A obscena senhora D

A obscena senhora D Hilda Hilst




Resenhas - A Obscena Senhora D


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Gi Santos 02/11/2023

Hilda Hilst tem uma narrativa provocadora e uma prosa carregada de simbolismo e erotismo, o que torna esse livro uma obra desafiadora para os leitores ao mesmo tempo em que oferece uma reflexão profunda sobre o corpo, o desejo e a busca pela liberdade pessoal. É uma leitura que pode ser desconfortável para alguns, mas que sem dúvida deixa uma marca duradoura na mente dos leitores. É um livro que desafia as convenções literárias e sociais, e continua a ser um importante marco na literatura brasileira.
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Michele 28/10/2023

A poeta em prosa
Abri o livro atrás de uma Hilda Hilst prosista e encontrei a poeta!

A Obscena Senhora D é um mergulho em uma poética feminina e feminista, que mostra, a partir de diversas vozes e olhares, a protagonista que se permite viver a sexualidade por um viés filosófico que questiona Deus, vida, morte, padrões sociais e sanidade.

O ponto alto para mim foi a linguagem poética, um tanto fragmentada. Com certeza, um lindo ponto de partida para uma literatura brasileira - produzida por brasileiras - em que mais tarde iria se despontar nomes como o de Aline Bei.
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Lucy 28/10/2023

Esse livro me arregassou com dois esses
Eu olhei hoje e pensei: livros pra ler em uma sentada: google.

Aí dent?e alguns que não li estava este e é a primeira obra de Hilda Hilst.
Comecei e fiquei confusa demais, pq não há muita referencia a quem fala o quê.
E o porco-menino e a Hillé e vai que vai e vc vai criando umas relações.
É bastante desconcertante em muitos sentidos e a noção de quem é o interlocutor direto do texto fica quase nítida. Tenho uma idéia e vou pesquisar.
Até que chega no final e vc tá quase cero de que é pura senilidade, aí o plot te tá um soco no nariz com a mais pura simplicidade que o texto veio rasgando o tempo todo nas víceras da realidade.
É complicado explicar a beleza desse texto quando vc pega ele pela superfície.
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claribru. 25/10/2023

?[?] da solidão desse homem, desses nadas do dia a dia que vão consumindo a melhor parte de nós, queria te falar do fardo quando envelhecemos, dessa coisa que não existe, mas é crua, é viva, o Tempo.?

Nada menos que uma obra-prima. Hilda Hilst é um sentimento, não se trata de uma obra de pura compreensão, mas sim de contato visceral com ela através de suas palavras. Acompanhar essa narrativa antes de iniciá-la de fato me parecia um desafio, dadas as críticas, muito pelo contrário, eu DEVOREI esse livro em menos de 1 dia. A Obscena Senhora D é uma obra filosófica que possui elementos tão originais de: sexualidade, gênero, religião e a imagem de um Deus. Um livro cheio de perguntas e resposta alguma, uma obra completamente fora da curva.
Jamais duvidei da grandiosidade da minha autora favorita.
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adaniborges 12/10/2023

Obra curtinha, mas de uma leitura não muito fácil, pois não há marcas que diferenciam quem é que está falando.
A narrativa trata do processo de luto da Senhora D com a morte de seu marido. E viver esse luto a leva à loucura.
Ela questiona Deus por várias vezes, e é bem comum no texto a mistura do sagrado com o profano.
Há descrições de momentos eróticos, o que deve justificar o título da obra.
Por ser uma narrativa construída por meio de uma prosa poética é muito interessante ler em voz alta. Recomendo!
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notmuchcompany 01/10/2023

"Quem a mim me nomeia o mundo? Estar aqui no existir da Terra, nascer, decifrar-se, aprender a deles adequada linguagem".


Entendi vários nadas e muitos poucos desse livro. Acho que peguei a figura mais ampla, sim, mas em alguns trechos achei prudente não forçar muito os neurônios pra encontrar nexo. Talvez a intenção seja não ter nexo mesmo? Talvez eu não tenha o repertório de leitura necessário pra esse livro? Talvez não fosse um bom momento? Como saber. Valeu pela experiência. Confesso que tinha curiosidade pra ler Hilda Hilst há certo tempo, mas tinha medo de me achar uma burrona. Agora tenho certeza, eba. Agradeço aos envolvidos. Vou tentar me tornar um ser humano melhor e encarar Orlando da Virginia Woolf. Me desejem sorte.
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hiraimango 25/09/2023

O que eu acabei de ler...
Livro mais estranho, confuso, difícil e artístico que eu já li.

Assim como Clarice, Hilda Hilst não se pode entender completamente, mas sim sentir. Porém apesar de complicado, se você se atentar aos detalhes, é possível sim compreender muito bem e se encantar pela sua minuciosidade desse livro.

Através do fluxo de consciência e da escrita abstrata, Hilda Hilst conta a história de uma senhora de 60 anos que se sente muito solitária. Ela revive o seu passado através das suas lembranças e memórias que se confundem no espaço-tempo, como uma forma de se sentir menos só.
A protagonista Hillé (alter ago de Hilda?) se vê em luto pelo seu recém falecido marido isolada no vão de sua escada. De portas e janelas fechadas, e também fechada dentro de si mesma, Hillé ou a senhora D. reflete sobre Deus e sobre sua efémera vida de maneira filosófica e poética.
Em um determinado momento do livro, quando ela finalmente resolve se "libertar" e abrir as janelas, Hillé choca a todos ao se encontrar despida, mostrando os seios aos vizinhos.

Resumindo Hillé é uma velhinha caótica, existencialista, doida e erótica. É impossível não se apaixonar por essa história cheia de significado.
hiraimango 02/10/2023minha estante
escrevi coisas erradas pq não revisei aaaaaaaa




anahelena.blasilemos 27/08/2023

A OBSCENA SENHORA D – de Hilda Hilst
Em 1997 J. K. Rowling lançou Harry Potter e a Pedra Filosofal que foi a pedra fundamental (com trocadilho) para a famosa saga ficcional.
Nas primeiras cenas é apresentado ao mundo nosso querido bruxo, que órfão dos pais foi entregue à casa da tia, local onde nunca foi bem vindo e o emblema da rejeição e humilhação era o lugar a ele destinado na casa, o vão da escada.
Anos antes, em 1982, Hilda Hilst lançou este livro, A Obscena Senhora D, e deliberadamente escolheu o vão da escada como o melhor lugar para que a protagonista pudesse viver.
Ambos os personagens carregam sofrimentos por esta única coincidência embora ele não tivesse tido escolha e ela tivesse escolhido esse lugar.
Hillé enviuvara e num misto de angústia e desolação se refugiou naquele exíguo espaço e é dali que vem um dos mais embaralhados fluxos de consciência da literatura.
Uma enxurrada sem fôlego abordando os temas mais densos da existência humana, diálogos no presente passado e futuro, com o marido e o pai mortos, solilóquios, impropérios, enormes conversas com Deus, a maioria com um ponto de interrogação, afinal o sentido da vida é uma eterna pergunta, o ponto final ninguém consegue dar.
Li e não me dei por satisfeita. Além de entender mal, entendi pouco.
Eu sabia da importância desse pequeno livro, precisava reler.
Reli.
Me dou por satisfeita agora?
Não!
É um livro difícil e triste. Questionar a vida dá nisso, não é mesmo?
Mas estou mais perto de compreender a importância da obscena senhora e de uma das mais elogiosas vozes literárias do Brasil.
Fico também pouco mais tranquila ao tomar conhecimento de outro livro da obra hilstiana, uma coletânea de entrevistas concedidas por ela, cujo título é “Fico Besta Quando me Entendem”.
PERSONAGENS: Hillé e Ehud
DUAS CITAÇÕES:
“e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida.”
“Por que o ouro é ouro? Por que o dinheiro é dinheiro? Por que me chamo Hillé e estou na Terra? E aprendi o nome das coisas, das gentes, deve haver muita coisa sem nome, milhares de coisas sem nome, e nem por isso elas deixam de ser o que são, eu se não fosse Hillé seria quem? Alguém olhando e sentindo o mundo.”


site: @instituto_hilda_hilst @clubedeleituradamanu2023.1
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Jani.ribeiro 19/08/2023

Ler hilda hist pela primeira vez é um acontecimento canônico de toda jovem leitora.

"tantos livros e nada no meu peito, tantas verdades e nenhuma em mim, o ouro das verdades onde esta? que coisas procurei? que sofrido em mim se fez matéria?"
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Pandora 15/08/2023

Hilda Hilst é aquela escritora que eu passei a vida ouvindo falar, vi entrevista na TV, li uma frase ali e outra acolá, mas nunca tinha lido. Para além da irreverência, que sempre foi sua marca registrada, Hilda era culta, inteligentíssima, visceral, pura sensibilidade saindo pelos poros. E extremamente reflexiva. “Penso, logo existo” se aplica demais a ela.

Filha do poeta e jornalista Apolonio de Almeida Prado Hilst, Hilda pouco conviveu com o pai, que foi internado muito jovem em razão da esquizofrenia; mas ela afirmava que era “a típica edipiana”, que procurou em todos os homens o seu pai e que sua obra foi fortemente inspirada nele. “Escrever é sentir meu pai dentro de mim, em meu coração, me ensinando a pensar com o coração como ele fazia, ou a ter emoções com lucidez.” [1]

Quando eu soube que ela e Lygia Fagundes Telles tinham sido melhores amigas por mais de 50 anos achei inusitado, mas hoje percebo o quanto tinham em comum, o quanto eram pensadoras, reflexivas e falavam da mulher, de vida, morte, medos, insanidade, conflitos existenciais, o sagrado e o profano. Praticavam a sororidade quando nem se usava essa palavra. Hilda disse sobre a amiga: “Quero demais morrer segurando a mão da Lygia, porque sei que ela vai entender tudo na hora H. Ela vai dizer: 'Hilda, fica calma e tal que é assim mesmo'. A gente tem uma amizade, sei lá, pode ser até de outras vidas, embora sejamos muito diferentes."

Se você sabe que eu sou desse jeito, por que você fica chocado em me ver desse jeito? (não me lembro de onde tirei esta frase, mas vai ficar aqui)

Hillé, a obscena senhora D - D de derrelição - é uma senhora que vive no vão da escada de sua casa, conversa com o amante morto, questiona a existência, dialoga com Deus, filosofa, experimenta a solidão e o envelhecimento, explora seu eu e seu corpo, vive as angústias e incertezas com uma intensidade tal que sai aos borbotões, num fluxo de consciência dos mais complexos. Às vezes ela aparece na janela ou na porta de casa, às vezes nua, às vezes com caras que assustam as criancinhas e mesmo quando ela se retrai, há os que vão bater à sua porta, porque ela incomoda mesmo que não esteja fazendo nada aos outros. Para os vizinhos ela é a louca, a desavergonhada, a porca, a sapa velha e sua presença sempre é motivo de fofoca.

Tenho que ressaltar que a Hilda era hilária! Há umas passagens nesta narrativa que me fizeram rir de doer a barriga. Não vou colocar aqui para que vocês tenham que ler o livro! Mas é uma narrativa que causa estranhamento, principalmente àqueles que estão acostumados com uma escrita padrão, autoexplicativa. Aqui é necessário ter paciência, avançar, voltar e reler, ler em voz alta, recorrer ao dicionário uma vez ou outra, pesquisar. E vale a pena! O livro é pequeno, a experiência não.

“Segundo o crítico literário Alcir Pécora, A obscena senhora D “representa um momento de perfeito equilíbrio de desempenho, no qual se cruzam todos os grandes temas e registros da prosa de ficção que Hilda Hilst vinha praticando desde o início dos anos 70“. Estão no livro, por exemplo, a mistura de corporeidade e abstração, do prosaico com o erudito, da especulação filosófica com a loucura, a união do mais degradado ao mais sublime.” [2]

“o que é Derrelição, Ehud?
vem, vamos procurar juntos, Derrelição Derrelição, aqui está: do latim, derelictione, Abandono, é isso, Desamparo, Abandono.
Por quê?
porque hoje li essa palavra e fiquei triste
triste? mesmo não sabendo o que queria dizer?” - pág. 21

Em 1990, aos 60 anos, Hilda dá inicio à fase obscena de sua literatura, publicando O caderno rosa de Lori Lamby com o intuito de vender mais e se popularizar, já que apesar dos 40 anos de um rico trabalho literário, Hilst não tinha grande reconhecimento, as edições de seus livros tinham baixa tiragem, não faziam sucesso.

Em Cadernos de Literatura, editado pelo Instituto Moreira Salles em 1998, diz Hilda sobre o leitor: “Na experiência com a pornografia eu achava que podia dar certo, porque ela é engraçada; achei que os leitores gostariam. Mas, segundo o Jaguar, eles odiaram minha pornografia. Foi o único momento em que esperei algo do leitor. É como eu já falei aqui: eu acho que fiz um trabalho deslumbrante, se entenderam ou não, se leram ou não, eu não tenho nada a ver com isso”.

Ela tinha toda a razão.

Notas:
[1] Fonte: Instituto Hilda Hilst.
[2] Fonte: Guia do Estudante.

Recomendo a leitura que Beatriz Azevedo fez de trechos do livro no vídeo cujo link está anexo, pois ajuda muito a entender as vozes narrativas.

site: https://www.youtube.com/live/aNvOOfZQuTo?feature=share
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Maria Amélia 15/08/2023

"A obscena senhora D", de Hilda Hilst (1930-2004) ??

"Ao embaralhar os gêneros em uma prosa densa e radical, A obscena senhora D é uma novela sobre o luto com fartas doses de dramaturgia, filosofia e poesia."
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joaoggur 09/08/2023

Apaixonante escrita de Hilda Hilst.
Nunca pensei que iria me identificar com um livro tão estranho. O estranhamento se da pela linguagem; quase como um jogo implicitamente criado por Hilda Hilst com o leitor, a autora cria situações labirínticas, quase como um ?quebra-cabeça? literário, onde precisamos entender o que se passando aos poucos, com calma.

Mas não acho que ninguém será capaz de dizer, com precisão, o teor da obra. Poderia descrevê-la como uma conversa interior de Hille, seja com si mesma, com seu (falecido?) esposo Ehud e com próprio Deus. A grande alegoria está em camuflar os dilemas da viúva em uma leitura confusa e cacofônica. Em meio ao intenso fluxo de consciência, há uma profunda filosofia sobre o envelhecimento e a própria vida. Não sabermos com precisão quem é o narrador (em INÚMEROS momentos fiquei na dúvida sobre quem estava falando; Hille, Ehud, Deus, um narrador, todos ao mesmo tempo??) cria um clima anárquico, representando a desordem metafísica do intelecto humano.

Eu posso estar em uma completa viagem significativa, mas piamente acredito que é um livro incrível. Aviso desde já que nem todos o verão com bons olhos; a unicidade é o ponto chave da obra. Deve-se apreciar com calma, deleitando-se com as minúcias. Nunca li nada parecido. Esteja preparado para ver este píncaro do fluxo de consciência humano.
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Renatita 08/08/2023

Não sei se sou eu, se eu que não entendi ou se foi esse livro foi mesmo uma avalanche mesmo.

Não acho que gostei...

Não sinto que consegui atingir alguma conexão com essa obra da H.H. Para mim, parecia mais uma miscelânea bagunçada que, ora fazia sentido, ora parecia que outra obra estava assumindo o controle.

Uma pena.
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