domingo são um pesadelo.

Depois de muito insistir por anos a fio as meninas convencem o pai de deixa-las cursar o ensino médio em uma escola normal, o que o pastor não tinha percebido é que isso poderia abrir os olhos das filhas, um mundo novo cheio de liberdade e sonhos estava entrando.

O problema de Rebecca influencia sua vida de tal forma que ela não aproveita muito bem essa nova liberdade e tem muita dificuldade em fazer novos amigos, afinal o pessoal do colégio não perdoa uma, e Rebecca passa a sofrer bulling. Por outro lado sua irmã Hepzi acha a melhor coisa do mundo a nova escola e logo está rodeada de amigos, mas nem tudo dá certo.

Resenha completa:

site: http://blog.vanessasueroz.com.br/coracoes-feridos/
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Mari 05/10/2013

"Havia sempre um par de olhos em algum lugar me fitando com fascínio e horror.Eu podia sentir esses olhares como se fossem formigas rastejando sob minha pele." - Pág. 13

Um homem mascarado por maldades, ódio e loucura. Uma mãe submissa que guarda um segredo. Duas filhas amedrontadas. Em "Corações Feridos" conhecemos Roderick, um pastor dissimulado, controlador e obcecado por castigar suas filhas, as gêmeas Rebecca e Hephzibah. Ele pregava o bem, porém fazendo sempre o mal. E esse mal era refletido no olhar de suas filhas que de tão amedrontadas preferiam estar invisíveis e fora do alcance daquele que parecia mais o seu algoz.
Rebecca e Hephzibah são irmãs gêmeas, porém devido a síndrome de Treacher Collins, Rebecca tem seu rosto deformado. As duas não são diferentes apenas na aparência. Uma é observadora e cautelosa, a outra não abre mão da sua liberdade mesmo sabendo que seu pai não lhe daria de jeito nenhum. Sua mãe, Maria, era completamente alienada e indiferente com as meninas e elas sonhavam com um pai e uma mãe atenciosos. A única pessoa que demonstrava amor por elas era sua avó . Ela sim, as levava para passear mesmo sabendo que não era do agrado de sua mãe e muito menos de seu pai . Esses momentos descontraídos foram se acabando quando Roderick percebeu que estava sendo ameaçado pela presença de sua sogra. Depois disso, os segredos começam a ser revelados.
Mesmo dias depois de ter lido o livro ainda estou, digamos, chocada. Fiquei completamente envolvida com o livro do início ao fim. A medida que avançamos na leitura, as cenas nos assustam e nos surpreendem cada vez mais. Rebecca e Hephzi não sabem nada da vida. Elas são afastadas de tudo e de todos, só fazem serviços na igreja de seu pai, e ele só sabe castigá-las cada vez mais. Castigá-las mesmo!

Rebecca é a irmã mais calada, que sempre escondia seus sentimentos e a única coisa que ela sentia em relação ao seu pai, era a dor de ser sempre humilhada. Ela temia muito por Hephzi, pois ela queria ser livre e não media esforços para sair de casa e enfrentar as decisões do pai, mesmo que ele não soubesse. O que mais me deixava com o coração apertado era a situação de Rebecca no meio de tudo. Era sempre ela a que mais sofria por não poder aproveitar nada da vida e sempre ser castigada. Queria diversas vezes poder abraçá-la.

O livro é narrado em primeira pessoa, sendo que vai sendo alternado por Hephzi e Rebecca. Os relatos das personagens são avassaladores, e me deixavam comovida, indignada, triste, surpresa, chocada, com raiva, sem palavras. A cada detalhe descoberto ficamos pensando durante minutos no ocorrido. Sofremos com as irmãs. Sentimos sua dor. Tudo que é revelado nos assusta. A autora escreveu uma história com tanta realidade, que caminhamos junto com as personagens e queremos protegê-las a todo momento.

Já li livros que me emocionaram, que me fizeram rir ou que me deixassem saudade. Mas, agora, não consigo lembrar de nenhum livro que tenha me causado tanta admiração como "Corações Feridos". Se preparem. O livro é incrivelmente chocante e vai te surpreender a cada virada de página. Até quando a verdade ficará escondida? As aparências enganam e podem mascarar a realidade. Nada é o que parece...

RESENHA ORIGINAL EM: http://www.magialiteraria.net/2013/09/resenha-coracoes-feridos-louisa-reid.html
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DanielaMG 07/10/2013

Livro instigante e envolvente
A leitura fluiu tanto que em dois dias terminei o livro. A história te instiga e há momentos que assombra por parecer real e como de fato, sabemos que existem relações familiares como as relatadas no livro.

A autora criou personagens factíveis, moldados pelo descaso e pela dor, que tentam vislumbrar um futuro melhor, buscam aceitação, amor e liberdade.

A violência do Pai contradiz sua postura religiosa e oprime as irmãs ao máximo. Hephzibah falece por negligência e Rebecca aos poucos tenta seguir em frente e se libertar das garras opressoras de sua família.

Difícil ter consciência que lares como esses são uma realidade comum no mundo todo, uma triste e sigilosa realidade. Os vizinhos não notam o tratamento que pais como Roderick dão aos seus filhos, ou fingem não ver. A indignação relatada no final do livro atinge o leitor.

Uma mãe omissa que não se importa com o que acontece dentro de sua casa, os parentes que se distanciam e não querem ter qualquer relação com os fatos. Duas irmãs que se acostumam a viver na sombra da violência.

Rebecca sofre com a deformação de seu rosto e acredita nunca encontrar amor, amizade e aceitação, tudo isso muda quando ela consegue um emprego numa espécie de Asilo.

Apesar de perturbador, o livro é excelente.

site: http://giraldeleitura.blogspot.com.br/
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Lelê 08/10/2013

Resenha:

Eu sabia que este livro se tratava de um drama, mas definitivamente eu não esperava me chocar tanto. É forte, é denso, é pesado, mas é incrivelmente bom. Li em questão de horas. Chorei, roí as unhas, torci, odiei, fiquei feliz! E tudo isso em pouco mais de duzentas páginas!!




"Você não tem ideia do que é ter uma
aberração como irmã. Quero dizer,
estou acostumada com isso."
Pag. 15


Hephzibah é uma garota linda e cheia de sonhos. Sua irmã gêmea Rebecca é muito inteligente e portadora da Síndrome de Treacher Collins, que deixou seu rosto deformado. Essa Síndrome é facilmente tratável com cirurgias plásticas, porém o tratamento não interessa aos seus pais, que dizem que sua deformidade nada mais é do que um castigo de Deus, e que Rebecca tem que conviver com essa marca do Diabo.


"Eu era a Imperfeição de sua Justiça,
e, conforme me dirigia seu jogo
particular de moralidade, sentia
a chama queimar de novo e de novo."
Pag. 89


É narrado em primeira pessoa por Hephzi e Rebecca intercalando os capítulos, sendo que Hephzi narra sua história no passado e Rebecca no presente.

No primeiro capítulo Rebecca narra como foi o funeral de sua irmã.
E no capítulo seguinte, Hephzi é quem narra como foi sua vida até a sua morte horrível.
O livro ainda é dividido em duas partes, e quando as duas narrativas se encontram começa a segunda parte, que é então o desfecho da história.


"Olhe para dentro, retire a pele, a
carne e os ossos e encontrará
uma biblioteca de sofrimentos."
Pag. 12


No início do livro a morte de Hephzi é um mistério permeado de segredos. A autora soube levar este suspense por um longo tempo, o que fez com que eu não conseguisse parar de ler.

E conforme a leitura fluía eu tive sérios problemas, pois eu queria parar, respirar, xingar e simplesmente não conseguia.


"É claro que ele se livrou de toda a
história sem muitos problemas. As
pessoas são tão crédulas e,
sempre que ele lhes conta que é
pastor, é como se dissesse que
é Jesus ou algo assim."
Pag. 121


O pai das meninas é um conhecido pastor da cidade, para todos da comunidade ele é um exemplo de dignidade, na frente dos outros ele é um marido e pai perfeito. Mas quando as portas da paróquia se fecham, é que o monstro aparece, e tudo isso é só mais um dos segredos guardados. A família inteira é cheia de histórias nunca reveladas.

No começo eu não simpatizei com Hephzi, mas antes da página cinquenta eu já queria trazê-la pra casa e cuidar das duas irmãs.


"Não sei por que ele pensava que
livros podiam nos corromper.
Em alguns dos seus sermões,
ele pregou sobre os males da
leitura, especialmente da
boa leitura."
Pag. 55


O crescimento da personagem Rebecca durante a leitura foi o que mais me cativou. Sua força e coragem me deram energia para segurar minhas emoções e terminar o livro com orgulho de tê-la conhecido e ter lido sobre sua vida.

A capa está perfeita, tem tudo a ver com o enredo, suas cores e seu clima triste fazem todo o sentido. A diagramação está linda! Com pequenos detalhes no começo dos capítulos, fonte grande e um ótimo espaçamento.

Recomendo muito! Mesmo que você ache que será chocante, triste e comovente... vale muito a pena!!!

site: http://topensandoemler.blogspot.com.br/
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Ãtalo 10/04/2024

Um livro melancólico e reflexivo
O livro fala sobre duas irmãs que vivem sobre os sofrimentos e abusos dos pais fanáticos religiosos; a história passa-se antes e depois da morte de Hephzi, uma das irmãs, sendo ambas gêmeas. Porém, Rebecca, a outra irmã, nasceu desfigurada, a mercê da uma doença (síndrome de treacher Collins).
Uma história nunca me tocou tanto.Passa-se em uma atmosfera melancólica, a qual você realmente consegue sentir a sensação de tristeza e a carga emocional qua ambas irmãs carregavam. Há a abordagem de assuntos ?tabus?, como fanatismo religioso, estigmas à doenças físicas (como a de Rebecca), violência emocional e sexual e inocência.
É um livro que te faz refletir e provar todas as sensações e sentimentos das personagens, e quando se percebe, você está sofrendo com elas e torcendo com/ para elas. A inocência é uma palavra chave para a história, e a cada página, você experimenta diferentes reflexões e emoções.
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Poly 11/10/2013

Esse é um tipo de livro intenso. Desses que a gente lê e fica várias horas pensando a respeito. O clima do livro é bem melancólico e triste, mas a história é bonita.
Os capítulos revezam entre antes e depois da morte de Hephzi para contar a história. Os capítulos antes da morte são contados por Hephzi e os depois por Rebecca.
Juntas elas vão contando a história da vida delas. Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas e filhas do pastor fanático. Elas vivem trancadas dentro da casa paroquial e não podem sair ou ter amigas.

"OK. Minha família é maluca. Completamente estranha. Um dia eu vou cair fora daqui, não há dúvida quanto a isso, mesmo que isso signifique deixar minha irmã para trás.
P. 15"

Durante toda a infância elas estudaram em casa, com a mãe, mas Hephzi conseguiu convencê-la a ir para a escola normal durante o Ensino Médio para que elas pudessem ter chance de entrar em alguma universidade.
O choque cultural que elas sofreram no início foi enorme, mas elas eram bastante observadoras e conseguiram se adaptar bem, na medida do possível.
Claro que Hephzi, por causa de sua beleza e simpatia, conseguiu se entrosar bem e fazer amigos rapidamente. Mas Rebecca continuava no canto dela, quieta e longe dos olhos das pessoas. Além de tímida, ela tinha medo das pessoas rirem dela e a criticarem por causa de sua aparência (ela nasceu com a Síndrome de Treacher Collins e por isso tem a face deformada).
Como toda adolescente normal, Hephzi quer fazer parte do grupo e para isso, começa a mentir e a sair de casa escondida. Rebecca não tem as mesmas ambições, mas acoberta a irmã nas suas saídas.
Aos poucos, o livro começa a mostrar a terrível realidade em que as irmãs vivem. Elas não tiveram acesso a qualquer tipo de conhecimento que não fosse o bíblico. Não podiam ler ou assistir TV. Não comiam guloseimas ou ganhavam roupas novas. Só tinham poucas mudas de roupas e simples. Não tinham sequer acesso a itens básicos de higiene como shampoo ou absorventes. Elas tinham uma Avó carinhosa e uma tia (Tia Melissa), mas o pai proibiu a visita de parentes.

"Foi apenas da Vovó que recebemos presentes; dela eram o único beijo, o único sorriso, a única risada.
P. 95"

O tempo todo elas eram humilhadas e chamadas de pecadoras, além de receberem sérios castigos corporais.

"Ele nunca pede desculpas. Apenas faz de conta que nunca aconteceu nada. Nós nunca ousamos revidar seus golpes, ainda não. Sei o que aconteceria se fizéssemos isso.
P. 84"

As meninas eram tão inocentes que mesmo com 17 anos, elas não sabiam de onde viam os bebês. E por muito tempo elas acreditavam que menstruação era coisa do diabo e um lembrete de que as mulheres são pecadoras.

"Antes de começarmos a ir à escola, eu costumava ficar deitada na cama quando estava naqueles dias. Minha mãe não comprava absorvente, então eu enchia minha calcinha de papel higiênico barato, que dava coceira e ficava deitada até me sentir melhor. Tudo voltaria ao normal em poucos dias.
P. 78"

Acho que o mais incrível da história é o fato de como a violência doméstica é tão presente e tão óbvia e ninguém faz nada em defesa das meninas. Várias pessoas sabiam ou desconfiavam, mas ninguém se metia no relacionamento familiar ou ligava para polícia para denunciar.
O triste é que essa é a realidade de várias pessoas e crianças e os vizinhos e parentes preferem se omitir a “desmoronar” uma família (que obviamente já está desmoronada).
Uma coisa que eu reparei foi que as meninas sempre se referem aos adultos (pais e parentes) com letra maiúscula. Acho que representou um sinal de respeito em relação a eles. E quem sabe, temor (se formos pensar no pai).

"Aos poucos eu estava ajeitando as coisas. Aos poucos estava me preparando. Eu realmente estava partindo. Estava saindo das trevas procurando uma vida. Aquela que esperou por mim todo esse tempo.
P. 233"

A capa do livro é linda e reflete perfeitamente a cena do funeral de Hephzi. O título é em alto relevo e achei que a fonte combinou bastante.
A formatação interna é simples, mas gostei. No início de cada capítulo, que tem o nome de cada narradora (Hephzi ou Rebecca), tem uns pequenos ramos. Achei bem singelo.
Apesar da intensidade da história, o livro é fininho e dá para ser lido rapidamente. A narrativa é em primeira pessoa, alternando entre Rebecca e Hephzi. Gostei da alternância, pois assim conheci melhor as personagens e soube o que uma achava da outra e o sentimento em relação à família.
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Saleitura 11/10/2013

Duas irmãs gêmeas. Uma linda, a outra desfigurada. Divididas por um terrível segredo...
Corações Feridos já tinha me chamado atenção pela sinopse e acabei sendo motivada a iniciar a leitura no anseio de ganhar uma sombrinha. Mas nada disso passou a ter importância depois que fui absorvida por essa história de Rebecca e Hephzibah, irmãs gêmeas, que partiram meu coração e me chocaram de tal forma que não tive como deixar de ser envolvida e esquecer tudo que estava a minha volta.

Filhas de um pai religioso fanático – Pastor Roderick – que não permitia que fossem a escola, de lerem livros, de terem qualquer contato com o mundo externo. Suas roupas eram restos das doações feitas. Cresciam alheias as mudanças que surgem nas fases da vida de uma menina para adolescente, dos cuidados que devem ter com seu corpo, com os perigos que a inocência levaria a tristes consequências. Uma mãe que nada fazia para ajudar as filhas por medo do marido e nem quando eram marcadas pela crueldade de um pai fanático e bêbado. Quantos segredos não estariam por trás disso tudo?
“Você está tomando pílula, né? Indagou ele. Eu não fazia ideia do que aquilo significava, então concordei com a cabeça. O rosto dele brilhou instantaneamente. – Deve ser vírus então. – E concordei outra vez.” Página 181

A história é em primeira pessoa com capítulos alternados de Rebecca que narra o Depois e Hephzi contando o Antes.

“Hoje tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sombra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana.” Página 11

Hephzi era a irmã bonita e mais decidida. Depois de ameaçar a mãe e esta convencer ao pai finalmente conseguiram ingressar no segundo grau. Para Hephzi era o começo da liberdade que tanto sonhava em alcançar. Logo foi se enturmando ,fazendo amizades e arranjando um namorado Craig.

Rebecca por ter seu rosto deformado em virtude de sofrer da Síndrome de Treacher Collins, estava sempre escondida. Apesar disso ela era mais atenta, mais cuidadosa e sempre procurava ajudar a irmã fazendo as suas tarefas escolares, dando cobertura quando esta saia às escondidas para as festas e para namorar. Quantas vezes não foi castigada pelo pai para proteger a irmã. Como qualquer irmã tinham suas briguinhas mas se amavam, eram amigas e confidentes.

Gostavam de relembrar os momentos felizes que passaram com sua avó quando menores. Ela vinha buscá-las para passear, comprava livros que liam em sua casa, tomavam sorvete, passeavam nas lojas, ganhavam roupas novas. Era um momento de felicidade única , mas seu pai a odiava e um dia a proibiu de ver as netas. Brigaram, ela caiu da escada e depois acabou morrendo de tristeza.

Estar na biblioteca da escola era o que mais gostava e se pudesse leria todos os livros que estavam nas prateleiras.
“Quando eu era transportada para o Morro dos Ventos Uivantes ou para o centro de Los Angeles, ficava feliz, meu mundo recuava e, por 40 minutos, a realidade ficava suspensa em algum lugar acima da escola, como uma bexiga preta esperando o sinal de estourar.” Página 31

As saídas de Hephzi passaram a ser mais constantes indo a festas e seu namorado Craig a levava a passear de Moto por vários lugares. Estava apaixonada, amava Craig e o que mais sonhava era poder fugir para ir morar com ele. Passou a frequentar a sua casa, tinha o carinho de Pam – a mãe dele – tudo era felicidade. O que não esperava era que Craig e sua mãe fossem na Paróquia ao culto de Natal o que deixou seu pai sem ação, nervoso e muito desconfiado. Isso custou a Hephzi um trágico fim.

“O Pai me odiava porque a coisa de que ele gostava de cuidar, como um abutre ganancioso, partira, e eles agora precisavam tomar cuidado, ser mais vigilantes , caso outras perguntas fossem feitas. Mas eu me culpo também. Eu deveria tê-la salvado. Era o meu dever.”

Rebecca recebeu na biblioteca um panfleto sobre um curso de verão para “estudantes talentosos e superdotados” e além de ter um custo sabia que seria impossível o pai concordar com sua ida. Acabou tendo a oportunidade de ganhar 10 Libras por semana distribuindo folhetos. Avisou aos pais que teria aulas extras de matemática e nesse período trabalhava. Acabou sendo descoberta, castigada, ficando sem o dinheiro e mais tarde o pai a tirou da escola.

Ficava o tempo todo dentro de casa, ajudando a mãe na cozinha, limpando a Paróquia até que Srª. Sparks – amiga de seu pai – disse que já que não estudava tinha que encontrar um emprego pois era “um fardo para seus pais ter que sustenta-la”. Foi então que foi trabalhar na Casa de Repouso que ficava ao lado de sua casa. Vai aprender muitas coisas, conhecer pessoas que vão vê-la com outros olhos, mas mesmo assim ao fim de cada dia volta para seu quarto onde se esconde e mantém viva as marcas por tudo que já passou. Não consegue ter a coragem da irmã para tentar fugir, tem medo, escuta vozes de Hephzi a encorajando, mas não se atreve. Qual será o destino dessa jovem? Será que conseguirá a sua liberdade?

“Qual seria o motivo de tamanho ódio? A quem Roderick pretendia enganar ao se passar por cuidadoso provedor de uma família que estava, claramente, escapando entre seus dedos? Que mistérios e segredos torpes davam ritmo para a vida daquelas quatro pessoas?”

A autora Louisa Reid nos envolve nesse drama fazendo sentir revolta, ódio e fico imaginando quantos fanáticos devem existir neste nosso mundo real praticando atitudes cruelmente insanas.

A capa é tem tudo a ver com a história. Quanto à apresentação, encadernação, acabamento, as folhas, os detalhes das fontes que facilitam a leitura como mostram sempre a qualidade das obras da Editora Novo Conceito.

Resenhado por Irene Moreira
http://www.skoob.com.br/estante/resenha/32602371


site: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2013/10/resenha-do-livro-coracoes-feridos-de.html
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Irene Moreira 11/10/2013

Duas irmãs gêmeas. Uma linda, a outra desfigurada. Divididas por um terrível segredo...
Corações Feridos já tinha me chamado atenção pela sinopse e acabei sendo motivada a iniciar a leitura no anseio de ganhar uma sombrinha. Mas nada disso passou a ter importância depois que fui absorvida por essa história de Rebecca e Hephzibah, irmãs gêmeas, que partiram meu coração e me chocaram de tal forma que não tive como deixar de ser envolvida e esquecer tudo que estava a minha volta.

Filhas de um pai religioso fanático – Pastor Roderick – que não permitia que fossem a escola, de lerem livros, de terem qualquer contato com o mundo externo. Suas roupas eram restos das doações feitas. Cresciam alheias as mudanças que surgem nas fases da vida de uma menina para adolescente, dos cuidados que devem ter com seu corpo, com os perigos que a inocência levaria a tristes consequências. Uma mãe que nada fazia para ajudar as filhas por medo do marido e nem quando eram marcadas pela crueldade de um pai fanático e bêbado. Quantos segredos não estariam por trás disso tudo?
“Você está tomando pílula, né? Indagou ele. Eu não fazia ideia do que aquilo significava, então concordei com a cabeça. O rosto dele brilhou instantaneamente. – Deve ser vírus então. – E concordei outra vez.” Página 181

A história é em primeira pessoa com capítulos alternados de Rebecca que narra o Depois e Hephzi contando o Antes.

“Hoje tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sombra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana.” Página 11

Hephzi era a irmã bonita e mais decidida. Depois de ameaçar a mãe e esta convencer ao pai finalmente conseguiram ingressar no segundo grau. Para Hephzi era o começo da liberdade que tanto sonhava em alcançar. Logo foi se enturmando ,fazendo amizades e arranjando um namorado Craig.

Rebecca por ter seu rosto deformado em virtude de sofrer da Síndrome de Treacher Collins, estava sempre escondida. Apesar disso ela era mais atenta, mais cuidadosa e sempre procurava ajudar a irmã fazendo as suas tarefas escolares, dando cobertura quando esta saia às escondidas para as festas e para namorar. Quantas vezes não foi castigada pelo pai para proteger a irmã. Como qualquer irmã tinham suas briguinhas mas se amavam, eram amigas e confidentes.

Gostavam de relembrar os momentos felizes que passaram com sua avó quando menores. Ela vinha buscá-las para passear, comprava livros que liam em sua casa, tomavam sorvete, passeavam nas lojas, ganhavam roupas novas. Era um momento de felicidade única , mas seu pai a odiava e um dia a proibiu de ver as netas. Brigaram, ela caiu da escada e depois acabou morrendo de tristeza.

Estar na biblioteca da escola era o que mais gostava e se pudesse leria todos os livros que estavam nas prateleiras.
“Quando eu era transportada para o Morro dos Ventos Uivantes ou para o centro de Los Angeles, ficava feliz, meu mundo recuava e, por 40 minutos, a realidade ficava suspensa em algum lugar acima da escola, como uma bexiga preta esperando o sinal de estourar.” Página 31

As saídas de Hephzi passaram a ser mais constantes indo a festas e seu namorado Craig a levava a passear de Moto por vários lugares. Estava apaixonada, amava Craig e o que mais sonhava era poder fugir para ir morar com ele. Passou a frequentar a sua casa, tinha o carinho de Pam – a mãe dele – tudo era felicidade. O eu não esperava era que Craig e sua mãe fossem na Paróquia ao culto de Natal o que deixou seu pai sem ação, nervoso e muito desconfiado. Isso custou a Hephzi um trágico fim.

“O Pai me odiava porque a coisa de que ele gostava de cuidar, como um abutre ganancioso, partira, e eles agora precisavam tomar cuidado, ser mais vigilantes , caso outras perguntas fossem feitas. Mas eu me culpo também. Eu deveria tê-la salvado. Era o meu dever.”

Rebecca recebeu na biblioteca um panfleto sobre um curso de verão para “estudantes talentosos e superdotados” e além de ter um custo sabia que seria impossível o pai concordar com sua ida. Acabou tendo a oportunidade de ganhar 10 Libras por semana distribuindo folhetos. Avisou aos pais que teria aulas extras de matemática e nesse período trabalhava. Acabou sendo descoberta, castigada, ficando sem o dinheiro e mais tarde o pai a tirou da escola.

Ficava o tempo todo dentro de casa, ajudando a mãe na cozinha, limpando a Paróquia até que Srª. Sparks – amiga de seu pai – disse que já que não estudava tinha que encontrar um emprego pois era “um fardo para seus pais ter que sustenta-la”. Foi então que foi trabalhar na Casa de Repouso que ficava ao lado de sua casa. Vai aprender muitas coisas, conhecer pessoas que vão vê-la com outros olhos, mas mesmo assim ao fim de cada dia volta para seu quarto onde se esconde e mantém viva as marcas por tudo que já passou. Não consegue ter a coragem da irmã para tentar fugir, tem medo, escuta vozes de Hephzi a encorajando, mas não se atreve. Qual será o destino dessa jovem? Será que conseguirá a sua liberdade?

“Qual seria o motivo de tamanho ódio? A quem Roderick pretendia enganar ao se passar por cuidadoso provedor de uma família que estava, claramente, escapando entre seus dedos? Que mistérios e segredos torpes davam ritmo para a vida daquelas quatro pessoas?”

A autora Louisa Reid nos envolve nesse drama fazendo sentir revolta, ódio e fico imaginando quantos fanáticos devem existir neste nosso mundo real praticando atitudes cruelmente insanas.

A capa é tem tudo a ver com a história. Quanto à apresentação, encadernação, acabamento, as folhas, os detalhes das fontes que facilitam a leitura como mostram sempre a qualidade das obras da Editora Novo Conceito.
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PorEssasPáginas 11/10/2013

Resenha Corações Feridos - Por Essas Páginas
Quando vi a lista de livros de setembro da Novo Conceito, assim que bati os olhos em Corações Feridos, sabia que precisava lê-lo. É uma das melhores capas da editora: com detalhes em relevo, bem caprichada, soturna, melancólica e sombria. Além disso, a sinopse é bastante instigante. Talvez eu esperasse muito desse livro. O fato é que, apesar de ter gostado dele e tê-lo devorado em dois dias, ele ainda poderia ser melhor. Ficou faltando alguma coisa.

O livro é dividido em duas partes: na parte 1, temos a narração de Rebecca e Hephzi, ambas em primeira pessoa. A narração de Hephzi é marcada como antes, enquanto a narração de Rebecca é marcada como depois. Já na segunda parte do livro a narração é apenas de Rebecca.

Gostei bastante desse antes e depois. Não é spoiler o que vou contar, pois está até na sinopse: o fato que mudou a vida dessas duas irmãs e criou esse marco em suas vidas foi a trágica morte de Hephzi. Apenas Rebecca sabe exatamente o que aconteceu e, bem, isso só é revelado ao leitor bem no final do livro. Enquanto isso não acontece, acompanhamos as irmãs narrando sua terrível e triste história, antes e depois da tragédia.

Elas são irmãs gêmeas, mas bastante diferentes. Enquanto Hephzi chama a atenção das pessoas por sua beleza, Rebecca tem Síndrome de Treacher Collins, um problema genético de mau formação ainda no ventre materno, que causa uma série de deformações faciais. Devido a esse problema, Rebecca passa por várias de rejeições em sua vida, mas a pior está dentro de casa. As duas irmãs guardam um terrível segredo: quando seu pai, um fanático religioso, fecha as portas de casa, o lugar é dominado pelo horror. Desde violência física e verbal até uma série de humilhações, Rebecca e Hephzi viveram uma infância de sofrimento. A mãe das meninas nada faz para ajudá-la. Seus tios se afastaram, os vizinhos engolem o teatro dos Pais e a única que as ajudava, sua avó, faleceu em circunstâncias suspeitas.

Nós começamos a história em dois pontos diferentes: na narração de Rebecca, encontramos a garota fragilizada por dentro e com uma carapuça de dor ao seu redor logo após a morte da irmã. Do lado de Hephzi, encontramos as meninas começando a ir para a escola, que elas jamais frequentaram antes. Enquanto Rebecca sofre para acompanhar as matérias que o pai escolheu e ela não tem afinidade, além de conviver com o preconceito dos colegas, Hephzi tenta desesperadamente ser uma garota normal, criar amizades, conquistar um namorado e até ser popular.

“A única coisa que ela não sabia a meu respeito era que minha vida era uma droga, assim como a dela. Que eu achava tudo tão difícil quanto ela. (…) Eu via as pessoas rindo dela (de Rebecca) o tempo todo; eu tive de ver isso a minha vida toda e por muito tempo achei que isso fazia mais mal a mim do que a ela.” Página 65.

O que me incomodou no livro foi mais o começo dele. A autora parece que demorou para encontrar seu ritmo e sua voz. As primeiras páginas têm uma narração um pouco superficial e é difícil sentir empatia pelas irmãs, especialmente por Hephzi, que no início é extremamente fútil. Acho que a ideia que a autora queria passar era que a garota estava desesperada para ser normal, mas no começo ela só passou uma impressão de ser arrogante e superficial. É só ao decorrer do livro que entendemos um pouco melhor as atitudes de Hephzi e até começamos a simpatizar com ela; a garota, afinal, apenas estava confusa e desesperada, mas tem um bom coração e, principalmente, ama a irmã.

Do lado de Rebecca, temos sua tentativa desesperada de sobreviver. Depois que a irmã se foi, as atenções do pai abusivo e controlador focaram nela. Hephzi era a favorita do pai, por ser bela e decidida, enquanto que Rebecca sofria mais os abusos e a violência por ser deformada. No começo temos a falsa impressão de que Rebecca é frágil e tentava se esconder atrás de Hephzi, mas aos poucos percebemos que é exatamente o contrário. Rebecca se mostra uma personagem ferida em vários níveis, mas com uma força reprimida que vai surgindo à medida que as páginas avançam. É ela que mais se destaca na história e são suas narrações as mais interessantes e profundas. É Rebecca a responsável por nos fazer devorar páginas e querer descobrir o que realmente acontece do lado de dentro das paredes da casa paroquial.

Por todo o livro senti falta de conhecer mais os Pais, suas motivações, suas justificativas. Eles eram descritos muitas vezes com uma certa distância, ironia e reverência pelas garotas, e nós não tínhamos muitos diálogos entre a família. Na realidade, senti um pouco a falta de diálogos no livro: as partes com maiores diálogos foram as de Hephzi, e nem sempre eles acrescentavam, pois muitos se tratavam da sua vida na escola, com o namorado etc. Do lado de Rebecca, era tudo muito silencioso, principalmente por ela ser tímida e retraída. As maiores interações foram mesmo entre as duas irmãs. Mas acho que eu gostaria de mais cenas sobre a história da família que realmente acontecessem e não fossem apenas narradas por Rebecca e Hephzi. Senti falta de acompanhar em tempo real esses acontecimentos. Na maioria do tempo, nós apenas descobrimos o que aconteceu como se Rebecca estivesse contando uma história, não narrando acontecimentos. Não sei se essa era a ideia mesmo da autora, mas eu prefiro a segunda maneira, que causa no leitor um maior impacto emocional e nos coloca no centro dos acontecimentos.

“Ainda assim, ele me amaria daquele modo – apaixonadamente, como se pudesse morrer por mim se preciso fosse. Talvez fôssemos mais como Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy. Ele tinha de me ajudar a fugir, e foi isso que Darcy fez, ele resgatou Elizabeth de sua terrível família, e Craig poderia fazer o mesmo (…)” Página 112.

Há algumas citações a vários livros clássicos, pois Rebecca é uma ávida leitora (escondida do Pai que a proibia, claro) e contava as histórias para sua irmã. Fiquei dividida entre gostar ou não dessas citações. Há uma ótima referência a Frankenstein, de Mary Shelley, mas a autora pecou na citação a Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; achei que foi uma interpretação bastante rasa do livro. É aquele negócio, interpretação é algo bem pessoal, mas… não acho mesmo que Lizzie tinha uma “terrível família” e que Darcy a resgatou. Ela era muito independente para isso. E eles não morreriam um pelo outro, certamente. Orgulho e Preconceito está muito longe de ser esse tipo de romance.

A edição da Novo Conceito está bastante caprichada. Ultimamente todos os seus livros estão vindo com detalhes nas páginas e dessa vez é a imagem sombria e silenciosa de galhos de uma árvore no início dos capítulos. No entanto, encontrei alguns erros desagradáveis de revisão, especialmente um erro imperdoável na página 225:

“Entretanto, sentar com ele e comer juntos, à vontade um com o outro, me deixou-me feliz demais para perceber isso.”

O final foi um pouco apressado, na minha opinião. Não digo a parte de Rebecca, que foi ótima, mas sim quando descobrimos o que realmente aconteceu com Hephzi e a história e o desfecho dos Pais. Por todo o livro quis entendê-los, mas no final a explicação foi muito rápida, apesar de satisfatória, e eu não consegui me conectar emocionalmente. Em um livro tão profundo, complexo e chocante, a autora não conseguiu me emocionar. Não derramei sequer uma lágrima e senti falta disso. Talvez seja isso que falte nesse livro: uma conexão, um sentimento, uma empatia. Falta o leitor sentir a história e emocionar-se com ela. Mesmo assim, ainda é uma leitura válida e uma boa história.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-coracoes-feridos
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