Patrick41 23/05/2024
Meu Primeiro Contato com Uma Obra do Drauzio Verella
Drauzio Varella nasceu em São Paulo, em 1943. É médico cancerologista, formado em 1967 na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Escreve sobre ciência da Gazeta Mercantil e é articulista da Folha de S. Paulo. Publicou Macacos (Publifolha, 2000) e, pela Companhia das Letrinhas, Nas ruas do Brás (2000). Estação Carandiru, lançado em 1999, recebeu o prêmio Jabuti de livro do ano de não ficção
Com mais de 7200 presos, a Casa de detenção de São Paulo era o maior presídio do país. Estava situada no bairro do Carandiru, a dez minutoa da praça da Sé, marco zero da cidade. Só o pavilhão Cinco abriga 1700 prisioneiros, mais de seis vezes a população carcerário do presídio americano de Alcatraz, desativado nos anos 60.
Em 1989, Drauzio Varella iniciou na Detenção um trabalho voluntário de prevenção à AIDS. Seu relato neste livro tem as tonalidades da expectativa pessoal: resultado dos relacionamentos qud a profissão de médico permitiu manter com presos e funcionários; não busca denunciar um sistema prisional antiquado e desumano; expressa uma disposição para tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação das individualidades. E de fato, é como se o livro não tivesse nenhuma presa em querer apresentar os presos, pouco importam o que eles fizeram pra estar ali, o que importam é como eles reagem ao sistema carcerário e como isso vai afeta-los à longo prazo.
Na cidade de Carandiru, Drauzio conheceu pessoas como Mario Cachorro, Xanto, Roberto Carlos, Sem-Chance, seu Jeremias, Alfinete, Filósofo e seu Luís. Além disso também existe relatos sobre a Maria-Louca, a bebida feita e consumida nos presídios e por final o Ataque, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, onde morreram 111 homens no pavilhão Nove, segundo a versão oficial. Os presos afirmam que mais mais de 250, contando os que saíram feridos e nunca retornaram. Nos números oficiais não há referências a feridos. Não houve mortes entre os policiais militares
Estação Carandiru fala dessas pessoas e de muito mais. São crônicas sobre formas de viver e morrer