Resenhas - Estação Carandiru

Alê 19/07/2020

Uma leitura Incrível
Sabe aqueles livros que vc termina e fica digerindo por muito tempo? Então, é esse! Eu já cheguei até a ver alguns documentários sobre o Carandiru, mas nada disso me tirou o impacto que essa obra me trouxe. As histórias de personagens da vida real que por si só dariam livros ou obras cinematográficas individuais dada a diversidade e peculiaridade de cada um alí.
Dr Drauzio fala de uma maneira tão clara e simples, sem romantizar a violência e nem apontar o dedo, ele simplesmente conta essas histórias e fala de suas experiências e aprendizados durante seu trabalho com os presos. É um livro incrível, consegue ser engraçado em algumas partes, extremamente triste, chocante, e melancólico em outras. Leitura necessária!

joaoggur 30/10/2023

Cacofonia de mundos; dialética de versões.
Drauzio Varella, que na minha mente não passava de um médico que vez ou outra dava as caras na televisão, mostra sua habilidade em chocar o leitor. O choque se dá, indubitavelmente, pelo fato de não ser um livro composto por hipérboles; tudo em ?Estação Carandiru?, por mais que tenha adaptações para caber em um meio literário, é verídico.

O cuidado do autor com as palavras é imenso; os humaniza, mas não os inocenta. Tal como Amado fez em Capitães da Areia, temos a plena noção dos crimes de cada um dos presos descritos, mas a descrição de seus pensamentos, de suas angústias, fazem com que tenhamos uma simpatia por eles.

Independentemente da afeição que adquirimos pelos ?personagens?, não há como não ficar completamente chocado com os últimos dois capítulos. Drauzio descreve, na visão dos presos, o que realmente aconteceu. A minucia do relato deixa o leitor sem palavras. O mais triste é pensar que os responsáveis pelo massacre ainda estão livres.

A recomendação é inevitável. Um livro que necessita-se de estômago; a desumanidade deve ser ingerida com doses homeopáticas. Senão, não aguentamos.

Júh ^^ 24/01/2023

Como se mede a humanidade?
Optei por ouvir o audiobook desse livro e pra minha grata surpresa é o próprio Dr. Drauzio que faz a narração. Como ele é o autor é muito legal acompanhar a linha de raciocínio que ele adotou pra relatar cada uma das histórias. Achei incrível como independente de julgamentos o Dr. Drauzio atendeu essas pessoas da forma mais humana possível e as tratava como gente, coisa q a sociedade já tinha deixado de fazer há muito tempo. Gostei muito da forma respeitosa que ele manteve os pronomes das pessoas independente do sexo biológico.
São muitas as histórias marcantes, se o objetivo a princípio era somente a conscientização sobre a AIDS e outras doenças que assolavam a cadeia, o Dr. Drauzio coletou de forma oral relatos que que vão ficar eternizados em seu livro, deu voz para quem estava invisível.
Tudo nesse livro surpreende, a forma como a cadeia vira uma cidade com vida própria e as separações do blocos e o pq cada um fica onde fica, retrata pq não um micro cosmos que espelha nossa própria sociedade "livre".
Os dois últimos capítulos são os mais difíceis, o extermínio visto pelos olhos dos exterminados o rescaldo como é chamado o último capítulo traz a tona a velha questão "quem vigia os vigilantes?".

Marcia 31/10/2018

Amor bandido
Um livro que nos faz sentir muitas emoções contraditórias. Conhecer alguns dos personagens que viveram encarcerados em um lugar tão desumano, e esperar que saiam reabilitados é ser muito ingênuo. Eu, às vezes, os odiava, os amava, mas, sem dúvida, comecei a enxergá-los como seres humanos cheios de erros, que precisam pagar pelo mal que fizeram, porém, são tratados como animais.

Thais.Carvalho 27/05/2022

Histórias fortes sobre o presídio do Carandiru contadas pelo Dr. Drauzio Varela, que ocorreram durante o tempo em que foi voluntário lá.

Milena 27/12/2021

Na prisão, nem tudo é o que parece
Neste livro, Drauzio Varella fala um pouco sobre a rotina das pessoas privadas de liberdade e da estrutura do que era o maior presídio do Brasil, o Carandiru. Após mostrar a divisão dos pavilhões, as diversas profissões que cada PPL poderia ocupar e os funcionários, o autor fala sobre suas atividades no presídio e seus sentimentos em relação aos privados de liberdade e funcionários, enquanto nos introduz a alguns personagens marcantes e suas histórias de vida, como pequenas crônicas.

É um livro excepcional. Tão necessário nestes tempos de ódio, intolerância, em que alguns clamam por uma justiça injusta. Através do livro, vemos o quanto a estrutura de um presídio é precária e o quanto ele só funciona por causa das próprias PPL. Há várias regras na cadeia, mas a maioria delas foi imposta pelos próprios habitantes de lá e um pequeno deslize pode custar sua vida. Drauzio faz questão de humanizar cada pessoa-personagem do livro, enfatizando não só os defeitos, que os privados de liberdade já estão acostumados (mas cansados) de carregar, mas também suas qualidades porque, acima de tudo, todos são apenas pessoas.

Algumas partes são de colocar um sorriso bobo no rosto, outras são de reflexão sobre a sociedade em que vivemos e outras nos fazem perceber o quanto a violência pode ser banalizada (tanto pelas PPL, que às vezes matam por "besteiras", quanto pela polícia, à respeito da chacina do Carandiru). Tem seus defeitos: me incomodou o autor se referir a travestis com pronome masculino. Entretanto, busquei relevar, visto que é um livro escrito há mais de 20 anos. No mais, é livro muito bom, que, apesar de não ter altos e baixos ou momentos eletrizantes em que você não quer parar de ler, consegue captar a atenção do leitor, pois é quase como uma coleção de crônicas, muitas vezes direto ao ponto, o que também não torna a leitura arrastada, apesar das 300 páginas.

Recomendo demais, é um abraço apertado e, ao mesmo tempo, uma tapa na cara do leitor, que sai dessa leitura com vários aprendizados, mas com a certeza de que, na prisão, nem tudo é o que parece.

Rubia 21/12/2022

Li a muitos anos atrás e lembro o quanto fiquei perplexa com as condições de vida do presídio, como é rígida as normas que os detentos criam para se organizar e como o que ocorreu lá foi cruel e desumano. Vc pode pensar e dizer "então leva eles pra sua casa" não se trata disso, se trata de pegar um sistema que, em tese deveria ressocializar, e em vez disso trata homens como animais.

monica pottratz 26/07/2023

Desumano
O Livro Carandiru retrata a vida dos presos com base nas experiências do Dr. Drauzio Varella. Conforme o livro foi passando ficava cada vez mais presa na história dos presos, cada uma mais surpreendente que a outra, mas o baque mesmo foi no final, ler que a vida daquelas pessoas, que realmente existiram, tinham sonhos e ambições, morreram ali como se não fossem nada e simplesmente foram apagados da sociedade sem um pingo de justiça, mesmo que exista pessoas que digam que isso de fato foi a justiça por conta de serem criminosos, mas eu discordo completamente, eles eram humanos e mereciam ser tratados como tal, e não como animais num abatedouro.

Tiago Fachiano 21/02/2023

Histórias sobre a vida
Drauzio ganhou notoriedade após o livro virar um ótimo filme. E a escrita do livro não deixa a desejar. Ele forma simples conta inúmeros casos e histórias sobre a vida. Gostei e quero continuar lendo outros livros dele.

Caroline.Santana 12/05/2018

Da malandragem...
Se nunca foi preso, leia. Você pode achar que entende o sistema penal brasileiro, pode achar que cadeia faz justiça e protege a sociedade, pode pensar que está tudo sob controle do Estado. Já ouviu falar do massacre no Carandiru? Se sim ou não, leia.
Você tem vontade de estudar medicina, então leia. Quer ser policial, leia. Gosta de uma"Vida Loka"? Ah então leia mesmo.

Phellps 04/08/2010

Fatos incríveis, texto nem tanto.
Estação Carandiru é um daqueles livros que te prendem por seus fatos, e não por sua narrativa.
A história do famoso presídio é contada em capítulos, os primeiros descrevendo o complexo, os seguintes contando histórias sobre os detentos marcantes, e o último sobre o derradeiro massacre de 1992.

Se não fosse um livro baseado em fatos reais, pela visão de um médico de verdade, teria passado desapercebido, pois sua narrativa é simples, e apesar de possibilitar um fácil entendimento, falha em transmitir a tensão que uma história sobre desse porte necessita.

A linguagem pouco sofisticada de Drauzio atrapalha a obra, mas esta não deixa de ser recomendada para aquele que quer conhecer o dia a dia do presídio mais famoso do Brasil.

Julia.BernabA 22/06/2022

Leitura mais que necessária!
Eu tive vontade de ler o livro Estação Carandiru depois de ouvir o podcast do Modus Operandi no spotify (que aliás, recomendo), e me surpreendi com o enredo e como foi escrito! Durante a narrativa, Dr Drauzio nos leva para cada cantinho do Carandiru e nos apresenta pessoas e suas historias. No final, o gosto amargo da injustiça e covardia nos faz engolir seco.
O massacre do Carandiru não pode, e nem deve cair no esquecimento.

Moro 26/12/2022

Estação Carandiru
O Doutor Drauzio relata sua experiência na Casa de Detenção enquanto médico de uma maneira bem pesada em certos momentos, mas acima de tudo, de maneira real.

Durante a leitura conhecemos alguns detentos / funcionários e suas respectivas histórias, algumas regras escritas e não escritas da cadeia, e de certo modo, a rotina e funcionamento do lugar.

Não sei muito mais o que dizer, mas sim, o livro é muito bom. Digo mais, mesmo a história se passando na década de 1990, é uma leitura necessária até pros dias de hoje (sem entrar em questão social, política, nem nada do tipo).

Por fim, essa última parte foi demais (mais especificamente, a última fala do detento Dadá)... Senti um choque no corpo que nunca senti lendo nenhum outro livro..

Recomendo a leitura.

Eunice.Vilares 12/08/2009

Li e reli
Adoro as histórias desse livro... Já li e reli várias vezes... e adoro o modo que o Drauzio Varella escreve.

Wesley 07/10/2022

Necessário.
Livro muito necessário para entender o real sistema carcerário brasileiro. No mais, o livro nos coloca, literalmente, dentro do Carandiru, nos fazendo, por conseguinte, quebrar inúmeros preconceitos quanto aos encarcerados. O livro deveria, portanto, ser lido por grande parte da população que tenta glamorizar, de forma leviana, o sistema prisional brasileiro.

Não li os demais livros que compõem a saga, mas creio que este deve ser o primeiro a ser lido.